Assim que recebi o e-mail a promover este disco, fiquei logo entusiasmado e com vontade de ouvir o tributo. Solicitei um promocional e eis que aqui estou eu a ouvir o dito. Infelizmente, fiquei profundamente desiludido! A escolha dos músicos envolvidos não foi a melhor (responsabilidade de Henrique Amaro da Antena 3) e as próprias versões ficaram muito aquém do que se poderia fazer com a música de Adriano Correia de Oliveira. As rendições são maioritariamente de cariz electrónica e os originais perdem muito neste formato, tanto em espírito como em ambiente geral.
As faixas aceitáveis são “Tejo que levas as águas” pela voz de Tim dos Xutos & Pontapés, “Trova do vento que passa” pelos Dead Combo com a voz de Ana Deus dos Três Tristes Tigres, “Cantar para um pastor” por Raquel Tavares, “Fala do homem nascido” por Nuno Prata (ex-Ornatos Violeta) ou “Balada da esperança” por Shahryar Mazgani. A voz de Margarida Pinto dos Coldfinger é fantástica mas a versão de “Charamba” fica muito abaixo da média. Não me falem sequer aberrações como “E alegre se fez triste” por Cindy Kat, “O sol préguntou à lua” por Micro Áudio Waves, “Menina dos olhos tristes” por Valete ou “Rosa de sangue” por Pedro Laginha (o homem até pode ser bom actor, mas para cantar… lá está, a escolha das pessoas envolvidas). O tributo feito há uns anos atrás a José Afonso resultou muito melhor a todos os níveis. Até mesmo o tributo a Variações, não sendo perfeito, está uns furos acima deste.
Além do CD, inclui-se aqui um DVD com dois vídeos. O primeiro contém uma série de entrevistas à família, Manuel Alegre, e outros amigos do falecido músico, no qual se fala da vida e obra de Adriano, em cerca de 35 minutos. Poderia estar melhor mas tem apontamentos interessantes que valem a pena e um certo cuidado a nível visual que me agradou imenso. Um documentário completo, com estas entrevistas incluídas e um pouco mais de trabalho seria mais interessante. Mesmo assim, tem o seu certo interesse. O outro vídeo contém pequenas entrevistas aos músicos envolvidos no disco de tributo. Um complemento à biografia e ao CD, apenas isso. Para ver uam vez e já está.
Diz-se na nota de imprensa que “a voz de Adriano estava, até agora, abafada […] agora não devido à censura, mas por obra e graça de uma ingratidão manifestada num Alzheimer colectivo”. Pois, mas é difícil recordar a obra de Adriano através dos velhos vinis já gastos, ou num gira-discos que já não funciona, ou até mesmo através de reedições em CDs que, ou são de tiragens limitadas, ou não se encontram à venda em lado algum. Além disso é difícil recordar este e outros nomes da década de 70, da música de cariz interventivo do pré-25 de Abril, quando apenas se fala à boca cheia de José Afonso (a ele todo o seu mérito!), parecendo que nunca chegou a existir outro músico intervencionista em Portugal!
Ai Portugal, que falta de cultura, que falta de respeito pelo passado. Boa música, pergunte-se ao Zé Povinho, são os artistas “pimba”, é o Quim Barreiros, é o Emanuel, é o Toy, são os Anjos ou os Santamaria. Cultura? “Reality shows” repletos de gente sem o mínimo sinal de inteligência, “talk shows” com temas absurdos e com qualquer “palhaço” que lá queira ir demonstrar as suas habilidades (ou a falta delas!), os “Malucos do Riso” que riso nenhum me provocam, muito pelo contrário, isso é a ordem do dia no Portugal de hoje! Mas nem me vou esticar por aqui senão não paro de escrever!
Adriano faleceu a 16 de Outubro de 1982, tinha 40 anos de idade. 25 anos passaram desde então e que se fez? Este tributo muito abaixo da mediania, com versões que parecem ter sido feitos à pressa, para despachar e partir para outra. A reedição da obra original, completa, devidamente remasterizada, isso sim, era um tributo! 40% http://www.adrianocorreideoliveira.com/
As faixas aceitáveis são “Tejo que levas as águas” pela voz de Tim dos Xutos & Pontapés, “Trova do vento que passa” pelos Dead Combo com a voz de Ana Deus dos Três Tristes Tigres, “Cantar para um pastor” por Raquel Tavares, “Fala do homem nascido” por Nuno Prata (ex-Ornatos Violeta) ou “Balada da esperança” por Shahryar Mazgani. A voz de Margarida Pinto dos Coldfinger é fantástica mas a versão de “Charamba” fica muito abaixo da média. Não me falem sequer aberrações como “E alegre se fez triste” por Cindy Kat, “O sol préguntou à lua” por Micro Áudio Waves, “Menina dos olhos tristes” por Valete ou “Rosa de sangue” por Pedro Laginha (o homem até pode ser bom actor, mas para cantar… lá está, a escolha das pessoas envolvidas). O tributo feito há uns anos atrás a José Afonso resultou muito melhor a todos os níveis. Até mesmo o tributo a Variações, não sendo perfeito, está uns furos acima deste.
Além do CD, inclui-se aqui um DVD com dois vídeos. O primeiro contém uma série de entrevistas à família, Manuel Alegre, e outros amigos do falecido músico, no qual se fala da vida e obra de Adriano, em cerca de 35 minutos. Poderia estar melhor mas tem apontamentos interessantes que valem a pena e um certo cuidado a nível visual que me agradou imenso. Um documentário completo, com estas entrevistas incluídas e um pouco mais de trabalho seria mais interessante. Mesmo assim, tem o seu certo interesse. O outro vídeo contém pequenas entrevistas aos músicos envolvidos no disco de tributo. Um complemento à biografia e ao CD, apenas isso. Para ver uam vez e já está.
Diz-se na nota de imprensa que “a voz de Adriano estava, até agora, abafada […] agora não devido à censura, mas por obra e graça de uma ingratidão manifestada num Alzheimer colectivo”. Pois, mas é difícil recordar a obra de Adriano através dos velhos vinis já gastos, ou num gira-discos que já não funciona, ou até mesmo através de reedições em CDs que, ou são de tiragens limitadas, ou não se encontram à venda em lado algum. Além disso é difícil recordar este e outros nomes da década de 70, da música de cariz interventivo do pré-25 de Abril, quando apenas se fala à boca cheia de José Afonso (a ele todo o seu mérito!), parecendo que nunca chegou a existir outro músico intervencionista em Portugal!
Ai Portugal, que falta de cultura, que falta de respeito pelo passado. Boa música, pergunte-se ao Zé Povinho, são os artistas “pimba”, é o Quim Barreiros, é o Emanuel, é o Toy, são os Anjos ou os Santamaria. Cultura? “Reality shows” repletos de gente sem o mínimo sinal de inteligência, “talk shows” com temas absurdos e com qualquer “palhaço” que lá queira ir demonstrar as suas habilidades (ou a falta delas!), os “Malucos do Riso” que riso nenhum me provocam, muito pelo contrário, isso é a ordem do dia no Portugal de hoje! Mas nem me vou esticar por aqui senão não paro de escrever!
Adriano faleceu a 16 de Outubro de 1982, tinha 40 anos de idade. 25 anos passaram desde então e que se fez? Este tributo muito abaixo da mediania, com versões que parecem ter sido feitos à pressa, para despachar e partir para outra. A reedição da obra original, completa, devidamente remasterizada, isso sim, era um tributo! 40% http://www.adrianocorreideoliveira.com/
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