Saturday

Thisco - Entrevista

1 – Em primeiro lugar apresenta-te a refere as tuas funções na Thisco.
Luís van Seixas e desempenho as funções de A&R dos artistas nacionais, trato da logística dos eventos da Thisco e masterizo grande parte das edições.
Fernando Cerqueira e sou basicamente o promotor nacional / internacional e trato dos assuntos com os artistas estrangeiros.

2 – Podes fazer um pequeno resumo da história da Thisco, como, quando e porquê surgiu, quem é que está envolvido, o que é que já editaram, actividades paralelas.
LvS: A Thisco comemora presentemente os cinco anos de existência, tem o envolvimento de todos os músicos nacionais até agora editados, uma vez que colaboram financeiramente com as edições, e paralelamente desenvolve eventos com outras editoras / associações / projectos / DJs / VJs / etc. designados por Samizdataclub.

3 – Qual é o objectivo principal da Thisco?
LvS: Fazer chegar e um número maior de pessoas a música e as ideias de artistas nacionais, fundamentalmente lá para fora.

4 – A Thisco não é uma editora propriamente dita mas sim uma associação cultural. Como é que se transformou a Thisco numa associação cultural?
LvS: Penso que é um passo natural. A estrutura da Thisco promovia sem lucros o seu catálogo, a Thisco Associação Cultural consegue pequenos apoios para edições, promove ainda mais artistas, e chega um pouco mais longe na divulgação e promoção.

5 – Como é que surgiu a colaboração com a Fonoteca Municipal? Com essa ligação as vossas edições tornam-se mais baratas para vocês e, por conseguinte, para as pessoas que as compram. Como é que funciona essa colaboração?
LvS: Há cerca de sete anos conheci a Fonoteca Municipal de Lisboa e o Paulo Brás. Falei do meu desejo de editar, mesmo que por conta própria os Sci Fi Industries. Ele disse-me que a Gráfica da C.M.Lisboa poderia disponibilizar-se para fazer as capas. Assim começou o apoio que tem sido fundamental para a continuidade das edições.
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6 – As pessoas têm a hipótese de se inscreverem como sócios e têm direito a todas as edições desse ano da Thisco, assim como a outros bónus. Podes esclarecer as pessoas como é que isso funciona?
LvS: Pelos 30 euros de quotização anual o associado recebe as edições desse ano (nunca menos de 8, e já chegaram a ser 12...), a t´shirt oficial do ano correspondente, e restante material promocional (pins, crachás, cartazes, flyers, catálogos...). As inscrições são feitas, regra geral por mail, os pagamentos por NIB e o associado recebe em casa as edições à medida em que vão saindo.

7 – Esse método não é prejudicial financeiramente para a Thisco?
LvS: Prejudicial seria ficarmos em casa a ver televisão, ou a fazer música que nunca ninguém ouviria! Actualmente a auto edição de 1000, 500 ou 200 CDs é acessível à bolsa de quase todos os projectos e bandas nacionais. Pela Thisco tem-se a mais valia de estarem criados canais de divulgação internacional. Podemos dizer, em jeito de confissão, que a expedição de material / CDs promocionais para o estrangeiro é o gasto mais relevante nas finanças da Thisco!

8 – A Thisco é relativamente recente mas já tem no seu catálogo nomes como Merzbow, KK Null ou Von Magnet. Como é que surgiram estas colaborações?
Fernando: Por estranho que pareça dou-me mais facilmente com artistas estrangeiros do que com os portugueses que muitas vezes colocam obstáculos a colaborações e com os estrangeiros, aqueles que mencionas chegam ao ponto de incentivar as edições, as edições foram sugeridas por eles e alguns deles conheço-os de outras andanças.

9 – O aspecto gráfico das vossas edições é muito cuidado, a apresentação dos discos é excelente. Quem é que se trata desta parte das edições, que é responsável pelas capas e livretes?
LvS: Temos tido vários colaboradores: Carlos Proença e Carlos Galvão (autores das primeiras edições), João Diogo e Paulo Brás (os mais solicitados e atentos colaboradores) e recentemente Mig "Flat Opak" que como ilustrador que é, tem feito um trabalho gráfico muito interessante (Shock of This Light, Sloppy Seconds). Alguns músicos apresentam já a parte gráfica como foi o caso do Merzbow, (F.E.V.E.R.), Ghoak, Ryiaz Master,...

10 – Além das vossas edições em CD, também têm algum merchandising e também distribuem material de outras editoras. Que editoras é que têm e que tipo de merchandising?
Fernando: Não propriamente, de outras editoras o que fazemos é a promoção de editoras estrangeiras em Portugal e em casos especiais fazemos alguma distribuição, mas de somente das suas produções discográficas.

11 – Quais são as próximas edições e actividades da Thisco para a segunda metade de 2006 / início de 2007?
LvS: Prestes a sair estão In Tempus "Luna Sapiens" um projecto muito sério de David Reis (ex-Phantom Vision, ex-Trauma); a compilação "Ryiaz Master" com grandes nomes da electrónica mundial às voltas com uma caixa de ritmos de tablas, o split cd "Seek an Thistroy!" que junta o veterano TatsuMaki (dos VortexSoundTech de Braga) com os estreantes Devhour (Santo Tirso) e City of Industry (Barreiro), que como o título indica aponta para uma atitude mais combativa e agressiva, musicalmente falando. O Slow Soldier (Coimbra) irá sair também em breve, bem como a banda sonora do espectáculo "Deadline Now" por Phil Von (dos franceses Von Magnet). Está prevista uma compilação com artistas da região de Tomar que confirmará os talentos emergentes – Beeper, Urb, U-Clix, Katsumoto, Waste Disposal Machine,...

12 – Como é que vês o estado actual da cena da música electrónica, em Portugal e no geral?
LvS: Muita gente a fazer, menos gente a ouvir, a vertente dançavel é a mais notabilizada e a vertente experimental eclético-fashionista detêm notoriedade efémera. Lá fora existe uma perspectiva mais abrangente da música electrónica e estamos trabalhar para que a electrónica Portuguesa ganhe o seu espaço por mérito próprio.

13 – O que é que tens ouvido ultimamente e que recomendas ao leitores da webzine?
LvS: Os dinamarqueses Spleen United, os velhinhos belgas Klinik, Lightning Bolt, Foetus, Boy Kill Boy, o último maxi dos (F.E.V.E.R.), e muitas demos e edições de autor que chegam à Thisco....

14 – Queres deixar uma última mensagem aos leitores da webzine?
LvS: Não neguem à partida uma Sciencia que desconhecem....

Entrevistador: RDS
Entrevistados: Luis van Seixas / Fernando Cerqueira

Thisco: www.thisco.net

Friday

Dead To Me - Special Professional (Fat Wreck 06)

Symphorce - Entrevista

1 – The new album is more diverse than the previous records. We can listen to the usual Symphorce style but some tracks are way more Thrashy, some are more melodic with a traditional Hard Rock approach and we even have a couple of Gothic Metal oriented tunes. Did it just came out like this or did you really wanted to write this kind of eclectic songs?
We didn’t plan the sound of our new album. We all wanted to record a new Symphorce album and like you wrote, we did. You can hear it in every single song. We’re Symphorce, we’re back, and we’re gonna kick some ass…. But we didn’t remain standing. We’ve never been a band who let sound one album like a previous one. Listen to the last 4 Albums and you will see an evolution. This record is the result of it. Everybody of us has a different and wide spreaded taste of music. If something sounded well, we took it. Why should we limit our music? Metal is a style with a lot of influences. We took most of them…

2 – Are you satisfied with this new album, the songs, the recording process, production, final product?
Yeesssssssssss… we are. This album includes everything we felt: Rawness, aggressions, sentimentality. I like the mixture between the smooth electronic parts and the brutal guitar riffs. Even the preproduction sounded very well. The sound was terrible, but you could feel the result. Right after that, everything went very fast. The studiojob wasn’t easy going, we recorded as fast as possible, but everybody did a great job. I think, more time would not lead to a better sound. We’ve been prepared very well and everything succeeded.

3 – Once again, like in the previous record “Godspeed”, Dennis Ward produced the album. Why did you decide to work with him again?
He knows exactly what he’s doing… and the recording process with him was amazing. He is so fast in recording that the musician can work concentrated only on his own playing. You have nearly no time between the single takes. And if You listen to “Godspeed”, You’ll understand why we choose Dennis once again…

4 – There were some line-up changes and now you have a new drummer, Steffen Theurer. What happened and how did you found this new member?
Sascha wanted to concentrate on his new drumschool. He is living in a small town near Paderborn, It took a lot of time and money to come for rehearsels, photoshootings, recording sessions etc. So it was the only way for him to realize his school. There is no struggle and the whole band whishes him the best. Steffen is a good friend of mine since years. He only played in a cover band and wanted to make own music. The other band members knew Steffen as well. So we decided to let him play a part of the Budapest show (a good friend of the band played the first part of the show). He did a great job. He got one week to learned the songs and no rehearsel. We had a lot of fun on stage and it was interesting how the songs sounded in another new drum version… hahahaha…

5 – The cover artwork is in the same vein than the previous records so, this is already a Symphorce trademark. Who draws the cover artworks?
Travis Smith… he send us this cover and it fits really good to the music… I love it…

6 – The lyrical side in this record seems way darker than before. What kind of subjects influenced you to write the lyrics for “Become Death”?
Andy wrote the lyrics. I‘m convinced that he was influenced from the music, which is much darker than the songs so far. Andy always wrote lyrics about live. Things that happened in his live. Note: It was not easy for the band in the last few years. Our music is not made for narrow-minded people. You said in the first question that our music is diverse. Yes, it is, and it always was. It is still Symphorce, but it involves a lot of influences and styles.Andy agitated a lot for the band. Often he told us what he wanted to do but that’s not possible because of some businessman who “be aware of everything about music”… This might be a reason for the dark lyrics…

7 – Do you have a tour prepared to promote the record?
Not yet. We’d be lucky to present the new record live. We’rer checking a few options, keep an eye on our website. If not, we’re gonna play some single shows…

8 – You can leave now a final message if you want to.
For all the metal fans: Stay open minded. Don’t believe everything the Medias wants to tell you… We can change and reach a lot. And we should!!!

Entrevistador: RDS
Entrevistado: Markus Pohl - Guitar

Metal Blade Records: www.metalblade.de / www.metalblade.com
Symphorce: www.symphorce.net

Job For A Cowboy - Embedded (Metal Blade 07)

Job For A Cowboy – Genesis (2007) – Metal Blade Records

A primeira coisa que salta logo à vista é o nome da banda: Job For A Cowboy! Quem é que se iria lembrar desta? Muito aclamados pela sua editora (é o seu trabalho, pois claro!) mas também pela imprensa em geral eis que, após muito trabalho a nível Underground e de Internet (a ferramenta de divulgação máxima hoje em dia!), estes Norte-Americanos vêm o seu álbum de estreia ser editado (após um EP em 2005, “Doom”). Death Metal a meio-tempo muito brutal mas muito colado a Cannibal Corpse para o seu próprio bem. Mas não são propriamente uns clones! Há aqui algumas ideias interessantes que dão outra dimensão à música dos JFAC. Destaco o excelente tema “The Divine Falsehood”, lento e com uma ambiência bem obscura. Um par de “intermezzos” ambientais dão o ar de sua graça pelo meio da brutalidade que é este disco. Além disso ouvi algo que já não ouvia há imenso tempo: fade-in em alguns dos temas! Já ninguém faz isso! De qualquer modo, gostei do disco, bons instrumentistas, som poderoso e uma fantástica capa, isto tudo aliado ao já referido nome peculiar. Uma boa banda de Death Metal? Sim, sem dúvida. A promessa do Death Metal como têm vindo a ser anunciados? Hum…, também não sei se será assim tanto! RDS
80%
Metal Blade Records: www.metalblade.de
Job For A Cowboy: www.myspace.com/jobforacowboy

[F.e.v.e.r.] - Bipolar [-] (Raging Planet 2006)

The Chelsea Smiles - Heart Attack (People Like You 2006)

Cinemuerte - Stuck In A Moment (Raging Planet 2006)

The Generators – Welcome To The End (2007) – People Like You Records

A primeira vez que ouvi estes The Generators fiquei logo fã. Isso aconteceu com o álbum “Excess, betrayal… and our dearly departed” de 2003. Com o disco seguinte “The winter of discontent” de 2005 mantiveram o nível. Este disco que aqui apresento não é o novo, é sim o disco de estreia que vê agora re-edição via People Like You, a editora da banda desde há algum tempo para cá. O disco foi originalmente editado em 1997, celebra-se portanto o seu décimo aniversário. A nova edição contém os 11 temas originais e mais 3 bónus (entre os quais uma versão de “No Feelings” dos Sex Pistols), além de uma capa nova. Para quem ainda não conhece a banda (o quê?! já a correr comprar a discografia toda!) estes Californianos tocam um Rock ‘N’ Roll bem old school com toques de Punk melódico. Este disco de estreia é bem ecléctico (Rock, Punk, Ska, etc), a contrariar um pouco a discografia actual da banda, e não é o meu favoritom, mas mesmo assim encaixa bem no todo e, acima de tudo, foi o álbum que deu o tiro de saída. Muita energia, muita atitude, grandes malhas com refrões inesquecíveis! Sex Pistols, Stooges, Ramones, Vibrators, Buzzcocks ou MC5 podem ser os culpados desta bomba de Rock no seu estado mais puro! Estejam atentos porque eles estão a preparar um novo disco de estúdio e vão entrar em digressão Europeia. RDS
75%
People Like You: www.peoplelikeyou.de
The Generators: www.the-generators.com

Deep Eynde – Bad Blood (2007) – People Like You Records

São de Hollywood mas não têm o glamour típico desse local que é a meca do cinema mundial, muito pelo contrário, são uma banda bem obscura. Os Deep Eynde apresentam-nos 13(!) temas de Rock ‘N’ Roll com toques de Horrorpunk e Psychobilly, influenciados por bandas como The Damned, Misfits, Samhain, Ramones, Stooges, entre outros. A grande maioria dos temas tem uma temática lírica direccionada para os maus relacionamentos pessoais e amorosos (“Kiss of violence”, “Date from hell”, “Casualty of love”, “Sik of you”, etc) mas desenganem-se os que já estão a pensar em romantismo ou emotividade, aqui trata-se do lado mais negro do Homem nessas situações, a raiva, o ódio, a vingança. Temas na sua maioria meio-tempo e uptempo que variam entre o Rock ‘N’ Roll, Psychobilly, Hardcore e Horrorpunk, refrões sing-a-long, riffs bem roqueiros, melodia constante mas sempre com um ambiente geral negro. Para os fãs das bandas acima mencionadas e todo o rock’n’roller old school que se preze. RDS
80%
People Like You: www.peoplelikeyou.de
Deep Eynde: www.deepeynde.com

Whiskey Rebels – Create Or Die (2007) – People Like You Records

Terceiro trabalho para os Whiskey Rebels e o primeiro através da germânica People Like You. Fusão de Hardcore old-school com Streetpunk e pinceladas de Oi! Ao todo são 12 temas distribuídos por pouco mais de 32 minutos. O som é cru o suficiente neste tipo de sonoridades mas com poder e com tudo bem perceptível. Muita energia, muita atitude, refrões sing-a-long, riffs bem sacados, voz crua mas com tonalidades mais melódicas. Gostei disto e recomendo! Para fãs de Roger Miret & The Disasters, Rancid, Dropkick Murphys, etc. RDS
80%
People Like You: www.peoplelikeyou.de
Whiskey Rebels: www.whiskeyrebels.com

Twentyinchburial – Radiovenom (2006) – Raging Planet Records

Os Twentyinchburial fazem uma pequena adaptação da sua sonoridade neste novo “Radiovenom”. Ao anterior estilo Screamo / Hardcore passam a introduzir alguns riffs mais Thrash e umas aproximações ao Metalcore, hoje tão em voga. É certo, a mudança de sonoridade não foi assim tão radical, apenas fizeram uns ajustes para ficar mais “actual”, mas mesmo assim fica a sensação de que estão a tentar apanhar o comboio. Também tenho que ser sincero, este tipo de vocalizações Screamo nunca me agradaram, prefiro as vocalizações de Hardcore mais old-school. A este tipo de vocalizações ainda adicionam uns toques mais Emo. Alguns riffs bem sacados às 6 cordas, algumas ideias giras, mas não passa disso. As letras essas, são do mais simples e banal (a letra de “Amo-te” é simplesmente… falta-me o termo). Com tantas gravações e concertos às costas, numa tão curta carreira, deviam saber fazer melhor. A meio do disco já estava farto, sinceramente. A produção, essa está imaculada! Cortesia do senhor Tue Madsen (que também contribui com guitarras e teclados), o nome obrigatório hoje em dia neste tipo de sonoridades. Além disso há aqui colaborações de Jacob Bredahl (Hatesphere) e Sofie Christensen. Mas nem isso safa o disco. Para quem gosta da onda, isto deve ser um petisco, para mim, não! O que é, é bem feito, mas não é nada de soberbo e está longe de ser uma obra-prima da música. O EP de estreia “The Sand Crystal”, isso sim, estava potente e brutal! Mas já lá vai esse tempo. RDS
65%
Raging Planet Records: www.ragingplanet.web.pt
20IB: www.twentyinchburial.com

Thursday

Six Feet Under - Ghosts Of The Undead ("Commandment" Metal Blade 07)

www.metalblade.de

Amon Amarth - Cry Of The Black Birds ("With Oden On Our Side" Metal Blade 06)

www.metalblade.de

Video de apresentação de "Maldoror" dos Mão Morta

More Than A Thousand – Volume II The Hollow (2006) – Raging Planet Records

Os MT1000 (agora radicados na Inglaterra) já não se encontram na linha anterior do Hardcore / Screamo / Emocore que os viu surgir. Actualmente, e este álbum é prova disso, estão numa linha bem mais melódica de orientação Emo e Rock alternativo, embora as vocalizações mais “gritadas” (leia-se: screamo) surjam de vez em quando para “apimentar” as coisas. Os MT1000 já tinham esta faceta, mas era apenas uma parte integrante da sua sonoridade global, e aqui e agora ela é a regra absoluta. Os temas são melódicos e introspectivos mas mesmo assim roqueiros. Há aqui boas ideias, bons riffs de guitarra, melodias, passagens mais calmas alternadas com outras mais intensas. Mais temas uptempo (mesmo que melódicos) como “Everyone, Everywhere, Everything Ends” ou “From Hell…” davam outra dinâmica ao disco.Para quem gosta de coisas mais “levezinhas” mas que, ainda assim, gosta de ouvir as suas guitarradas e ataques de fúria de vez em quando. Não é disco que eu ouça todos os dias, mas gosto ou, pelo menos, percebo até certo ponto o que estão a tentar fazer. É daqueles discos que é preciso estar no espírito certo para o ouvir. Muitos pontos acima de muitas outras bandas do género que vêm do outro lado do Atlântico, ou até mesmo aqui da Europa. RDS
75%
Raging Planet Records: www.ragingplanet.web.pt
MT1000: www.morethanathousand.com

Cinemuerte – Born From Ashes (2006) – Raging Planet Records

Cinemuerte é um duo que surge das cinzas dos Nua que nem Fénix renascida (tinha mesmo que usar a brincadeira!). Fusão de Rock, Pop, Gótico, Metal e alguma electrónica. Influências, é difícil dizer pois estão bem assimiladas e dissimuladas. São cerca de 49 minutos divididos em 12 temas, entre os quais uma particular versão de “Entre Dos Tierras” dos extintos rockers Espanhóis Heroes Del Silencio. É este o único ponto fraco do disco, pois o tema esta irreconhecível. Claro, as versões têm que ter sempre o cunho da banda que a faz, mas aqui, só mesmo a letra é do original, não se vislumbra nem uma pequena réstia da melodia original. É um tema dos Cinemuerte com a letra do referido tema dos Heroes Del Silencio. Podia ter ficado para outra edição, single, compilação ou até mesmo como faixa escondida. Há ainda uma parte multimédia a mencionar mas apenas tem umas fotografias, podia estar mais completa, as fotos podiam vir no livrete do CD, faltava era um video ou dois. Tirando esta versão e a faixa multimédia, todo o disco está soberbo! Os Cinemuerte abordam a sua música como a arte que é, logo no formato da banda (um duo) isso é notório, também o é nas letras, na apresentação do disco, assim como em todo o conceito e pequenos pormenores que rodeiam a banda no geral. Um disco de músicos / artistas / performers que pode agradar tanto a mentes mais abertas a este tipo de liberdades e conceitos artísticos como também ao comum ouvinte, pois todos os temas têm uma abordagem muito Pop e de formato de canção com melodias e refrões orelhudos. Dá gosto ver que ainda há gente que se preocupa com o lado artístico da música e tenta criar algo de si e não uma mera cópia pálida do que os outros fazem ou fizeram. Uma excelente surpresa e uma pedrada no charco do marasmo musical e cultural do qual padece Portugal actualmente. RDS
90%
Raging Planet Records: www.ragingplanet.web.pt
Cinemuerte: www.cinemuerte.net / www.myspace.com/cinemuerte

Men Eater – Hellstone (2007) – Raging Planet Records

Todas as críticas que li, até ao momento, acerca desta estreia dos Men Eater, são positivas. Toda a gente fala maravilhas deste disco. À primeira audição “Hellstone” não me chamou minimamente a atenção, por isso mesmo fiquei reticente sobre o que escrever acerca do disco. Hoje fiz um esforço e sentei-me a ouvir o disco do início até ao fim, para ver se encontrava “aquilo” que chamou a atenção a gente. Para situar os mais desatentos, estes Men Eater incluem na sua formação (ex)membros de bandas como For The Glory e Blacksunrise e tocam uma fusão de Stoner / Sludge e Post-Rock com pinceladas de Doom, onde influências de nomes como Mastodon, Isis, Pelican e Kyuss são bem notórias, entre outras menos óbvias como Saint Vitus, High On Fire, Unsane ou Godflesh. Há aqui boas ideias (algumas mesmo boas!), mas também há outras que nem tanto ou que são repetidas até ao limite, tornando-se assim um álbum de altos e baixos. É este o grande disco de que todos falam? Não. Por vezes vão uns atrás dos outros e se alguém “mais entendido” na matéria diz que sim, todos acenam como a cabeça de cima para baixo e de baixo para cima. É sim um bom disco de estreia que promete altos voos. Um segundo disco é que poderá vir confirmar a banda. Acredito que sim. Ponho um polegar no ar como que a dizer “fixoide!”, isso sim, mas não ponho os dois no ar, complementados por um sorriso tipo criança com brinquedo novo, isso não. Temas a destacar (e aqui leia-se: “mesmo grandes malhas”): “Drive Dead”, “Lisboa” e “You Mean The Trash To Me”. RDS
75%
Raging Planet Records: www.ragingplanet.web.pt
Men Eater: www.myspace.com/meneaterdoom

King Kurt – Destination Zululand: Live (2006) – Cherry Red

Este deve ser o concerto mais sujo de sempre! Farinha, ovos, papel higiénico, feijões (?) e muitos outros produtos de mercearia que se possam imaginar. O vocalista está completamente sujo da cabeça aos pés e o chão palco está uma autêntica porcaria, assim como a própria audiência! Mas de certeza absoluta que todos tiveram uma grande dose de diversão. Quem me dera ter lá estado também a dançar, a atirar farinha e papel higiénico pelo ar, e a divertir-me imenso. Fartei-me de rir às gargalhadas ao visionar este DVD. A música não é das mais originais mas tem um certo feeling de diversão inerente que é inquestionável. Muitos temas dos King Kurt como o top single “Destination Zululand”, “Mack The Knife” e “Banana Banana” (esta deve ser a canção mais estúpida de sempre!) e o top ten hit “Zulu Land”, as dançáveis “Wreck A Party” e “Do The Rat” (com um toque de 50s Twist), assim como velhinhas como o clássico “Lonesome Train” (será que há algum raio duma banda de Rockabilly, Psychobilly, Rock ‘N’ Roll que não tenha tocado este tema ao vivo, pelo menos uma vez?). Esta é a primeira actuação ao vivo da banda editada em DVD. A gravação foi feita no lendário Marquee Club em London, Inglaterra, a 30 de Dezembro de 1983. Montes de Rockabilly, dança, uma grande sujeirada e muita diversão! Mais uma vez, obrigado à Cherry Red Films por esta edição mas, mais uma vez, um par de extras também seria interessante. A semi-entrevista de abertura é engraçada mas sabe a pouco. RDS
90%
Cherry Red Films: www.cherryred.co.uk

Roger Miret & The Disasters – My Riot (2006) – People Like You

Este é já o terceiro álbum para este projecto de Roger Miret, líder dos Agnostic Front. O estilo é o mesmo dos discos anteriores, Streetpunk com certas influências Oi! e uma ou outra guinada ao Hardcore mais old school (“Fxxx You”, “TV News”), mas aqui vão um pouco mais longe, experimentando com Reggae (mas pouco!, “Janie And Johnny”), algum Rock’N’Roll cru e directo (“Ramones”) e inclusive algumas passagens acústicas (“Everything I Do”) que dão ao disco um outro colorido. Eu já tinha gostado muito do anterior trabalho “1984” (Hellcat / Epitaph, 2005) e este continua no mesmo alto nível. São pouco mais de 33 minutos sempre a dar, com um espírito de rua bem vincado e uma atitude verdadeira e sincera que falta em muitas das bandas novas que se auto-intitulam de “Punk”. 15 novos temas (mais um Reggae Remix de um dos temas do álbum que poderia ter ficado de fora!) que vão fazer as delícias de quem gosta de Streetpunk e bandas como Bombshell Rocks, Bouncing Souls, Dropkick Murphys, Agnostic Front na sua fase mais Streetpunk, Rancid, Lars Frederiksen & The Bastards, etc.Falta ainda referir que o produto final vai ter como bónus o vídeo para o tema “My Riot”, que infelizmente o meu CD promocional não tem. Mas de qualquer maneira o vídeo está disponível no website da PLY e já o saquei. RDS
90%
People Like You Records: www.peoplelikeyourecords.com
Roger Miret & The Disasters: www.thedisasters.com

If Hope Dies – Life In Ruin (2006) – Ironclad / Metal Blade

Mais uma banda de Metalcore a editar pela Metal Blade (licenciado da Ironclad Recordings). Parece que o filão ainda não esgotou! Pelo menos é isso que a Metal Blade parece pensar. O que é que se pode dizer de mais uma banda do estilo que não se tenha dito noutras críticas, acerca de inúmeras outras bandas e álbuns? Bom, se calhar é melhor dar umas pequenas informações acerca dos If Hope Dies em primeiro lugar. São de Nova Iorque (USA) e este é o seu terceiro disco de originais. Este novo álbum foi produzido, gravado e masterizado por Jason Suecof (Trivium, God Forbid, Roadrunner Allstars) nos estúdios Audiohammer em Orlando, Florida. Aqui os riffs parecem ser bem mais old school que os dos seus pares. Riffs de influência Thrash Metal bem acutilantes e acompanhados de alguma melodia, embora também haja aqui alguma influência Sueca (“Fear Will Keep Them In Line”). Parece que este tipo de visualização é popular nas críticas hoje em dia por isso vou fazê-lo também: imaginem os Arch Enemy na sala de ensaio dos Lamb Of God a fazer versões de Hatebreed e têm uma certa ideia do que é o som If Hope Dies. Ou qualquer coisa assim! Apenas quis incluir este tipo de observação numa das minhas críticas! Nada de novo, nada de original, apenas mais do mesmo, bem tocado é verdade, com boas ideias aqui e ali, mas nada mais. Não há identidade nos temas, ouve-se um e já se ouviram todos. A meio do álbum já estamos fartos. Quando esta onda morrer, apenas as boas bandas vão ficar, e mesmo algumas dessas bandas vão enveredar ou pelo lado mais Hardcore ou pelo lado mais Metal. Entretanto, aqui têm mais um disco para aqueles que ainda não se fartaram de ouvir Metalcore. RDS
70%
Metal Blade Records: www.metalblade.de
Ironclad Recordings: www.ironcladrecordings.com
If Hope Dies: www.ifhopedies.com

Twentyinchburial - Entrevista

1 – Este novo trabalho foi gravado nos estúdios Antfarm na Dinamarca. Como é que surgiu essa oportunidade de gravar nestes estúdios com o Tue Madsen?
Nós andavamos à procura de um bom produtor, surgiu a oportunidade de entrar-mos em contacto com o Tue, ele gostou e quis entrar no processo do Radiovenom.

2 – Neste disco a vossa sonoridade teve uma mutação do Hardcore / Screamo que tinham antes para uma sonoridade mais Thrashada com influências da nova escola Sueca. Esta mudança foi deliberada ou surgiu naturalmente na composição dos temas?
Não creio que tenha havido qualquer mudança a nível sonoro, a banda de facto reinventou-se, mas isso é um processo de desenvolvimento, faz parte da evolução da banda, mas continuamos a fazer o mesmo que faziamos em 2000.

3 – Fala-me um pouco das letras deste disco e dos assuntos abordados nas mesmas.
As letras neste disco, são menos complexas, mais directas e simples, de forma às pessoas captarem a mensagem mais rapidamente, no geral, fala no fundo sobre as coisas que são ditas nos media etc... que por vezes são grandes mentiras e que são levadas a sério pela maioria do publico! Dai o nome Radiovenom.

4 – No disco encontram-se como convidados o próprio produtor Tue Madsen, Jacob Bredahl dos Hatespere, Palle Schultz e Sofie Christensen. Como é que estas participações surgiram e de que maneira é que o seu contributo traz algo de novo ás músicas em que participam (e quais são elas, pois no CD não vem isso referido)?
Surgiram de uma forma natural, eram amigos do Tue, e o Jacob já o conheciamos de termos tocado com os Hatesphere em Portugal, o Tue achou que fazia sentido de facto dar um outro ambiente a determinadas canções, e acabou de facto por fazer todo o sentido.

5 – Como é que tem sido a aceitação ao disco, tanto a nível de imprensa como de público?
Está muito bem aceite.

6 – E em relação às actuações ao vivo, têm surgido muitas oportunidades de apresentar esta nova edição? Como é que têm corrido esses concertos?
Tocamos mais lá fora do que aqui em Portugal, tb se calhar pelo facto, de estarmos na GSR agora.

7 – Quais são os vossos projectos para um futuro próximo?
Continuar a trabalhar com a mesma humildade desde 2000.

8 – Como vês a cena musical actual, Rock, Punk, Hard ‘N’ Heavy, etc, no geral e em particular em Portugal? Que novas bandas e/ou tendências te têm despertado mais interesse?
Gosto dos Fiona At Forty, mas tenho a certeza de que existem muitas outras bandas fantásticas em Portugal.

9 – Em jeito de despedida, queres deixar uma última mensagem ou ideia ou algum assunto importante que tenha ficado por referir?
Muito importante, não haver preconceitos em relação à musica pesada em Portugal, nem haver rótulos completamente absurdos! Caso contrário, nunca iremos evoluir para lado nenhum, e em vez de 20 anos atrasados vamos ficar 50! Por isso, o preconceito mata a evolução da música, e não confundam esta resposta com gosto musical.
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Entrevistador: RDS
Entrevistado: Ricardo da Rocha Correia - Guitarra
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Twentyinchburial: www.myspace.com/twentyinchburial
Raging Planet Records: www.ragingplanet.web.pt

Stackridge – Re-Releases 2007 – Angel Air Records



A Angel Air Records está a re-editar aos poucos os álbuns dos Britânicos Stackridge neste ano de 2007. Tenho em mãos 4 dessas re-edições, “Friendliness” de 1972, “The man in the bowler hat” de 1973, “Extravaganza” de 1974 e “Mr. Mick” de 1976. O som dos Stackridge assenta num Pop dos 70s com tendências Folk e Progressivas. As influências vão desde The Beatles ou Supertramp, na vertente mais Pop, passando pelo Prog / Folk dos Jethro Tull, Fairport Convention na orientação Folk e até mesmo algum Genesis dos inícios.O primeiro disco a ser revisto é o segundo disco da banda, “Friendliness” (70%) de 1972, o único com temas extra (4). Abre com “Lummy days”, um instrumental de 70s Prog / Folk; “Syracuse the elephant” segue uma via mais Pop mas com os elementos Progressivos aqui e ali e com alguns sons orientais, um dos melhores temas do disco; segue na mesma onda Pop / Folk / Prog, sempre muito levezinho; acaba com o tema-título “Friendliness” (pouco mais de 1 minuto) e acaba o alinhamento original com “Teatime”, Folk / Prog linha Jethro Tull mas com toques sinfónicos; nos temas extra destaco “Purple spaceships over yatton”, um dos temas mais “pesados”, bem roqueiro. O álbum “The man in the bowler hat” (80%) abre com “Fundamentally yours” numa linha mas Beatles / Pop Britânico dos 70s; segue com “Pinafore days” numa toada Folk com certos toques de musical da Broadway; segue um dos melhores temas do disco, “The last plimsoll” com o Progressivo a começar a dar o ar de sua graça, mas sem perder a orientação Folk, a lembrar Jethro Tull; “The road to Venezuela” faz lembrar Fairport Convention; em “The galloping gaucho” voltamos ao Progressivo com mais um grande tema, aqui com um certo ambiente circense; fecha com “God speed the plough”, mais uma grande música, com violino, orquestral, quase cinematográfica, e com mais Folk / Prog via Jethro Tull a vir à memória. Este é o meu disco favorito dos três. Segue “Extravaganza” (70%) de 1974. Inicia com “Spin round the room” numa toada mais Funky (que se volta a ouvir em “Rufus T Firefly”), não é bem o meu estilo. O estilo não foge muito dos álbuns anteriores. É mais do mesmo. Em “No ones more important than the earthhwom” é um dos destaques com uma linha mais 70s Prog de contornos sinfónicos. O tema seguinte “Pocket billiards” também se pode destacar, mais um bom tema de Progressivo da década que marcou o estilo. Voltam mais uma vez a fechar com um tema mais orquestral, “Who’s that up there with Bill Stokes?”.Fecha-se este artigo com “Mr. Mick” (85%), um álbum originário de 1976. Aqui temos um duplo CD e passo a explicar. O álbum original era baseado num poema (sobre a lenta decadência de um idoso pensionista) e tinha diversos diálogos. A editora não gostou do disco e mandou cortar a maior parte das partes faladas. A banda não gostou muito de ver a sua obra retalhada mas lá teve que aceder. O alinhamento ficou diferente, com trocas de temas e sem os diálogos, perdendo grande parte das suas características artísticas. O que temos nesta re-edição é o álbum que saiu para o mercado e o álbum original remasterizado, disponível pela primeira vez em 31 anos. O estilo não varia muito do habitual, mas aqui trata-se de um álbum conceptual e com toques mais Progressivos e com algum experimentalismo à mistura. Aqui vem à memória Genesis era “The lamb…” e algum Van Der Graaf Generator e ELP, mas aqui sempre com um sentido mais Pop, de fácil absorção por parte do ouvinte. Não é do melhor que ouvi no género mas é um álbum acima da média, com alguns apontamentos interessantes e que tem de se ouvir várias vezes para se começar a perceber e gostar. Além disso tem de se ouvir na íntegra, tal como qualquer outro disco conceptual, até porque as faixas estão todas interligadas (no alinhamento original, o alinhamento da edição de 76 era “normal”, com as faixas separadas), dando uma continuidade musical que se encontra também no conceito lírico. O “canto do cisne” dos Stackridge? É ouvir e tirar conclusões. Esta edição vale acima de tudo pela recuperação do alinhamento original. RDS
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Angel Air Records: www.angelair.co.uk

Psychobilly / Horrorpunk / Garage Rock



Neste artigo irei apresentar 9 CDs, de 4 editoras diferentes, nas linhas do Psychobilly, Horrorpunk e do Garage. Começo com uma re-edição de uma banda Britânica, The Batfinks “Wazzed N’ Blasted” (85%), disco que foi lançado originalmente em 1989 pela extinta Link Records e que tem re-edição em 2007 pela Anagram / Cherry Red na sua “Psychobilly Collectors Series”. Além dos 14 temas originais temos como bónus mais dois temas ao vivo do mesmo ano (ambos também no alinhamento de estúdio). Psychobilly do que eu mais gosto, bem rápido, potente e sinistro, com letras sobre monstros, vampiros, sangue, inferno, etc. É difícil destacar temas mas posso referir “Brain damage”, “Gonna kill my baby” e “Dracula’s castle” como meus preferidos, assim como os temas ao vivo que soam bem potentes e rápidos. Segue-se mais uma re-edição, esta vinda do USA, The A-Bones “I was a teenage mummy” (70%), originalmente lançado em 1992, banda sonora para o filme independente do mesmo título (edição da Limb Ghost Films). Nesta edição de 2005, além do disco original temos 14 temas extra de 1985, 1988 e outros nunca antes editados. Garage Rock bem trashy e com toques de 60s e Blues. Não me chamou muito a atenção por ter uma orientação muito Blues Rock mas até há aqui algumas ideias engraçadas. A edição é da Norton Records. Seguem-se 3 edições da Norteamericana Poptown Records. Os primeiros são os The Scared Stiffs com “Autopsy Turvy” (75%) de 2005, Horrorpunk com uma toada bem Rock ‘N’ Roll a mid-tempo, 15 temas e um vídeo. Não é nada de excepcional mas é bem feito e com muita garra e atitude. “My mother the carnivore” faz lembrar Ramones (excepto na letra), “Zombified” é o tema que tem direito ao videoclip (vídeo fantástico sem dúvida, numa linha gore mas divertido qb), “Voodoo girl” é grande malha Rock ‘N’ Roll, “Pale grey eyes” é mais melódica. Ouve-se bem mas no final do CD não temos a vontade de voltar a carregar no play. Uma maior definição no som ajudava mais, não sem nem verdadeiro Horrorpunk nem puro Rock ‘N’ Roll. She Wolves apresentam “Mach one” (80%). Trata-se de uma banda que reúne a guitarrista / vocalista Donna She Wolf (ex- Cycle Slut From Hell) e o baterista Tony Mann (ex-G.G. Allin / ex-Dee Dee Ramone). 12 temas linha Rock ‘N’ Roll / Punk / Hard Rock com som cru e áspero, material mais duro que na banda anterior. Há aqui colaborações de Sylvain Sylvains (New York Dolls, na cover de “Sheena is a punk rocker” dos Ramones), Jayne County (em “Razor clam” e na cover de “Califórnia uber alles” dos Dead Kennedys) e Deb O’Nair (Fuzztones, em “Heathen set”). Mais uma vez, bom material, com muita atitude mas, no final tiramos o CD do leitor e voltamos a coloca-lo na prateleira. A última edição Poptown é uma colectânea de 2006 intitulada “Ghouls gone wild” (85%). São 17 bandas com mesmo número de temas, com gravações que vão desde 1992 até 2006. Umas bandas mais conhecidas (Electric Frankenstein, Rezurex, The Groovie Ghoulies, etc), outras mais Underground (Calabrese, Thee Merry Widows, Frankenstein, etc) e, claro, bandas do catálogo da própria editora (The Scared Stiffs, She Wolves, etc). O estilo varia entre o Rock ‘N’ Roll mas old school, Horrorpunk, Gothpunk, Psychobilly e algum Surf Rock. O disco vem apresentado num belo digipack com cartoons bem horríficos a condizer com a música e uma grande capa! A destacar os Calabrese com “Phantasmagoria” (grande malha, grande refrão, a minha preferida no CD), Electric Frankenstein (sempre em forma), os Rezurex com “Devil woman from outer space” (numa toada mais Rockabilly), The Groovie Ghoulies com “The beast with five hands” (60s’ / Trash / Garage), The Other com “Hyde inside” (Gothpunk bem sinistro e com um belo refrão), Krissteen com “Luv the one ya whip”, Thee Merry Widows com “Aileen” (Psychobilly feito por mulheres), mas as outras bandas também estão bem. Seguem 3 edições de 2006 (e uma colectânea de 2005) da Norteamericana Kaiser Records, uma independente na linha do Psychobilly. The Memphis Morticians apresentam “Play primitve trashman… and 13 other love songs” (80%). São 14 temas de Psychobilly bem trashy / lo-fi. É mesmo difícil destacar temas, é tudo bom. “Devil’s raid”, “Downer party boogie”, “Corpse grindin’ baby” e “Electric hair” são mais rápidos, “Linda Lee” é mais lento e sinistro, gosto da melodia de guitarra de “Hearse drivin’ man” e “Primitive trashman” é mais Rockabilly. The Nightstalkers apresentam em “Toxic Cesspool” (85%) um estilo que eu aprecio mais, como já disse antes, material mais rápido, potente e com aquela aura sinistra tanto a nível musical como lírico. 12 temas dos quais destaco: “Tombstone hop”, “Road race”, “Cheap thrills”, “Grave robbin’ bandit”, a grande malha “The Witch (é uma cover, não sei de quem) e a final “Toxic cesspool”. Seguem os Lonesome Kings e “Legendary suffering” (85%). Estes conseguem acelerar mais que os anteriores. 13 temas a rasgar do início ao fim, para quem gosta de Psychobilly bem enérgico e rápido. A fechar a revisão da Kaiser Records e este artigo, a colectânea “Soundtrack to oblivion” (70%) de 2005. 21 novas bandas Psychobilly vindas do Underground com 21 temas, na sua maioria nunca antes editados ou disponíveis em CD. A destacar os Lonesome Kings, Tombstones, Nightstalkers, Evil Devil, Batmobile, Asmodeus. Serve para conhecer as novas bandas emergentes da cena Psychobilly, mas não passa disso mesmo, uma colectânea Underground com diversas bandas e faixas com diferenças de som. Mas mesmo assim, este tipo de iniciativas são sempre bemvindas, e sempre dá para descobrir uma ou outra preciosidade. RDS

Cherry Red Records: www.cherryred.co.uk
Norton Records: www.nortonrecords.com
Ghost Limb Films: www.ghostlimbfilms.com
Poptown Records: www.poptownrecords.com
Kaiser Records: www.kaiserrecords.com
The Memphis Morticians: www.memphismorticians.net
The Nighstalkers: www.nightstalkers.ca
Lonesome Kings:www.lonesomekings.com

Wendy O. Williams – Bump ‘N’ Grind: Live (2006) – Cherry Red

A controversa Wendy O. Williams foi a líder dos Punk Rockers Norteamericanos Plasmatics nos finais da década de 70. Após a dissolução dos Plasmatics ela seguiu uma carreira a solo na década de 80 numa linha mais Hard ‘N’ Heavy. Gravou diversos albums sob nome próprio (incluindo um single com o Lemmy dos Motörhead) e em 1989 deu-se uma reunião dos Plasmatics e o álbum conceptual “Maggots: The Record” foi gravado. Após isso Wendy O. Williams retirou-se do mundo da música. As suas actuações ao vivo incluiam despedaçar carros, destruir aparelhos de TV com marretas e cortar guitarras ao meio com motoserras; “vestia-se” usualmente com pouco mais do que creme ou fita-cola isoladora; os problemas com a polícia eram usuais devido às atitudes obscenas dentro e fora do palco; pousou nua para diversas revistas masculinas e os Plasmatics foram até banidos em Londres. Apesar da sua reputação esta foi nomeada para um Grammy na categoria de “Best Female Rock Vocal” em 1985. A 8 de Abril de 1998 cometeu suicídio, tinha então 48 anos de idade.A actuação contida neste DVD foi gravada no Camden Palace Theatre em London a 1 de Outubro de 1985. Encontram-se aqui grandes temas como “Goin’ Wild”, “No Class”, “Party”, “Live To Rock”, e até uma versão de “Jail Bait” dos Motörhead com a participação dos próprios Lemmy e Wurzel. Há aqui o aparelho de TV destruído com a marreta, a guitarra cortada em dois com uma motoserra, o bikini de cabedal, um seio fora do bikini a certa altura, a atitude anárquica bem rock ’n’ roll e muito e bom 80’s Hard Rock bem alto e rápido. Não sou grande fã da sua voz áspera mas a música agrada-me, sendo fã dessse tipo de Hard Rock dos 80s, e esta actuação em particular está cheia de energia e poder. A Cherry Red Films está a fazer um bom trabalho a recuperar estas gravações dos 70s e 80s em DVD mas é uma pena que apenas possamos ver 55 minutos de performance ao vivo a nada de extras. Talvez um par de videoclips ou uma curta entrevista ajudassem a complementar o material ao vivo. De qualquer maneira, esta é uma bela peça da história do Rock ‘N’ Roll e um testemunho de uma das mais controversas Punk Rockers nos USA, e TU deves adquirir isto o mais rápido possível! RDS
85%
Cherry Red Films: www.cherryred.co.uk

Tagada Jones – Le Feu Aus Poudres (2006) – Enrage Production

A primeira vez que ouvi os Franceses Tagada Jones fiquei logo fã, era o álbum “Manipulé” de 2001. O som na altura era muito mais Hardcore e fazia-me lembrar os The Exploited fase “Beat The Bastardas”. Nunca pensei que a língua francesa se adaptasse tão bem a este tipo de sonoridades, seja Metal, seja Hardcore, ou outra qualquer. O que tinha ouvido vocalizado em francês antes não me tinha convencido, mas aqui o francês parece até dar outra dimensão à música. Depois seguiu-se mais uma bomba, o álbum “L’Envers Du Décor” em 2003, já com outras influências como o Metal ou algumas sonoridades mais alternativas (por exemplo, a última faixa é uma versão Dub de um dos temas do disco). O peso e a atitude continuavam por lá, apenas tinham feito um upgrade ao seu som. Este novo trabalho mantém o estilo dos Tagada Jones e continua a dar esse passo em frente. Além de 12 novos temas da edição normal, há ainda uma edição limitada em digipack que contém 5 bónus que demonstram precisamente essa abertura de mente da banda, duas remisturas feitas por Shane Cough (com uma fantástica remistura pesadona de “Le Drapeau”, um tema do álbum) e Bionik Dread (não vou muito nisto das remisturas mas está até está bem feita, assim como a anterior), uma colaboração com os La Phaze (com uma orientação electrónica e vocalizações Reggae a acompanhar as vozes raivosas), uma colaboração acústica com os Guizmo e ainda um tema escondido sobre o qual não tenho informações (como habitual nestes hidden bonus track). A fusão de Hardcore, Metal, Punk e alguns apontamentos electrónicos tornam este disco bem ecléctico, sem no entanto parecer uma manta de retalhos. O tema título evidencia bem esse eclectismo parecendo uma faixa perdida dos Ministry da fase “Psalm 69”. Muito peso, muita raiva, alguma melodia, alguma velocidade (não muita, apenas a necessária para manter a música dinâmica), riffs bem sacados, ideias originais e muita atitude. A produção também é fabulosa, o som está pesado quanto baste e consegue-se ouvir tudo muito bem, o que convém pois por vezes passam-se muitas coisas ao mesmo tempo. O único senão deste álbum é que é o mais “ligeiro” de todos, o anterior era muito mais pesado. Mas isso não lhe retira a sua potencialidade!Parece que já são até uma banda de alto calibre na França, já têm 13 anos de existência, 5 álbuns, 2 EPs, mais de 40 participações em compilações, mais de 50000 discos vendidos em França (11000 dos quais do anterior álbum), 19 países visitados em digressão e mais de 850 concertos, além de licenciamentos em países como Bélgica, Suiça, Holanda, Canadá e até mesmo no Japão. Para quem tem mente aberta e não se limita às bandas de expressão anglo-saxónica, esta é uma excelente proposta. Os álbuns mais antigos ainda não os conheço muito bem para falar deles, mas recomendo também os álbuns já mencionados (que eu gosto até muito mais do que deste novo!). RDS
90%
Enrage Production: www.enrageprod.com
Tagada Jones: www.tagadajones.com

T.A.O. - The Abnormal Observations (2006) - Unicorn Digital

Este é o álbum de estreia desta banda Polaca T.A.O. O álbum já teve uma edição de autor em 2005, e nas acções de promoção do mesmo por parte da banda, um dos exemplares foi parar aos escritórios da Canadiana Unicorn Digital. O que aqui estou a apresentar-vos é uma re-edição desse mesmo álbum de estreia. As influências destes T.A.O. variam desde Pain Of Salvation (bem evidente), Planet X, Tower Of Power, projectos de Mike Patton (influências patentes nas vocalizações e em algumas passagens mais experimentais) e algum Jazz Rock linha John Zorn (na sua faceta mais Rock). Aqui não se encontra o habitual formato de canção, mas sim peças experimentais com partes mais progressivas, e algumas até mais apoiadas na guitarra Rock / Metal, alternadas com passagens mais calmas ou jazzísticas e até Funk. Ou até um blastbeat (“Se ma nei”) que me deixou um bocado confuso e depois mais atento à música. É, talvez, uma daquelas bandas que, ou se gosta à primeira ou se detesta. Eu diria mais que é um gosto adquirido, é necessário ouvir 2 ou 3 vezes para se começar a perceber e apreciar. A música pode agradar tanto aos habituais ouvintes de Rock Progressivo mais tradicional como aos apreciadores de bandas mais vanguardistas como os já referidos Pain Of Salvation (a colagem descarada a estes retira-lhes algum crédito) ou projectos de Mike Patton ou John Zorn. De qualquer modo uma boa banda e um bom álbum de Progressivo mais vanguardista, mas falta uma certa identidade e alguma rodagem que talvez um segundo álbum já tenha. É esperar para ver (ou ouvir), e para já ouvimos “The abnormal observation” com algum gozo. RDS
80%
Unicorn Digital: www.unicorndigital.com

Cinemuerte - Entrevista

1 – O vosso nome é intrigante. O que é que significa “Cinemuerte”?
Cinemuerte dá nome a um festival internacional de cinema de terror. Achámos simplesmente piada ao conceito.

2 – Este é já o vosso álbum de estreia mas a banda é relativamente recente. Podes falar um pouco da história da banda desde o anterior projecto Nua até à data, referindo os pontos mais importantes?
O João e eu reencarnámos neste novo projecto, oriundo de NUA, banda de rock underground dos anos 90. Os NUA deram-nos 9 anos, 9 vidas de loucura, insensatez, desgraça. Os NUA permitiram-nos apreender as “regras do jogo”. Sim, a música é um jogo, como tudo na vida. Quem é nega, é tonto. A banda encerrou-se como tudo encerra em capítulos na vida.

3 – Cinemuerte é um basicamente um duo. Explica-me um pouco este conceito da banda.
Bem, dos NUA, sobrámos nós: as nossas ideias, a nossa vontade, a nossa paixão,....não desistir embora todos queiram-te de joelhos, dobrado, derrotado, humilhado. E nem sabes bem porque estás determinado a sofrer, mas há uma paixão intrínseca que não te larga. Estávamos de facto cientes das nossas capacidades e limitações....mas há que encarar toda a limitação como um desafio, uma oportunidade única para te desafiares, crescer, construir. Saberes até que ponto és capaz.. Requer alguma dose de loucura como referi há pouco. No fundo, se pensássemos muito, o João e eu teríamos talvez ficado pelo caminho, mas acho que essa despreocupação é comum aos dois.... Act! Do not think too much about it! Em relação ao conceito de banda a dois, claro, o trabalho quadriplicou, acrescentando curiosamente em paralelo produtividade. Sabíamos também que havia muito entendimento. Somos open-minded. Gostamos um pouco de tudo. Não somos nada limitados quanto a influências musicais. Se te dissesse que encaro a composição da música como a concepção da nossa personalidade: repara. Se viajares muito, passares pelos países mais comuns como pelos países mais estranhos deste mundo, isso trar-te-á uma riqueza estrondosa que irá definir-te enquanto pessoa. E nesta linha de pensamento, penso que o João e eu trazemos essa riqueza. Ouvimos tudo.

4 – A sonoridade dos Cinemuerte é muito ecléctica tem um pouco de Rock, Pop, Metal, Gótico e até electrónica. De onde provêm as inspirações para a sonoridade da banda?
Tal como te referi na resposta à questão colocada anteriormente, as inspirações vêm de todos os recantos sonoros. Mas devo acrescentar que a sonoridade, muito nasce também dos impactos visuais que vamos absorvendo diariamente, quer num filme, quer num episódio pessoal e que se consegue transmutar em som.

5 – Fala-me um pouco das letras deste disco e dos assuntos abordados nas mesmas.
Este disco irá amadurecer com o próximo. É de uma criança que se depara com um mundo estranhamente normal. Fala de Amor, ódio, o oxigénio que nos alimenta dia após dia. É de uma criança que não percebe. O trabalho foi escrito atendendo aos meus últimos quatro anos de vida.

6 – Como é que surge aqui a versão de “Entre dos tierras” dos Espanhóis Heroes Del Silencio, porque esta banda e porque este tema? É uma versão muito diferente do original, como é que surge esta recriação muito peculiar?
Estávamos no intervalo de um ensaio. Uma qualquer estação de rádio passava o tema. Achámos que uma versão em espanhol, seria um desafio. Geralmente, as pessoas são “chamadas” a versões de bandas anglo-saxónicas. Uma versão se não for um tanto diferente do original, é uma cópia, um plágio. Um desperdício de tempo, e uma facada nas costas de quem estás a querer prestar tributo.

7 – O disco foi gravado com o Armando Teixeira. Porque é o escolheram para esse trabalho e o que é que ele trouxe de mais valia para o disco?
Fizemos pesquisa. Analisámos trabalhos anteriores, e verificámos a compatibilidade entre os dois pontos. Procedemos à intersecção. O Armando Teixeira é um excelente produtor, para além de um excelente músico. De um vasto espírito criativo, conseguimos coordenar a viagem.

8 – A capa do disco é um pouco diferente daquilo que se poderia esperar pela música que vem na rodela prateada. Esperar-se-ia uma capa bem mais sombria, de tons negros e cinzentos. Como surge esta capa toda colorida e de orientação “cartoon”? Quem é que foi responsável pelo aspecto gráfico do disco?
O Pedro Zamith é o autor das ilustrações da capa. Quero frisar que, à excepção da capa que foi concebida propositadamente para este album, se tratam de excertos de quadros gigantes deste artista. Seguimos o seu percurso profissional há algum tempo. Como te dissemos, estamos atentos a tudo, aos referidos impactos visuais que se vão atravessando pelo caminho. Quanto às cores, se as temos, porque não abraçá-las? Num vermelho, tens a intensidade do calor. No azul, tens a frieza da vida. As cores são o nosso retrato.

9 – Como é que tem sido a aceitação ao disco, tanto a nível de imprensa como de público?
Desculpa, mas vou ter de abolir a palavra “aceitação”.... Um disco não nasce para um fim. É simplesmente expressão. Seria cruel quer para nós quer para o público dependermos de um objectivo. Uma criança nasce: é uma expressão da natureza. Apenas isso. Tudo o que daí advém é pura ilusão, maquinação do espírito.

10 – E em relação às actuações ao vivo, têm surgido muitas oportunidades de apresentar esta nova edição? Como é que têm corrido esses concertos?
Os concertos têm permitido dar vida à expressão. Curiosamente, até à data, os nortenhos são imbatíveis na sua frontalidade, humanidade, entrega. São os mais fiéis. Seguem tudo. Sabem tudo. Estão atentos. Em Lisboa, penso que dada a excessiva oferta de concertos, um concerto é mais um. Um concerto na Capital não toma a preciosidade como noutros cantos do país. Adoro pisar terra virgem. Os concertos têm sido substancialmente surpreendentes nas palavras de quem nos escreve: posso frisar que a abertura para HIM foi um marco. Estava com 42 graus de febre, e delirei em palco. Deliramos com o público espantado. Penso que o que mais caracteriza quem nos vê é o espanto. A abertura para o concerto de Paatos foi igualmente uma conquista de um novo público. De uma forma geral, os concertos quer em ponto grande quer em ponto pequeno, permitiram-nos ganhar uma capacidade de encaixe, adaptabilidade mui sui generis. É fantástico ter a oportunidade de sentir a dualidade.

11 – Quais são os vossos projectos para um futuro próximo?
O futuro já é presente: começámos a compor aquele que será o próximo capítulo. Temos alguns segredos que pretendemos matar muito em breve pelo que vos peço para nos acompanhar.

12 – Como vês a cena musical actual, Rock, Punk, Hard ‘N’ Heavy, etc, no geral e em particular em Portugal? Que novas bandas e/ou tendências te têm despertado mais interesse?
Hum...tenho seguido de perto. O metal começa a ressurgir. Mas o que mais tem sobressaltado à vista, é a conquista do Punk Hardcore que virou moda nas camadas mais jovens. A música sempre teve muito a ver com um estilo, com uma atitude. Aliás é atitude... expressão. Pessoalmente gosto de todos estes géneros. Acho que toda a música é válida desde que sentida.

13 – Em jeito de despedida, queres deixar uma última mensagem ou ideia ou algum assunto importante que tenha ficado por referir?
Bem o que quero mesmo é dizer-vos que queremos estar perto de quem nos lê, de quem nos ouve, de quem nos quer. Mas por vivermos debaixo de fogo, precisamos da vossa intervenção. Os Cinemuerte, não somos só nós, a banda. Somos um todo, o emissor e o receptor. Quero que entendam que somos só um. E que a vossa intervenção também nos faz bater o coração. Para palavras mais cruas mas necessárias, precisamos que intervenham junto das organizações, promotores de espectáculo, media, rádios, televisões. Respirarmos é existirmos actuando, e para tal peço-vos que ajam, intervenham para que possamos estar presentes. Exijam. Vivam.
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Entrevistador: RDS
Entrevistada: Sofia Vieira (Voz)
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Cinemuerte: www.cinemuerte.net
Raging Planet Records: www.ragingplanet.web.pt

Wednesday

Raintime – Flies & Lies (2007) – Lifeforce Records

Os Raintime são Italianos e “Flies & Lies” é o seu segundo disco e o primeiro para a Lifeforce Records. Depois de terem passado por uma fase inicial de Metal Progressivo com fortes influências de Dream Theater, estes Italianos sofreram uma mudança de sonoridade e hoje em dia enveredam por um estilo mais agressivo com orientações para a nova cena do Metal e a sua fusão de Thrash, Death melódico, algum Hardcore / Metalcore, alguns riffs mais melódicos e apoiados no Heavy Metal mais tradicional e apontamentos electrónicos / samplers. Mas não esqueceram de todo os seus primórdios porque os refrões fazem lembrar imenso a banda atrás mencionada. O som dos Raintime é pesado quanto baste mas sempre com muita melodia e os samplers electrónicos estão bem encaixados e dão outra cor a “Flies & Lies”. A complementar os 10 temas originais temos também um versão bem peculiar de "Beat It" (1982) de Michael Jackson, muito bem conseguida, e participações especiais de Jacob Bredahl (Hatepshere) e Lars F. Larsen (Manticora). Pensei que iria ouvir mais um daqueles discos da nova cena de Metal contemporâneo, e os Raintime até se podem encaixar nessa cena, mas vão muito além e apresentam as coisas de uma outra roupagem e com um cunho pessoal acentuado. Aguarda-se o terceiro trabalho que os irá confirmar como uma certeza na cena do Metal moderno ou os irá deixar ficar para trás junto com tantos outros. Para já, estão a marcar pontos! Para fãs de Dream Theater, Soilwork, In Flames, Children Of Bodom, entre outros. RDS
85%
Lifeforce Records: www.lifeforcerecords.com
Raintime: www.raintime.com

Underworld: Entulho Informativo #22 / #23 + Entulho Sonoro #1 / #2 CD

A revista Underworld – Entulho Informativo tem mais dois exemplares na rua, trata-se dos números 22 (Fevereiro 07, só agora é me chegou às mãos mais ainda vem a tempo!) e 23 (Maio 07). Desta feita a revista traz um atractivo, um CD intitulado “Entulho Sonoro”, o qual será agora uma constante, vindo a fazer parte das futuras edições da revista. Quanto aos números que tenho em mãos, e seus respectivos CDs, passo a apresentar o seu conteúdo. No #22 temos Born A Lion, Hills Have Eyes, Tara Perdida, The Evens / Fugazi, Converge, Isis, Opeth, Íon, The Texabilly Rockets, [F.e.v.e.r.], Rose Tattoo, Orange Goblin, The Angelic Process, um artigo / entrevista sobre a editora de livros Saída de Emergência, outro sobre o Necronomicon, além do material habitual numa publicação deste género. No “Entulho Sonoro #1” temos, na grande maioria, bandas Portuguesas e temas inéditos ou “advance” para o próximo trabalho da banda. Alinhamento: Mão Morta (com uma regravação de um tema dos primórdios da mítica banda Bracarense), [F.e.v.e.r.], Ho-Chi-Minh, Jazz Iguanas, Born A Lion, Spincity, MQN, Phazer, The Ladder, Namek, Twentyinchburial, July 13, Albert Fish, Target 35, Equaleft, Cinemuerte, Men Eater, Process Of Guilt, Budhi, Íon, Euthymia & Kenji Siratori.
No novo número #23 temos Capitão Fantasma, Neurosis, Apse, Mad Caddies, The Hidden Hand, Porcupine Tree, Scarve, Celtic Frost, The Real McKenzies, Men Eater, Clutch, Machine Head, uma entrevista com Francisco (Atomic Tattoos), um especial Fantasporto, além das habituais rubricas. No “Entulho Sonoro #2”, mais uma vez privilegia-se a música feita em Portugal, e o alinhamento é o seguinte: Moonspell (com o tema exclusivo para a edição Portuguesa do seu último álbum), Apse, Capitão Fantasma, The Poppers, Murdering Tripping Blues, Moléstia, Wako, Damien’s Trail Of Blood, Blacksunrise, Fiona At Forty, Larkin, Waste Disposal Machine, Kronos, Dr. Salazar, Hyubris, Clockwork Boys, Ervas Daninhas, Barafunda Total, Partisan Kane.
Para passar a receber a Underworld e respectivo CD (limitado a 2000 exemplares) confortavelmente em casa, basta apenas fazer a devida assinatura, pela módica quantia de 5€ (para 4 revistas e 4 CDs!). Para mais informações visitem o website. E venham muito mais edições! RDS

Underworld Magazine: www.underworldmag.org

Monday

Círculo De Fogo #1 Ataque (2007)

Deixo-vos mais uma sugestão de uma compilação online gratuita, esta com um sabor extra, pois trata-se de uma compilação nacional! O meu caro amigo e companheiro de armas Luis Filipe Neves do Circulo De Fogo levou a cabo esta inicitiva de onde resultou uma compilação que reúne 18 bandas Portuguesas das mais diversas vertentes do Metal, Punk, Hardcore, Gótico e Progressivo. Baixem este primeiro "ataque" para ficar a conhecer melhor a cena Undergorund nacional. Vão também ficando atentos porque o segundo volume, que desta feita será um "ritual", ainda vai ser lançado este ano. Tudo gratuito, tudo autorizado pelas bandas e editoras.
Venham muitos mais volumes!
Para mais informações e fazer o download: www.circulodefogo.com
RDS

Xtreme Music Sampler

O meu caro amigo Justin Sanvicens, da XtremeMusic da Nova Zelândia, lançou uma compilação online gratuita, a qual conta com diversos nomes do cenário Rock mais avantgarde, alternativo e experimental.
Vale a pena baixar esta compilação para descobrir outro tipo de sonoridades que se vão fazendo por esse mundo fora, por gente que não se rege pelas habituais regras do Rock, querendo ir sempre mais longe nas suas criações artísticas. Para mentes abertas!
Outro atractivo da compilação é que esta é recheada com temas novos, raridades ou temas nunca antes editados. Material sempre apelativo para os coleccionadores.
O download pode ser feito aqui:
E este é o website principal: www.xtrememusic.org
RDS