Saturday

8º Festival São Silvestre Jovem


We Are The Damned – The Shape Of Hell To Come (2008) – Raging Planet Records

We Are The Damned inclui no line-up 4 (ex)elementos de bandas como From Now On, Painstruck, Devil In Me, Twentyinchburial e BlackSunrise. “The Shape Of Hell To Come” (quantas variações deste título já vimos?) é o disco de estreia produzido, misturado e masterizado pelo Dinamarquês Palle Schultz. Na nota de imprensa refere-se “são a personificação e o exemplo de música pesada sem compromissos nem clichés, um género desvalorizado em Portugal desde sempre”; “não cedendo a moralismos musicais a líricos”; “vontade inabalável e honesta de triunfar”; “fazendo dos WATD uma banda única em Portugal”; “premiado com um grammy… Palle Schultz”. O típico exagero de nota de imprensa. Não estou com isto já a dizer que a banda, ou o disco em revisão, são maus. Já lá vamos. Apenas estou a salientar o exagero a as frases chavão com que as bandas são apresentadas. Não é uma banda única. Clichés tem muitos. Demais até. Que sejam honestos naquilo que fazem e que tenham de triunfar, não ponho em causa. E em relação a “música pesada sem compromissos nem clichés, um género desvalorizado em Portugal desde sempre”, isso é perfeitamente discutível. É até pretensioso da parte da banda apresentar-se como o único caso do género em Portugal. Mais uma vez, exageros de nota de imprensa.
Agora, quanto à banda e ao disco propriamente ditos. 12 temas originais e uma versão de “Parasite” dos Kiss, fazem estes 55 minutos. Mescla de Thrash, Death, Hardcore, Punk, Sludge, Stoner e Hard Rock, entre outros subgéneros da música pesada. A excessiva fusão de géneros e a heterogeneidade apresentada em “The Shape Of Hell To Come” são demais para o seu próprio bem. Durante quase 1 hora de música podemos discernir influências tão diversas como Converge, Venom, Poison The Well, Arch Enemy, Misfits, Motorhead, Refused, Satyricon, Mastodon, Black Sabbath, Botch, Raised Fist ou High On Fire, entre muitos outros. A diversidade nos backgrounds dos elementos da banda, acredito.
Não é um mau disco, pelo contrário, tem até bastantes pontos positivos mas, como já referi, a sua heterogeneidade e o facto de ser algo derivativo não abonam em seu favor. Mesmo assim, muito acima daquilo que todos os dias vem de fora e de tudo aquilo que enche as famigeradas tabelas de venda. Prefiro 10 vezes esta proposta dos WATD do que toda a tabela de vendas Portuguesa. 65% www.myspace.com/wearethedamned / http://www.ragingplanet.pt/ / www.myspace.com/ragingplanetrecordsportugal
RDS

Riding Pânico – Lady Cobra (2008) – Raging Planet Records

Depois de um EP (um nome pomposo para uma demo dizem eles), surge o disco de estreia deste sexteto. O disco foi produzido pelo baixista da banda, Makoto Yagyu (também membro de If Lucy Fell), nos Black Sheep Studios em Mem Martins. A mistura por Chris Common (These Arms Are Snakes / Minus The Bear) e a masterização por Ed Brooks (Pearl Jam / REM / Mark Lanegan) foram feitas em Seattle. Como convidados especiais temos Eduardo Raon (harpa, Hypnotica) e Daniela Rodrigues (violoncelo). Três guitarras, baixo, bateria e teclados fazem estes 9 temas instrumentais de Rock. É apenas isso: Rock. Podem atribuir-lhe inúmeros prefixos ou sufixos: pós, ambiental, psicadélico, hipnótico, melódico, emocional, experimental, progressivo, instrumental, … É tudo isso. E muito mais. É o planeta Rock circundado por todos esses satélites naturais. Ocasionalmente passam perto alguns cometas e poeiras cósmicas. Isis, Godspeed You! Black Emperor, Ulver, Pelican, Mogwai, Sigur Rós, Tool, são alguns dos óbvios nomes de referência. Pode ser um disco difícil para quem não tem por eleição a música instrumental. Mas também pode ser um desafio. Com resultados finais gratificantes, acreditem. 85% www.myspace.com/ridingpanico / http://www.ragingplanet.pt/ / www.myspace.com/ragingplanetrecordsportugal
RDS

Thursday

Panchrysia – Deathcult Salvation (2008) – Karisma / Dark Essence

“Deathcult Salvation” é já o terceiro álbum para os Belgas Panchrysia e o primeiro através da Dark Essence. Participações especiais de Mortuus (Marduk, Funeral Mist) e Leen De Haes (Bint) marcam presença. Black Metal denso, negro, com ambientes gélidos e fantasmagóricos. Toques de Thrash dão o seu ar de graça. Este tipo de Black Metal consigo ouvir e apreciar em toda a sua plenitude, em contraste com a linha blastbeat infinito / caixa de ritmos / guitarrista em início de aprendizagem / one-man-band / etc. O som, como mandam as regras no género, é cru, sujo, agressivo, mas poderoso e nítido o suficiente para se poder ouvir na perfeição tudo o que se vai passando a nível instrumental. Também como habitual no género, estes 9 temas nada trazem de novo. Como se costuma dizer “vira o disco e toca o mesmo”. Mais do mesmo, mas do bom. Sim, porque este álbum está bem acima da média do que se vai fazendo hoje em dia no cenário Black Metal. Prefiro “Deathcult Salvation” do que 100 discos de Trve Black. Mas isso é a minha modesta opinião, que pode ou não contar para alguma coisa. Gosto de pensar que sim. Não quero influenciar ninguém com a minha inexistente infinita sabedoria, apenas dar umas dicas. E esta é uma boa dica, acreditem! 70% http://www.panchrysia.be/ / www.myspace.com/panchrysia / http://www.karismarecords.no/ / http://www.darkessencerecords.no/
RDS

Dead To This World – First Strike For Spiritual Renewance (2008) – Karisma / Dark Essence

Depois de uma maquete e dois 7”s, eis que Iscariah (ex-Immortal, Necrophagia) assina com a Dark Essence e edita o disco de estreia do seu projecto solo Dead To This World. Conta com a ajuda de Kvitrafn (ex-Gorgoroth) na bateria, tendo ainda como convidados especiais Stud Bronson (na voz, ex-Old Funeral, The Battalion) e Jason Healey (letras, Atomizer). “First Strike For Spiritual Renewance” foi gravado nos Conclave e nos Eartshot Studios com o produtor Bjornar E. Nielsen. Contém 9 temas linha Black / Death / Thrash de contornos old-school, som cru, arranhado, mas límpido e poderoso o suficiente. O que se pode esperar de um álbum do género? Uma descarga descomprometida de Metal negro e sujo da velha escola, inspiração directa de Venom, Bathory, Hellhammer, Possessed e outros que tais. Nada de novo. Nada de original. Nem é esse o propósito. Gostei do que ouvi embora, como já referi, não seja nada de novo. Tudo isto já foi feito antes e de uma forma melhor até. Mas também já se fez muito pior. Black / Thrash bem acima da média para os fanáticos do género. 70% www.myspace.com/deadtothisworld / http://www.karismarecords.no/ / http://www.darkessencerecords.no/
RDS

Wednesday

Deadline – We’re Taking Over! (2008) – People Like You

Este é já o quinto disco para os Britânicos Deadline (no momento com metade da banda com nacionalidade Francesa). Não se trata de um novo trabalho de originais, mas sim uma mescla de 4 temas novos e 13 ao vivo (gravados na Alemanha). O produto final terá ainda a inclusão de dois vídeos na secção multimédia. Nos novos temas, o estilo é o mesmo de sempre, fusão de Hardcore melódico, Punk Rock, algum Rock ‘n’ Roll tradicional e umas pitadas de Skacore. Um disco ao vivo não traz nada de novo. São os mesmos temas de sempre, mas tocados ao vivo, mais rápidos, mais fortes, e com o público a berrar os refrões. Mais uma vez, como habitual nas gravações ao vivo, a banda afirma que estas estão livres de “overdubs” e cortes feitos em estúdio. É o que toda a gente diz. Mas estas afirmações parecem-me verdadeiras. Nota-se que este é uma verdadeira gravação ao vivo. Não vai trazer novos fãs à banda. Como qualquer disco ao vivo, pretende traduzir apenas o que a banda é em palco. Trata-se, portanto, de uma edição direccionada única e exclusivamente para fãs da banda. 80% http://www.deadline-uk.com/ / www.myspace.com/deadlineuk / http://www.peoplelikeyou.de/
RDS

Thee Merry Widows – The Devil’s Outlaws (2008) – People Like You

Novo trabalho de estúdio para as Californianas Thee Merry Widows. Já por aqui falei no disco de estreia (re-edição da PLY) e pouco mais há a acrescentar ao que já disse. Imaginem as protagonistas de “Faster Pussycat Kill Kill” de Russ Meyer, adicionem muitas cores (em contraste com o branco / preto do filme), um visual 50s pin-up girl e uma banda sonora Psychobilly salpicada com algumas doses de Surf, Horrorpunk e Garage / Trash / Rockabilly. Temas a meio tempo marcam este segundo trabalho desta que é a primeira banda Norteamericana de Psychobilly totalmente feminina.
A nível musical, tal como o primeiro disco, continua a não ser nada de original mas, a atitude, o glamour e o gozo com que debitam estes 12 temas estão lá! E isso já é muito bom. Falta a muitas bandas esse gosto pela música. 70% http://www.merrywidowsmusic.com/ / www.myspace.com/theemerrywidowsmusic / http://www.peoplelikeyou.de/
RDS

Tuesday

Phanatos – Opus 2 (2007) – Phanatos Productions

Phanatos é a designação artística de um músico Sueco (agora parte integrante dos Freevil) e este é o seu novo trabalho a solo. Phanatos é responsável pela composição, arranjos, letras, vozes e interpretação de todo o material aqui contido. As vozes femininas que ocasionalmente dão o ar de sua graça são da responsabilidade de Karin Ljungberg. Gótico, neoclassical, darkwave, ambient e film music são as vertentes exploradas nos 8 temas que compõem este “Opus 2”. Alguns elementos de Folk, música oriental e 70’s Progressive são também utilizados. Metade dos temas são vocalizados e a outra metade é instrumental. Agradável de se ouvir, épico, obscuro, intenso, belo, quase hipnótico. Há muito tempo que não ouvia algo no género tão bem feito como este Opus. Influências e familiaridades com outros nomes? Não sei dizer. “Opus 2” é único, sem ser propriamente original. É refrescante, sem ser novo. É excepcional, sem uma obra-prima. Recomendo a fãs dos géneros acima citados e nomes como Goblin, Daemonia, Ataraxia, Howard Shore, Saviour Machine, Dead Can Dance, Enya, Vangelis, In The Nursery, Ordo Rosarius Equilíbrio ou Raison D’Être. 85% http://www.phanatos.com/ / www.myspace.com/phanatosrealm
RDS