Friday

Estradasphere - Fantasy Impromptu (DVD 07) (The End Records)

Estradasphere – Palace Of Mirrors Live (DVD 2007) – The End Records

Novo lançamento para os Norteamericanos Estradaphere e o segundo desde que estão na The End. Trata-se de um DVD que inclui uma actuação de cerca de 78 minutos de duração, com um set-list de temas originais da banda, uma actuação de abertura na qual interpretaram apenas versões e ainda como bónus um curto documentário de 20 minutos. Em cerca de 1 hora os Estradasphere transformaram ao seu universo temas tão díspares de nomes como Nino Rota, Bernard Hermann, Camille Saint-Saëns, Frédéric Chopin, Bud Powell, Sam Cooke And The Soul Stirrers, além de uma peça original. A música dos Estradaphere é, já por si, ecléctica, e as versões ainda acentuam mais essa vertente do seu trabalho. Depois, os originais, cerca de 1 hora e 18 minutos de uma fusão de Rock, Progressivo, Metal, Jazz, Bebop, clássica, Gospel, world music, surf, bandas sonoras de desenhos animados, entre outros. Tudo serve para apimentar a coisa. Como se isso não bastasse, utilizam mil e um instrumentos para executarem a sua música: violino, contrabaixo, acordeão, trompete, órgão, guitarra, bateria, tsugaru, shamisen, teclas, etc. Além dos 6 músicos, as actuações contaram com os préstimos de um projeccionista, criando um espectáculo multimédia, com variadíssimas projecções a acompanhar a música. Como é descrito na nota de imprensa, este DVD é um épico de psychedelic-sci-fi-gypsy-metal-jazz, chegando a banda em pontos até, a criar subgéneros como Bulgarian Surf, Romanian Gypsy-Metal e Spaghetti Eastern. Para quem já conhece, já sabe o que esperar. Para quem não conhece, vale a pena conferir.
Para fãs da banda, John Zorn e seus projectos, Mike Patton e seus projectos, Secret Chiefs 3, Fanfare Ciocarlia, Melt Banana e material das editoras Tzadik e da Ipecac. 80% http://www.estradaphere.com/ / www.myspace.com/estradasphere / http://www.theendrecords.com/
RDS

Motornoise – Motornoise (2007) – Invasion Rock / Let’s Go To War / Lost Underground

Há já algum tempo que ouvia falar destes Motornoise mas, infelizmente, nunca tinha ouvido nada deles. Chega-me agora às mãos a sua estreia homónima. A edição é uma colaboração das lojas Invasion Rock e Lost Underground com a editora Let’s Go To War. A banda é constituída pelo Frágil (voz, ex-Renegados de Boliqueime, Speedtrack), Guerra (guitarra, ex-Renegados de Boliqueime, Speeedtrack), Gustavo (bateria, ex-Genocide, Stealing Orchestra, Sikhara, etc), Óscar (baixo, ex-Cagalhões, Cães Vadios, Speedtrack) (Óscar abandonou a banda recentemente e é o Mula dos Deskarga Etílika que está com a banda no momento) e Pupa (saxofone, Here B Dragons). São 12 temas num total de 36m02s de uma particular fusão de Punk Rock, Crust, Hard Rock, Rock’N’Roll e algum Metal. As influências são tão diversas como Motörhead, The Vibrators, The Clash, Ramones, Discharge ou, a nível nacional, nomes como Mata Ratos, Trinta & Um, Simbiose, Anti-Clockwise, Censurados, Gazua, Xutos & Pontapés, Corrosão Caótica ou Acromaníacos. Os Motornoise têm a particularidade de incluir, além do habitual trio Rock guitarra / baixo / bateria, um saxofone que lhes dá um certo ar far-out e alucinado. Grandes riffs de guitarra, secção rítmica potente, ritmos imaginativos, voz crua bem Punk / Rock old school. O disco não maça porque tem uma duração adequada ao estilo e, além disso, os temas balançam entre o Hardcore mais agressivo e o típico tema Hard / Rock ‘n’ Roll, entre o Crust fodidão e o Punk 77, não deixando o ouvinte ficar muito tempo a ouvir a mesma linha. Mas não é por isso que o disco soa heterogéneo, muito pelo contrário, soa bem homogéneo e consistente. Peca apenas pelo livrete algo simplista mas, é claro, estamos a falar de uma edição DIY. A capa está simples mas é eficaz. Fecha-se o disco com uma versão de “Alternar” dos míticos Punks Brasileiros Cólera. Uma boa aposta a adicionar à já longa lista de excelentes discos saídos do Underground nacional nos últimos tempos. 85% www.myspace.com/motornoise
RDS

Chamber Spins 3 – S/T (Demo 2007) – Edição de Autor

Demo de estreia dos Portugueses CS3. Inclui 4 temas de fusão Thrash com Hardcore e algum Rap old-school e Funk Rock à mistura. Por uma estranha coincidência o CD atinge os 13m13s de duração (há supersticiosos por aí?). As influências são tão díspares como Faith No More, Metallica, Living Colour, Suicidal Tendencies, Infectious Grooves, N.W.A., Cypress Hill, Helmet, Dub War, Biohazard, At The Drive-In, Refused ou o material da banda sonora de “Judgement Night”. Há aqui algumas ideias boas e o resultado final agrada-me, não soando tão “xunga” como poderia parecer à primeira. É bem potente, agressivo, tem muito groove e alguma melodia. Nota-se alguma falta de experiência musical mas isso vai ao sítio com o tempo. A garra e a atitude certa estão lá. Além disso, a crueza própria de uma banda jovem, ainda em fase inicial de garagem, dá um certo carisma à gravação. Aguarda-se novo trabalho com material superior e com uma gravação mais profissional. Capacidades para isso estão já demonstradas nesta demonstração! 70% www.myspace.com/chamberspins3music
RDS

Sandalinas - Never Seen Before (Metal Heaven 07)

Thursday

Olvardil Prydwyn And Diana McFadden - The Witch In The Well (1997 / 2006) – Green Crown Productions / Woven Wheat Whispers

Originalmente editado em cassete em 1997 pela Green Crown Productions, este trabalho vê edição digital pela Woven Wheat Whispers em 2006. Este trabalho põe lado-a-lado a harpa e voz de Prydwyn com o violoncelo de Diana McFadden. Além destes instrumentos temos as ocasionais passagens de flauta, mandolim, guitarra e percussões. Mais uma vez, faz-se a fusão do tradicional com o moderno e incluem-se temas originais e adaptações de tradicionais (entre as quais “John Barleycorn”, a abrir o álbum). Algo que chama a atenção em “The Witch In The Well” é o facto de incluir diversas adaptações de temas mais modernos, do Universo Rock 60s/70s, como o são “Lady With a Fan” dos Grateful Dead, “Isle Of Islay” de Donovan, “Pat's Song” e “Porpoise Mouth” ambas de Country Joe & The Fish e, finalmente, “See Emily Play (Games For May)” dos Pink Floyd. Tudo devidamente adaptado ao universo de Prydwyn. O tema título “The Witch in the Well” chega a ser até mais roqueiro que as próprias versões. A edição digital inclui ainda um tema exclusivo, uma remistura de “Fhir a' Bhàta”, tema incluído no anterior “At the Feet of Mary Mooncoin”. Não gosto tanto deste como do anterior, que tem temas mais negros, obscuros e de orientação Dark / Folk / Pagan / Medieval, ao contrário deste que está mais orientado para um Folk psicadélico ou Wyrd Folk. Mesmo assim, vale a pena dar-lhe uma oportunidade, quanto mais não seja pelas particulares versões dos já referidos temas Rock. 70% http://www.wovenwheatwhispers.co.uk/
RDS

Prydwyn - At The Feet of Mary Mooncoin (1995 / 2006) – Lordly Nightshade / Woven Wheat Whispers

Este é o disco de estreia do Norteamericano Olvardil Prydwyn. Originalmente editado em CD pela Lordly Nightshade em 1995, é disponibilizado pela Woven Wheat Whispers em formato digital em 2006. A meio caminho entre escritor de baladas Folk e Bardo medieval, este senhor apresenta em “At The Feet Of Mary Mooncoin” 11 temas de fusão do tradicional com o moderno. Para isso são utilizados instrumentos como o mandolím, guitarra (acústica e eléctrica), e a harpa, instrumento predilecto deste senhor. No topo da parte instrumental está a voz grave e nasalada de Prydwyn que dá um ar de ancestralidade à sua música. Na maior parte das vezes parece que estamos a ouvir gravações de antanho e não uma gravação contemporânea. Ente os temas originais encontram-se temas Folk tradicionais como “The Nobleman's Wedding” e “The Death of Young Andrew” e ainda tradicionais Gaélicos como “Fhir a' Bhàta” e “Tha thìd' agam éirigh” (com os habituais temas de amor, culpa, desespero). Todo o disco é fantástico, mas realço temas que me chamaram mais a atenção como “Naked Beauty” (predominantemente acapella), “In The Darkness” (mais enérgico mas com uma melodia negra), “Fhir a' Bhàta” (um belíssimo tradicional Gaélico), “Somewhere” (mais enérgico) e o fantástico semi-épico “Attis & Cybele” (baseado no poema Latino de Gaius Valerius Catullus, sobre a Deusa Cybele, a partir da tradução do próprio Prydwyn; com uma sinistra narrativa em spoken-word, hipnótico, psicadélico até; o meu favorito de todo o disco). Dark Pagan Folk para fãs de nomes como Sol Invictus, Current 93 ou Loreena McKennitt. 80% http://www.wovenwheatwhispers.co.uk/
RDS

Khvarena – The Spirit Rises (2007) – Projekt / Woven Wheat Whispers

Projecto paralelo que resulta da parceria entre os Franceses Rajna e o Italiano Francesco Banchini (GOR, Ataraxia). A faceta musical é marcada pelas melodias do Médio Oriente, inspirações medievais, a dualidade das vozes feminina / masculina (Jeanne dos Rajna e Francesco) e ainda o uso de diversos instrumentos tradicionais (clarinete, saz, zurna, bendir, riq, derbouka, santoor, flauta, flauta medieval, tampura, udu, swara tampura, crotal, bouzouki, entre outros). Quanto à faceta lírica, a inspiração provém do Zoroastrianismo, a religião pré-Islâmica da Pérsia, e da obra do poeta Persa do século X, Firdausi. O seu épico Shahnameh descreve eventos ligados a reis e heróis das eras Zoroastriana e pre-Zoroastriana. O nome do projecto, Khvarena, e um conceito Zoroastriano, usualmente transcrito como “khvarenah” (“glória divina”). As letras são escritas e cantadas em Italiano e antigo Persa, incluindo-se ainda alguns temas instrumentais. A primeira edição deste disco é um digipack feito de cartão reciclado, do tamanho de um DVD, e limitada a 100 exemplares numerados à mão. Infelizmente, não tive acesso a este belo conjunto, e o que tenho em mãos é apenas a edição digital da Woven Wheat Whispers. Recomenda-se vivamente a fãs de nomes como Dead Can Dance, Ataraxia, GOR, Rajna, Unto Ashes, Arcana, música medieval, do médio oriente e world music em geral. 75% http://www.projekt.com/ / http://www.wovenwheatwhispers.co.uk/
RDS

Terry Bogus – Promo EP (2007) – Self released (English Translation)

Facts: Terry Bogus is from the Netherlands. Terry Bogus was born from the ashes of Fake No More, just like the mythogical Phoenix. Fake No More was a Faith No More tribute band. The FNM phantom is here to haunt them. This is their debut EP. The EP is available for free download in their official website.

I. Locked: Energic Rock. Reminiscent of the FNM’s King For A Day / Album Of The Year era. It doesn’t hits the 2 minutes long. Simple but effective. 85%
II. Candy Smile:
More melodic but with some experimental touches. Tomahawk comes to mind. Voice with megaphone. Great chorus. 80%
III. Sospecha De Tu Muerte:
Interlude. Sampled base. Spanish spoken-word. It is so kitsch that it may even work. 60%
IV. One Single Bite:
The Patton phantom. A fusion of Tomahawk from the self titled record and FNM era The Real Thing. Another great chorus. 85%
V. Quaere:
It begins with vinyl scratchings. Softer tune. Lead vocals kinda out of tune. Sci-fi and Hawaiian sounds. Once again, it sounds so kitsch that it functions well. 70%
VI. Running Home:
More experimental oriented tune. The FNM ghost haunting them once again. Reminiscent of their early Funk Rock. The final segment is awesome! Love the final result. 90%
VII. Today Is The Day:
Trip Hop oriented Pop / Rock song. Love the main idea but they didn’t managed to accomplish such a great tune. It lacks something. 65%
VIII. 54321:
The heaviest and most experimental tune in this EP. Epic and orchestral keyboards in the good old fashioned FNM style. I really loved this one. 90%

Final Percentage: 80%
Review: RDS
Connection in the web: www.terrybogus.com

Terry Bogus – Promo EP (2007) – Edição de Autor

Factos: Os Terry Bogus são Holandeses. Os Terry Bogus renasceram das cinzas dos Fake No More, tal como a mitológica Fénix. Os Fake No More eram uma banda de versões de Faith No More. O fantasma FNM está presente para os assombrar. Este é o EP de estreia. O EP está disponível para download gratuito no website oficial.

I. Locked: Rock enérgico. Reminiscente da fase King For A Day / Album Of The Year dos FNM. Não chega aos 2 minutos. Simples mas eficaz. 85%
II. Candy Smile: Mais melódica mas com toques experimentais. Tomahawk vem à cabeça. Voz com megafone. Grande refrão. 80%
III. Sospecha De Tu Muerte: Interlúdio. Base samplada. Spoken-word em espanhol. É tão kitsch que até é capaz de resultar. 60%
IV. One Single Bite:
O fantasma Patton. Fusão Tomahawk do 1º disco com FNM fase The Real Thing. Mais um grande refrão. 85%
V. Quaere:
Inicia com crispar de vinil. Malha mais ligeira. Vocalização meio fora de tom. Sons meio sci-fi meio hawaiano. Mais uma vez, é tão kitsch que até resulta. 70%
VI. Running Home:
Mais experimental. O fantasma FNM mais uma vez a aparecer. Reminiscências dos primórdios Funk Rock da extinta banda. A parte final é fantástica! Gostei do resultado final. 90%
VII. Today Is The Day:
Pop / Rock de contornos Trip Hop. Gostei da ideia mas não conseguiram um resultado satisfatório. Falta qualquer coisa. 65%
VIII. 54321:
A malha mais pesada e experimental do EP. Teclados orquestrais e épicos bem ao estilo de FNM de antanho. Gostei muito desta. 90%

Percentagem Final: 80%
Crítica: RDS

Ligação na rede: http://www.terrybogus.com/