Saturday

Assacínicos – …Foi Tudo Por Tua Culpa (2008) – Edição de Autor / Clube Anos 70 À Tarde

Ahhh! Ainda me lembro do 1º disco destes alienados da realidade, “Ninguém Sabe Mas Tenho Medo…” (Rastilho, 2004). “Oh! Ainda se faz deste tipo de material em Portugal? Fantástico!”. Assacínicos? O nome já prometia! A fusão de géneros, as letras, a vocalização, o cheiro de mofo a trazer à memória o Underground nacional dos 90s, estava tudo no ponto. Rock alternativo, Dark, Punk, Hardcore, Metal, uns toques de Rock Industrial e uma loucura fora do normal fazem o todo. Este novo “…Foi Tudo Por Tua Culpa” segue a mesma linha. Faz-me recuar no tempo, numa época em que o Underground nacional era ainda rico em propostas aliciantes. Juntem no mesmo caldeirão Mão Morta, Zeca Afonso, Sérgio Godinho, Mata Ratos, Censurados, Peste & Sida, Mler Ife Dada, É M’as Foice, Bizarra Locomotiva, Nihil Aut Mors, Culto Da Ira, Ocaso Épico, Belle Chase Hotel, Santa Maria Gasolina Em Teu Ventre, Kradiolina Nicotine, Ecos da Cave, … ufa! E nomes fora do panorama nacional? The Birthday Party é certo; e já agora um pouco de Nick Cave e os seus Bad Seeds; Bauhaus, talvez; Tom Waits, pois claro; e adiciono ainda o trio maldito de “femmes fatales” formado por Diamada Galás, Lydia Lunch e Nina Hagen. Einsturzende Neubauten; não me perguntem porquê mas tinha de incluir este nome nesta crítica. Vá-se lá saber porquê! Uma viagem sem retorno é o que se promete na audição desta maldita rodela cinzenta. Nunca mais serão os mesmos. Isso é certo. Não são vocês que não o vão conseguir largar, é ele que não vos vai largar. Larga-me se faz favor! Mas será que eu quero mesmo? Ele passa-me por cima, cilindra-me, sem dó nem piedade, e no fim, com o ventre aberto, as vísceras espalhadas pelo chão, num estado catatónico, mesmo assim, o meu braço direito eleva-se, o dedo indicador a tentar chegar mais uma vez ao botão play. Aaarrgghh! 95% www.myspace.com/assacinicos / http://www.assacinicos.blogspot.com/
RDS

Silent Planet Promotions

Chegou-me às mãos, recentemente, mais um pacote promocional com vários discos de Hard Rock e Heavy Metal, na linha mais tradicional, por parte da Silent Planet Promotions (http://www.silentplanetpromotions.com/). Alguns destes não são recentes mas, como a boa música não passa do prazo de validade, ainda vêm a tempo e são mais que bemvindos. Passo então a escrever umas breves considerações acerca de cada um dos registos.

Lanfear – Another Golden Rage (2005) – Nightmare Records
Enquanto não chega o novo trabalho de estúdio, os Alemães Lanfear apresentam aqui 11 temas de Heavy Metal tradicional na veia US Heavy / Power, puro, verdadeiro, sentido. Toques de Progressive Metal dão também o seu ar de graça e apimentam a coisa. Nomes como Helstar, Metal Church, Queensryche (inícios), Fates Warning, Iced Earth ou Dream Theater não serão estranhos a quem ouvir os Lanfear pela primeira vez. Grandes riffs e solos de guitarra, uma secção rítmica segura e competente e, acima de tudo isto, uma voz surpreendente. Já se fez melhor é certo, mas também já se fez pior. Longe de ser uma obra-prima, é um excelente disco de Heavy tradicional como já (quase) não se faz. Tem garra, tem alma, tem força, tem o verdadeiro espírito metaleiro. Querem melhor? 85% http://www.thelanfear.com/ / http://www.nightmare-records.com/

Madmen & Dreamers – The Children Of Chidren, An Original Rock Opera (2000)
Este é já de 2000 mas só agora tenho a hipótese de o ouvir. Trata-se, como o título indica, de uma “rock opera”. Disco duplo, 33 temas (intros e interlúdios contabilizados), Rock Progressivo de orientação tipicamente white rock / prog / metal (leia-se: cristão). O conceito lírico é algo rebuscado, lamechas, cheio de mensagens de vida, demasiado “bonitinho” e mundano para agradar ao comum apreciador de rock. Eu dispenso. Fica a música, e essa, até agrada. Mas até certo ponto. Rock Progressivo de ambientes sinfónicos, muito calminho, cliché quanto baste, nada de extraordinário. Original como clama o subtítulo? Nem pensar. Apenas para apreciadores “diehard” do género. Os outros afastem-se rapidamente. 40% http://www.madelf.com/ / http://www.madmen-and-dreamers.com/

Saint – Crime Scene Earth (2008) – Armor Records
Novo disco de estúdio para os veteranos Saint, no activo desde meados da década de 80. Hard ‘N’ Heavy duro, cru e com melodia quanto baste. As inspirações Judas Priest são mais que notórias. Ao ponto de cópia descarada, pode dizer-se. Aliás, temos até direito a uma versão de “Invader” da mítica banda Britânica. Black Sabbath (fase 80s), Iron Maiden (fase 80s), Accept e Saxon são outros nomes que podem vir à memória. Há aqui algumas ideias boas mas a colagem aos Priest não lhes dá muita margem para manobra. A produção crua, primitiva e caseira também não ajuda muito. Vale a pena por temas como “The Judas In Me” ou “Lost”. Pouco acima da média. Apenas para fãs e completistas deste tipo de Metal mais old-school e in-your-face. 55% http://www.saintsite.com/

Sandalinas – Living On The Edge (2005) – Nightmare Records
É a segunda vez que me chega às mãos (e ouvidos) este fabuloso disco de Sandalinas. Da 1º vez foi a edição Europeia por parte de Massacre. Ora, esta é a edição Norte-Americana por parte da Nightmare. A diferença está apenas no selo que acompanha o disco, pois de temas extra nada. O Espanhol Sandalinas alia-se aqui ao vocalista Apollo Papathanasio (Firewind) e a músicos de sessão mais que competentes para criar 10 temas de Heavy Metal melódico, forte, intenso. As guitarras estão em clara evidência, mas a voz de Papathanasio está ao mais alto nível e encaixa perfeitamente na música de Jordi Sandalinas. A secção rítmica segura, forte e extremamente flexível ajuda muito a segurar os elementos atrás evidenciados e, pode-se dizer, eleva-los e outro nível. Temas como “All Along The Everglades”, “Follow Me”, “If It Wasn’t For You” ou “The Conqueror” ficam na cabeça muito tempo após a audição. Fãs de Iron Maiden, DIO, Rainbow, Yngwie Malmsteen, Helloween, Europe, Whitesnake, Deep Purple, Masterplan, Jorn ou outros do género vão adorar cada segundo destes 38m30s. Aconselho vivamente. 85% http://www.sandalinas.com/ / http://www.nightmare-records.com/

Stairway – The Other Side Of Midnight (2006) – Self Released
11 temas compõem este disco dos Britânicos Stairway. Heavy Metal de inspiração Britânica (leia-se NWOBHM) com som cru e forte mas melódico quanto baste. Saxon e Iron Maiden (fase Somewhere In Time / Seventh Son) são as duas influências mais fortes. DIO pode ser outro nome a ter em conta. O que aqui está, está bem feito, tem garra, espírito, e soa sincero, lá isso é verdade. Mas será que apenas isso o poderá safar da mediania? Não me parece. Guitarras, voz, secção rítmica, tudo parece estar no ponto certo. Mas falta qualquer coisa que nos leve a abanar a cabeça com mais força e nos faça sacar da nossa “air guitar”. Falta aquele “je ne sais quoi”, como se costuma dizer. De qualquer modo, fãs deste estilo “velha escola” vão gostar. Experimentem e depois digam qualquer coisa. 65% http://www.stairwayonline.co.uk/ / www.myspace.com/stairway

RDS