Friday

ATTRITION - Remasters 2009

Novas reedições (e um título novo contendo material antigo) do catálogo dos Attrition me chegaram às mãos hoje. Por ordem alfabética dos títulos, aqui seguem as apreciações gerais.

Attrition “A Tricky Business” (1991 / 2009) – Two Gods
Originalmente editado em 1991, este é talvez um dos albums mais populares dos Britânicos Attrition. Em 9 temas faz-se a fusão de gótico, electro-industrial, darkwave, neoclassical e ethereal. O ambiente cinematográfico, negro e denso, mas ao mesmo tempo melódico, sinfónico e dançável, faz o som de “A Tricky Business”. Além dos 9 temas originais (entre os quais o clássico “A Girl Called Harmony”) devidamente remisturados pelo próprio Martin Bowes, adicionam-se os 3 temas extra da edição CD e a remistura 12” de “Something In My Eye” de 1992. O melhor álbum dos Attrition? É sem dúvida o meu preferido. 95%

Attrition “Across The Divide – Live In Holland, 1984” (2009) – Two Gods
Edição nova, mas com gravações antigas. Passo a explicar. Este disco contém temas gravados ao vivo na digressão de 1984 ao lado dos Legendary Pink Dots. Os temas foram gravados directamente na mesa de mistura e foram originalmente editados como uma das metades do álbum-cassete “Terminal Kaleidoscope” de 1985. A estes temas já indisponíveis comercialmente, juntam-se duas faixas inéditas gravadas na rádio Holandesa VPRO, no mesmo ano. Remasterizados e novamente disponíveis, estes 40 minutos remontam aos primórdios dos Attrition e ao seu line-up clássico de Martin Bowes, Júlia Walker e Ashley Niblock. No tema de encerramento “Surge And Run” têm ainda a participação do percussionista dos Dots, Pat Paganini. Embora musicalmente seja algo primitivo e simples, representa sem dúvida uma parte importante da história destes Britânicos. 80%

Attrition “Heretic Angels – Live In The USA, 1999” (1999 / 2009) – Two Gods
São 11 temas gravados ao vivo na digressão de 1999 pelos USA. Este conjunto de temas foi editado em 1999 numa edição limitada de 666 exemplares. Voltam agora a ver a luz do dia com remasterização e novo artwork por parte de Bowes. Só é pena não conter temas extra. Os temas surgem aqui numa versão mais crua e, ao mesmo tempo, dançável. Prefiro a vertente mais épica / neoclássica da banda, mas este conjunto de faixas agrada. Não será peça indispensável na vossa discografia, a não ser que sejam fãs acérrimos da banda. 65%

Attrition “The Hand That Feeds – The Remixes” (2000 / 2009) – Two Gods
Em 71 minutos ouvimos 14 temas (entre os quais um bónus para esta reedição) sofrerem uma transformação electrónica por parte de nomes como Dance Or Die, In The Nursery, Stromkern, Flip Shriner, entre outros. “The Hand That Feeds – The Remixes” (edição original de 2000) foi compilado ao longo de 3 anos e editado de um alinhamento que poderia preencher dois discos. Este é daqueles discos que pode funcionar bem ou mal. Eu diria que fica a meio caminho. Algumas remisturas trazem apontamentos interessantes ao tema original e dão-lhe outra roupagem, enquanto que outras retiram o ambiente próprio dos Attrition. É esquisito ouvir um tema de Attrition em ritmo drum ‘n’ bass ou quasi-techno. Fica demasiado alegre. Mas tirando 3 ou 4 temas que apontam para essas áreas, o resto é interessante e vai desde o avantgarde ao experimental, do industrial ao ethereal. 80%

RDS


Some more Atrition here.

Wednesday

AZTEC MUSIC

A Aztec Music é uma editora Australiana direccionada para as reedições de clássicos oriundos das terras de “down under”, nas linhas do 70s Hard Rock, Classic Rock e seus derivados. Depois de uma primeira remessa de discos que me chegaram às mãos por parte da mesma, eis que apresento a segunda leva com mais seis títulos. Por ordem alfabética, seguem as apreciações de alguns discos perdidos no tempo, recuperados pela Aztec.

Buffalo “Dead Forever” (1972)
Falar em 70s Hard Rock Australiano e não falar nos Buffalo é quase sacrilégio. A estreia “Dead Forever” foi originalmente editada em 1972 e continha 8 temas. Esta reedição inclui 5 faixas bónus, entre as quais os dois temas de “Hobo”, single de 71 dos Head (banda pre-Buffalo de Tice e Wells), e três B-sides de 72, além de um livrete pleno de informação e imagens. Heavy Rock com toques Blues, Psychedelic e Doom. Influências notórias de Sabbath, Uriah Heep, Free e Zeppelin fazem o resto. Pelo meio versões de Free, Blues Image e Chuck Berry. Não é meu disco favorito dos Buffalo (deixo isso para o “Volcanic Rock”), mas está bem posicionado na lista de escolhas. 85%

Buffalo “Only Want You For Your Body” (1974)
O Doom da estreia ficou um pouco para trás e a banda começou a puxar mais pela costela Hard Rock de descendências Deep Purple. São 7 temas originalmente lançados em 1974, aqui adicionados de 2 bónus (e o habitual livrete completíssimo, apanágio destas reedições Aztec). Longe de ser um disco perfeito, mesmo assim está uns furos acima de “Average Rock ‘N’ Roller” e “Mother’s Choice” (o mais fraquito de todos). Na minha lista ficaria talvez em 2º lugar ex-aequo com “Dead Forever” (é difícil compara porque são dois álbuns distintos). 85%

Buster Brown “Something To Say” (1974)
Estando esgotado há mais de 30 anos, esta é a oportunidade de adquirir o único disco dos Buster Brown, banda com ligações (leia-se músicos) a outros nomes Australianos como AC/DC, Rose Tatto, Coloured Balls, etc. Além dos 7 temas originais, 6 bónus foram adicionados, entre os quais o single “Release Legalise”, uma raridade de 80 dos Rose Tattoo, e a versão de Chuck Berry. Hard Rock pouco pesado de onda Blues Rock, dançável, quase Funky. Demasiado “alegre” e “limpo” para me agradar, mas com alguns pontos de interesse. 70%

Lobby Loyde with Sudden Electric “Live With Dubs” (1980)
Pelo menos o título não induz em erro os fãs. Isto são gravações ao vivo que tiveram posteriores dubs em estúdio, visto um dos micros ter tido algumas falhas em concerto. Lobby Loyde (The Aztecs, Coloured Balls) assina as 6 composições incluídas no disco original, originalmente escritas para os Southern Electric. Como bónus há 4 temas de Lobby Loyde & Ball Power gravados em 2000 (“live without dubs”, dizem eles), entre os quais 2 temas de Coloured Balls e uma versão de “Heartbreak Hotel” de Presley. Algures entre o Hard Rock de finais dos 70s e o Punk ‘N’ Roll, esta rodela transpira espírito Rock por todos os poros. Som pesado, cru, intenso, roqueiro quanto baste. Gostei. Para completistas e curiosos. 75%

Madder Lake “Still Point” (1973)
Blues Rock de contornos psicadélicos e progressivos. Era esta a proposta dos Madder Lake em 1973. Aos 7 temas originais adicionam-se ainda outros 7 como bónus (entre B-sides e faixas ao vivo). Não é tipo de sonoridade que a mim me agrade pois assenta muito numa vertente limpa e algo comercial (para a altura, entenda-se). Falta-lhe algum peso ou, em contrapartida, uma orientação mais progressiva e experimental. Nem a etiqueta Psychedelic que lhe atribuem tem muito significado. Fica a meio caminho sem cair para alguma das vertentes. Para completistas apenas. 60%

Madder Lake “Butterfly Farm” (1974)
O trabalho que sucede a “Still Point” não muda muito a sonoridade da banda. E também não muda a minha opinião acerca da mesma. Soa-me um pouco melhor que o anterior, mas não vai muito além da mera curiosidade. Aos 8 temas originais junta-lhe outros quatro esta reedição da Aztec. Gosto da capa, no entanto. Um dos músicos fez ainda parte dos mais célebres Skyhooks. Mais uma vez, recomendado a fãs do género ou coleccionadores. 60%

Tamam Shud “Goolutionites And The Real Thing” (1970)
Os 9 temas da edição original datam de 1970. A estes adicionam-se outros 9 (!). Sim, é isso mesmo, há muito material para explorar nesta reedição. Acid Rock de finais dos 60s é a orientação dos Tamam Shud (nome retirado do livro Persa do século XI “The Rubáiyát” de Omar Khayvam). Grateful Dead, Cream, Doors, Jefferson Airplane, Focus, Jimi Hendrix e outros que tais são influências notórias. Gostei do que ouvi, embora neste tipo de sonoridades prefira as coisas mais cruas e garage do que o som mais “comercial” destes Tamam Shud. Desta banda saíram depois alguns músicos para integrar os, bem mais interessantes, Kahvas Jute. Há momentos interessantes e o CD vale por isso, pelo bónus e pelo valor histórico. 75%

Lamplight “A Sun That Will Not Rise” (Promo-Single, 2009) (Vitamin Records)
Pelas mãos do Lou Risdale da Aztec recebi ainda um single de uma nova banda Australiana chamada Lamplight. Apenas um tema na sua versão “rádio edit”. O álbum de estreia homónimo será editado em Junho. Por esta amostra, a coisa promete. Som Folk Rock “baladesco”, ambientes épico-sinfónicos, de contornos modernos. É aguardar pelo álbum. 75%

RDS

Some more Aztec Music here