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Heavenwood - Entrevista

1 – Desde o último álbum “Swallow” (datado de 1998) até este novo trabalho houve um interregno enorme que passou por problemas com a anterior a editora (a Germânica Massacre), mudanças de formação, etc. Pelo meio houve tempo para um promo-CD em 2007 e alguns concertos esporádicos (que muita gente pensava serem de reunião, mas a banda nunca acabou propriamente, não é assim?). O que é se tem passado comos Heavenwood neste últimos 10 anos?
Estes anos de “silêncio” serviram de meditação musical por assim dizer no seio dos HEAVENWOOD enquanto alguns membros da banda trilharam caminhos alternativos em termos musicais, serviu também para o grupo analisar determinados assuntos fulcrais correspondentes á carreira da própria banda. Penso que toda a gente inserida neste meio musical tem a noção que as labels são um terreno pantanoso quando previamente não são efectuados acordos de comum interesse mas uma vez que acredito no lema " o que não nos mata torna-nos mais fortes " isso sim é que interessa no final de contas.
10 anos serviram no final de contas para idealizar, estruturar, compor, produzir e gravar este nosso terceiro álbum “Redemption”.

2 – Descreve os processos de composição e gravação deste disco de estreia “Redemption”.
O novo álbum dos HEAVENWOOD teve uma pré-produção massiva, intensiva em termos de composição e estruturação dos riffs e melodias características da banda com as letras, linhas vocais de forma a soar no final a “cara com coroa”.
A banda teve vários meses a pre-produzir vários temas antes de entrar no ULTRASOUND Studios com o Daniel Cardoso, trabalho esse desempenhado apenas entre os 3 elementos que são o núcleo forte dos HEAVENWOOD em 2008. Quanto entramos no ULTRASOUND studios tínhamos um esboço bem delineado do que queríamos em relação á sonoridade do novo álbum dos HEAVENWOOD, sabíamos que com a colaboração do Daniel Cardoso na Bateria todos os temas iriam ganhar uma maior dimensão em termos musicais e sonoros. Em termos vocais o album está apetrechado de pormenores o que por si só deu muito trabalho a toda a equipa envolvida. Partimos então para os FASCINATION STREET STUDIOS na SUÉCIA e com o JENS BOGREN misturamos e masterizamos um tema por dia de forma meticulosa. Muita mais gente esteve envolvida neste processo para o novo álbum dos Heavenwood desde o apoio da nossa Editora actual (Recital Records), todo o esforço e empenho da Avantegarde Management, Rita Carmo com uma sessão de fotografias desta fantástica fotógrafa nacional até ao designer JMELLO do Brasil.
Curioso o facto de várias nacionalidade estarem envolvidas nesta arte que fazemos!

3 – O disco foi produzido, misturado e masterizado por Jens Bogren nos Fascination Street Studios na Suécia. Porque optaram por estes estúdios e este produtor?
Porque nos identificamos com o seu " quadro musical ", procuramos muito sinceramente evitar os clichés sonoros actuais que passam por álbuns demasiadamente comprimidos em termos sonoros. Os HEAVENWOOD com “Redemption” pretendem soar a analógico, dinâmico, a banda… uma sonoridade aberta… metaforicamente falando… de braços abertos… espaço… ar… e de facto o JENS BOGREN é na actualidade o melhor produtor europeu neste tipo de sonoridade!

4 – O Daniel Carvalho (Head Control System, ex-Sirius), além de gravar a bateria no disco, teve também um papel activo na produção. Como é que surgiu a sua colaboração com os Heavenwood?
Uma vez que pretendíamos e acreditávamos que em Portugal conseguiríamos captar, gravar e produzir o álbum em condições ao ouvir alguns trabalhos do Daniel juntamos o útil ao agradável. Foram quase dois meses de trabalho intenso de toda a gente envolvida onde a equipa ULTRASOUND se dedicou de alma e coração ao novo álbum dos HEAVENWOOD. Muito trabalho caros amigos. Muito trabalho mesmo!

5 – O disco tem diversas colaborações especiais: Jeff Waters (Annihilator), Gus G (Firewind) e Tijs Vanneste (Oceans Of Sadness). Como surgiram estas colaborações? Que extra adicionaram estes músicos à faixa em questão?
As colaborações aparecem mais uma vez de forma metafórica uma vez que os temas estão identificados com os músicos convidados em termos musicais ou líricos (contextos). No caso do JEFF WATERS tivemos a intenção de compor um tema mais pesado que o usual dos HEAVENWOOD (espreitar um pouco das nossas raízes DISGORGED). Enviamos a pré-produção e conceito lírico do tema ao Jeff sendo prontamente aceite a sua participação ao identificar-se muito com a qualidade musical da banda. No caso do GUS G pretendíamos compor um tema dedicado ás grandes culturas na Historia da Humanidade e em “One Step to Devotion” ela é dedicada à Grécia… o GUS G dos FIREWIND era uma opção lógica e acertada. Uma vez que ele conhecia bastante bem os HEAVENWOOD pelo sucesso do “DIVA” e “SWALLOW” na sua terra natal houve de imediato uma forte empatia neste desafio. Quanto ao Belga TIJS VANNESTE dos OCEANS of SADNESS no tema “Obsolete”, fomos contactados pelo Tijs a agradecer o facto de saber que os HEAVENWOOD estavam a preparar um novo álbum, com fã de longa data da banda. Conversa puxa conversa propus o desafio de me ajudar a terminar o tema “Obsolete” imediatamente aceite por ele ao partilharmos gostos e culturas musicais foi de facto fácil transmitir para a fita esta nossa empatia.

6 – Sobre que assuntos incidem as letras contidas neste disco?
Amor… amor nas suas mais variadas formas de expressão, a dualidade que muitos seres humanos ainda não descobriram neles próprios, um caminho e um ciclo. Acredito que quem compreender o pouco desta frase, muito assim lhe dirá…

7 – A capa do disco (tanto a da primeira edição como a da segunda) segue o estilo dos álbuns anteriores. Quem foi o responsável? Estão satisfeitos com a apresentação geral do álbum?
O design do novo álbum dos HEAVENWOOD foi desenvolvido pelo JMELLO Design do Brasil, sim estamos satisfeitos.

8 – A vossa sonoridade tem passado por mutações sucessivas desde os tempos dos Disgorged até hoje. Actualmente, quais são as vossas influências musicais, assim como outro tipo de influências externas à música (literatura, cinema, arte, sociedade, etc)?
No que respeita a mutações musicais, bom… ainda bem que sim… sinal de evolução a todos os niveis. Em termos de influências musicais sou pouco ou nada estereotipado por isso estabeleço um limite muito simples em termos de gostos musicais: há boa música e há música má.
Aprecio imenso Ridley Scott, David Lynch, Stanley Kubrick porque vêem e sentem para além do horizonte!
No que respeita á literatura sou um leitor muito espiritual e todos os caminhos devem ser percorridos ou pelo menos experimentados desde a Filosofia á Teosofia entre outras correntes. Aleister Crowley e Fernando Pessoa são muito fortes por motivos não tão óbvios para quem os lê...existe algo mais para além do óbvio!
Aprecio muito ouvir Michael Tsarion e sua visão sobre a Humanidade, Osho, entre outros… a sabedoria não ocupa lugar!

9 – O disco foi lançado pela Recital. Como é que surgiu esta colaboração? Porque é que a banda optou por esta editora emparticular? E fora de Portugal, qual é a situação em relação à edição de “Redemption”?
A RECITAL records ofereceu todas as condições exigidas pelos HEAVENWOOD perante este novo álbum contra as condições que nos foram ofertadas por editoras fora de Portugal. A RECITAL aceitou este desafio assim como nós ao estarmos a exportar em grande escala um grupo e uma editora nacional. Tudo é possível com trabalho logicamente!
Em termos internacionais temos a sólida FOCUSION Promotions da Alemanha para trabalhar além fronteiras este novo álbum dos HEAVENWOOD. “Redemption” tem lançamento internacional a 17 de Outubro e no que respeita a Portugal a 1ª edição limitada com oferta de bilhete para os concertos oficiais de apresentação na CASA DA MÚSICA ou CINE TEATRO DE CORROIOS esgotou em pouco tempo!

10 – Como é que estamos de concertos de promoção ao disco? E em relação a outro tipo de promoção, tais como entrevistas, rodagem em rádios, e outras?
Os HEAVENWOOD irão apresentar o novo álbum “Redemption” oficialmente em Portugal dia 22 de Novembro na CASA DA MÚSICA (Porto) e dia 29 de Novembro no CINE TEATRO DE CORROIOS (Lisboa). Estão a surgir datas em Portugal, Espanha e Roménia para além de novas datas a serem confirmadas de forma a promovermos e retomarmos a inúmeros locais / clubes europeus por onde HEAVENWOOD deixou a sua marca.
Em termos de entrevistas nacionais e internacionais teremos o nível de promoção e exposição que o grupo abraçou desde o “Diva” e “Swallow”.

11 – Tendo já alguns anos nisto do Underground Português e do cenário Europeu do Metal, como vês a cena Underground nacional hoje em dia? Que bandas, editoras, promotores de concertos, revistas e outros da cena musical podes realçar? E a nível Europeu e mundial?
Muita parra pouca uva… Falta calma e objectividade a muita gente quando os horizontes pretendidos são altos.
A nível Europeu ou Mundial existe um mecanismo automatizado que permite gravar, lançar e promover álbuns ou bandas em “tempos-record” e que infelizmente até ao momento Portugal não se preparou para tal, é uma pena.... agora questiono eu: foram os HEAVENWOOD que estiveram parados 10 anos?!

12 – Tens agora espaço para deixar uma última mensagem aos leitores da Fénix.
Um forte abraço musical em nome de toda a banda, boas viagens e “quadros musicais” ao som de “Redemption” e não deixem de visitar o nosso Myspace oficial em www.myspace.com/heavenwood

Perguntas: RDS
Respostas: Ricardo Dias (Voz / Guitarra Solo)

www.www.myspace.com/heavenwood / http://www.recitalrecords.com/ / www.myspace.com/recitalrecords / http://www.avantegarde-mngt.com/ / www.myspace.com/lachispadelamuerte

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