Saturday

First Band From Outer Space – Impressionable Sounds Of The Subsonic (2006) – Transubstans Records

Os FBFOS são uma banda Sueca (Gotemburgo) e este é o seu segundo álbum. Segundo a press-release eles são a primeira banda vinda do espaço (mas já não o eram os Man… Or Astroman?) e como não conseguiam criar som no frio e vazio espaço, o planeta Terra parecia uma boa opção. A sonoridade da banda assenta num Space Rock de orientação psicadélica e fortemente influenciado por bandas dos 70s como Hawkwind, Ozric Tentacles, King Crimson, Iron Butterfly, Gong, etc. 7 músicos contribuem para esta odisseia espacial com longas jam sessions apoiadas por histórias de ficção científica vocalizadas em inglês, sueco e até uma música em espanhol. Temas que vão desde os 5 minutos e meio aos 13 minutos e meio, com muitos sons cósmicos psicadélicos, flautas, sintetizadores e percussões. A disco ultrapassa uma hora de duração, mas acreditem, passa-se muito bem, as músicas têm muitas coisas a acontecer que nos vão mantendo interessados e agarrados às colunas do rádio, fazendo-nos viajar por esse espaço fora, criando mentalmente a nossa própria aventura de ficção científica na qual, é claro, nós somos a personagem principal. Já tinha gostado muito do anterior “We’re Only In It For The Spacerock” (também editado pela Transubstans) e este está ainda melhor. Recomendo vivamente este álbum (e o anterior) aos apreciadores deste tipo de sonoridades psicadélicas dos 70s e, porque não, Progressivo, Stoner Rock e Hard Rock setentista. RDS
95%
Record Heaven: www.recordheaven.net
First Band From Outer Space: www.fbfos.com

Fall Of Serenity – Bloodred Salvation (2006) – Lifeforce Records

Novo trabalho (o quarto álbum) para estes alemães Fall Of Serenity e o primeiro para a Lifeforce Records. A sonoridade dos FOS é basicamente Death Metal mas poderá ser confundida com Metalcore por ter umas linhas mais melódicas e por certas linhas vocais. Pode agradar tanto aos fãs de um estilo como do outro. Além de algumas influências de Metalcore também se pode ouvir aqui e ali alguns samplers electrónicos que lhe dão um ar mais moderno e um ou outro riff mais Thrash Metal. Metal da nova escola portanto! O que se ouve não é nada de original e os FOS não aportam nada de novo à cena de peso, mas o que fazem, fazem-no bem e parece-me haver aqui gosto e alma. Há bons riffs de guitarra, excelentes apontamentos de bateria e boas ideias ao nível de composição. Há aqui ainda a apontar a participação especial de Leif Jensen dos Dew-Scented.Para quem gosta de Death Metal bem brutal e old school esta se calhar não é a melhor opção, mas se são fãs da nova vaga do Thrash / Death / Metalcore devem dar uma oportunidade a este disco. RDS
75%
Lifeforce Records: www.lifeforcerecords.com
Fall Of Serenity: www.fallofserenity.com

Gl*xo Babies – Dreams Interrupted: The Bewilderbeat Years 1978-1980 (2006) – Cherry Red

Esta é mais uma daquelas bandas perdidas no tempo das quais eu nunca tinha ouvido falar. E ainda bem que temos a Cherry Red (aqui com um licenciamento da Heartbeat Records) a fazer estas re-edições e compilações de material antigo, senão muitas preciosidades ficariam irremediavelmente perdidas para sempre. Como é o caso destes Gl*xo Babies. Segundo o que estive a ler na press-release e o que estive a ouvir neste CD, esta é uma daquelas bandas que aparece, causa algum furor com a sua originalidade a vários níveis e, depois desaparece quase sem alguém dar conta, tornando-se assim objecto de culto. Os Gl*xo Babies criaram alguma polémica devido ao seu nome, pois se removerem o asterisco e o substituírem por um “a”, têm o nome de uma multinacional de produtos farmacêuticos. Na altura a referida companhia proibiu a banda de usar o nome. A sua primeira “Peel session” é relembrada pelo aviso que antecedeu o programa: “Glaxo Chemicals would like it to be known that…”. A companhia pôs um detective privado no caso, mas acabou por não dar em nada. Alguns tempos depois da banda se separar o detective volta a aparecer em casa do guitarrista. Surge então mais um aviso, desta vez: “The various ex-members of the band would like it to be known that they have nothing to do with any multi-national pharmaceutical corporation bearing the name…”. Além desta houve muitas mais situações que ficaram para a história, tal como o tema “Christine Keeler” ter sido banido pela Radio One por ser “sensitivo politicamente”, as suas selvagens actuações em que se tocava guitarra com um vibrador ou o vocalista se cortava com vidro, mas não me vou alargar muito mais, podem pesquisar na Internet e vão encontrar muito material, verdadeiro e falso.A banda não durou muito tempo, cerca de 3 anos, mas foram relativamente produtivos em termos de gravações, mas poucas foram as vezes que tocaram fora de Bristol e, depois de se separarem, os membros seguiram tocando em nomes como The Pop Group, The Transmitters, Maximum Joy, Smith & Mighty e Tricky, entre outros.Quanto à música propriamente dita, o trabalho dos Gl*xo Babies divide-se em duas fases distintas: uma desde finais de 1977 até o verão de 1979, em que lançaram um 12”, um 7”, um tema numa compilação (a título póstumo) e uma Peel session; a outra desde aí até o verão de 1980, em que gravaram um single, um EP, um LP e outra Peel session. Na primeira fase temos o Avant-Punk ou Post-Punk como lhe queiram chamar, enquanto que na segunda enveredaram por uma vertente mais Funky e Jazzística muito experimental. O incrível é que em ambas as fases fizeram material de relevo, não podendo aqui destacar nenhuma das duas, mas sim o todo. Encontra-se aqui grande parte do material gravado da banda, em cerca de 75 minutos de música, e pela primeira vez em CD. O livrete está muito bem feito, com muitas fotografias da altura, assim como um extenso e interessantíssimo texto escrito pelo próprio Rob Chapman, vocalista da banda.Resumindo numa palavra: Indispensável! RDS
100%
Heartbeat Records: www.heartbeat-production.co.uk

D.O.A. – Bloodied But Unbowed: The Damage To Date 1978-83 (2006) - Sudden Death

Mais uma compilação dos míticos D.O.A. Esta reúne alguns temas dos 5 primeiros anos de vida desta instituição do Punk vindo do Canadá, perfeitamente remisturadas e remasterizadas. São ao todo 19 temas que incluem clássicos como “The Prisoner”, “Slumlord”, “World War 3”, “Fucked Up Ronnie”, “Woke Up Screaming” ou a versão de “Fuck You” (se não me engano o original é dos também Canadianos Subhumans; os Headbangers devem conhecer o tema pela versão Thrashada dos norteamericanos Overkill), entre outros. Quem já conhece os D.O.A. já sabe o que esperar, ou seja, mais do mesmo, Punk Rock duro, cru, tradicional e sempre cheio de atitude, por vezes com uma aproximação mais Hardcore de inícios dos 80. Um retrato fiel dos primórdios da banda e uma perfeita aquisição para todos os fãs da banda e qualquer apreciador de Punk de finais dos 70 / inícios dos 80. RDS
90%
Sudden Death Records: www.suddendeath.com

Helheim – The Journeys And The Experiences Of Death (2006) – Dark Essence / Karisma Records

Este é já o 5º trabalho desta banda Norueguesa e trata-se de um álbum conceptual. Não tenho acesso às letras e na press-release não é indicado qual o conceito lírico por detrás destes 9 temas mas suponho que tenha a ver com a Mitologia Nórdica. São 9 novos temas de Viking Metal épicos, grandiosos e bem intensos.O som é limpo e poderoso, ao contrário da maioria dos discos das bandas de Viking Metal ou Black Metal vindos da Noruega, que preferem um som bem mais sujo e abafado. A música contida nesta rodela prateada é irrepreensível, mantendo sempre a toada épica (numa linha mais negra que propriamente festiva) mas com um poder e peso bem acentuado, com ritmos variando entre o mais rápido e o mais lento e inclusive diversas passagens ambientais e Doom.Há ainda tempo para participações especiais de Jiri “Big Boss” Valter da banda de culto Root da República Checa (“Oaken Dragons”, “The Thrall And The Master”) e de Marius Lynghjem dos experimentalistas Noruegueses Corvine (“Oaken Dragons”). Há ainda uma edição em digipack que contém o nunca antes editado MCD “Helsviti” (2001) como bónus o qual, infelizmente, eu não tenho em mãos.Aconselhável a todos os apreciadores de Viking Metal, Black Metal mais épico e Dark Metal. RDS
90%
Karisma Records: www.karismarecords.no
Dark Essence Records: www.darkessencerecords.no
Helheim: www.helheim.com

Impious - Entrevista

1 – Since the beginning of the band you released albums in 3 different labels. This is already the second record with Metal Blade Records. Are your relations with the label strong and did you finally found a steady home in MB?
Yeah, finally we’ve found a steady home. Metal Blade has treated us really well and we have nothing bad to say about them so far.
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2 – This new album “Holy murder masquerade” is a conceptual record. What can you tell me about the lyrical concept behind this record?
The story is about this guy, Trent, who is a true servant of God. At least according to his own sick mind. He’s soon to complete his work and the listener/reader gets to follow him as he arrives at his final destination. There are a lot of deaths, violence, blood, etc, etc.. It’s a brutal story indeed.
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3 – My promo-CD also includes the booklet and it has a cartoon and I suppose this cartoon is based on the lyrical concept. How did you came up with the idea of doing a cartoon to include in the booklet instead of the lyrics? Who was responsible for the cartoons / drawings?
I think you have misunderstood the whole point. All the texts in the comic/cartoon are the actual lyrics. When the listener is following the lyrics in the booklet while listening to the album, he can also visually see the story. Andrea Cavaletto is the man who did the illustrations. He’s a horror comic artist from Italy.
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4 – This new record is way more melodic and Thrash oriented than the previous albums, which were more into melodic Death Metal. Did it just came out like this or were you trying to write groovier / mid-tempo songs to follow the lyrical concept?
We didn’t really change anything on purpose. We only had one goal, and that was to make the new album more memorable, especially the choruses. We love when the crowd is singing along on concerts, and I think we made it easier for them on this album… haha.
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5 – The cover artwork is simple but mysterious. What is the meaning of the frontcover design and who drew it?
The cover is done by an American guy called Justin Kamerer. He’s known for doing covers, posters and t-shirt designs for bands like Slayer, Mudvane, Slipknot, Black Sabbath, etc, etc.He wanted to do a collage based on elements from the story and the title of the album. So he ended with lots of religious symbols, a mask, a knife, and so on. The end result is pretty damn cool I think.
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6 – Why did you decided to record the album in your own studio (Studio Deadline)?
Because then we don’t have to take free from our jobs and all that. We can record during weekends and evenings, and instead put more time into touring.
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7 – There’s a guest appearance of Lord Belial’s Thomas Backelin in the title track. How did this ended up doing this guest appearance and how do you find the final result?
We just simply felt that this track needed some scary and screaming vocals. Since Thomas is a friend, and he lives in the same little town, we called him. I think the end result is really cool and it has a special and scary vibe.
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8 – Are you satisfied with this new album, the songs, the recording process, production, final product?
Of course there are some things we wish we would have done different, but that’s normal. All in all we are very proud!
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9 – Do you have a tour prepared to promote the record?
Right now nothing is confirmed. Only a gig in our hometown and a festival in France. But I think we’ll tour Europe and Japan before the summer.
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10 – You can leave now a final message if you want to.
Thanx for the support. Make sure to check out Holy Murder Masquerade! Come and see us on tour and take a few beers with us.

Entrevistador: RDS
Entrevistado: Valle Adizc - Guitar

Metal Blade Records: www.metalblade.de / www.metalblade.com

Don Caballero – World Class Listening Problem (2006) – Relapse Records

Não, não se trata de mais uma banda na linha instrumental! Estes Norteamericanos Don Caballero já existem desde 1991 e já lançaram 4 álbuns pela editora indie Touch And Go Records, marcando o território na cena Indie / Underground, estabelecendo uma legião de fãs e abrindo as portas para toda esta nova fornada de bandas de Rock instrumental. Este é já o 5º disco de originais e o primeiro na associação com a Relapse Records. Poder-se-ia estabelecer o paralelismo a outras bandas do género mas há muitas diferenças na abordagem; enquanto que outras bandas (p.ex. Dysrhythmia ou Ahleuchatistas) incorporam no seu som muitas influências de Jazz, os Don Caballero têm uma vertente mais Indie, com influências de bandas de Rock alternativo da década de 90 como por exemplo Jesus Lizard, Fugazi, Helmet ou Sonic Youth. Além disso, a maioria das outras bandas opta por temas mais rápidos e de curta duração. Aqui temos temas mais longos e mais balançados com Groove e melodia. Acima de tudo é Rock, mas tem, é claro, as suas tendências Progressivas. Para quem gosta de música instrumental, com muita técnica (mas sem virtuosismos exagerados) mas não quer deixar o seu Rock para trás, esta é uma boa aposta. RDS
90%
Relapse Records: www.relapse.com
Don Caballero: www.myspace.com/doncaballeropgh

Icons Of Filth – Onward Christian Soldiers (2006) – Mortarhate / Cherry Red

Os míticos Icons Of Filth foram mais um dos nomes do Anarcho Punk britânico dos 80s, juntamente com Conflict, Crass, Lost Cherrees, Flux Of Pink Indians, Subhumans, etc. Depois de terem usado outras duas designações, desde 1979, lá surgiu esta nova designação Icons Of Filth e em 1982 lançaram a cassete LP “Not on her majesty service” pela Mortarhate (esta foi aliás a primeira edição da editora). Segue-se o disco “Used, abused and unamused” pela Corpus Christi Records dos Crass e depois este “Onward Christian Soldiers” em Dezembro de 1983. As letras carregam um forte tema de direitos dos animais e foi um disco pioneiro neste sentido, permitindo a muitas outras bandas expressarem abertamente a sua opinião neste sentido e a apoiar grupos como o PETA. Seguiu-se mais um EP (“Brain death”) e um LP (“Filth and the fury”) em 1985 e separaram-se pouco depois.Os Icons Of Filth tornaram-se conhecidos não só pela sua música (mais pesada, rápida e Hardcore que a dos seus compatriotas já aqui mencionados) e letras activistas e anarquistas, mas também pelas suas capas (a deste álbum foi desenhada por Squeal), com desenhos muito intrincados e obscuros, além da característica caligrafia arranhada (também autoria de Squeal) que mais tarde viria a ser usada por inúmeras bandas de Punk.Em 2001 houve uma reunião com o alinhamento original do qual resultou mais um álbum de estúdio (“Nostradamnedus”) e diversas digressões. Infelizmente a 23 de Outubro de 2004 o mítico vocalista Stig teve um colapso em palco e faleceu. Escusado será dizer, a banda encerrou de uma vez por todas as suas actividades, passando definitivamente a fazer parte da história da música. 30:00 minutos certinhos de Punk de orientação anarquista, pesado, rápido, sujo, com inteligentes letras activistas e muita atitude. Um verdadeiro clássico aqui disponível pela primeira vez em CD. Indispensável! RDS
100%
Mortarhate Records: www.mortarhate.com
Cherry Red Records: www.cherryred.co.uk

Skyron Orchestra – Situations (2006) – Transubstans Records

Mais uma edição da Transubstans e mais uma na linha retro / psicadélica. Os Skyron Orchestra são de Gotemburgo (Suécia) e este é o seu novo trabalho (2º álbum). A sua sonoridade varia entre o psicadelismo do Garage Rock dos 60s e o Heavy Rock psicadélico dos 70s. São habitualmente comparados aos Jefferson Airplane mas os Skyron orchestra são mais “pesados” e têm uma orientação mais psicadélica nas guitarras e órgão. Uma das variadas atracções aqui, além da excelente parte musical é claro, é contarem com uma vocalista feminina. Há aqui grandes malhas como a abertura “Can’t control”, “Situation” (muito 60s Garage), “Living in a void” (teclados muito 60s), “Call their names”, “It can’t be me”, “Star” (muito na linha atmosférica), etc. Só é pena grande parte dos temas seja um pouco lento e atmosférico. De qualquer maneira, há aqui muito mais espírito retro do que na maior parte das bandas que assolam os tops com todo esse Retro Rock sem qualquer tipo de alma e com muitos cifrõe$ à frente dos olhos. Esta gente gosta mesmo do que faz e fá-lo muito bem. O CD vem com dois vídeos para os temas “Sacred Atmosphere” e “Free Ride”, é pena que o meu promo CD-R não os tenha! Mas tenho os 14 temas para curtir! RDS
80%
Record Heaven: www.recordheaven.net
Skyron Orchestra: www.skyron.nu

Project Creation – Floating World (2005) – Progrock Records

Este é mais um projecto do Português Hugo Flores dos Sonic Pulsar (e outros projectos paralelos). “Floating World” é a primeira parte de Project Creation, uma trilogia com uma história de ficção científica que irá ser suportada por um filme em CGI que se encontra em produção. Aqui aproveitou-se para recuperar algumas músicas e ideias antigas nunca antes editadas. Este é também o primeiro projecto de Hugo Flores em que se inclui voz feminina a acompanhar a masculina.Há aqui imensos convidados a adicionar os seus instrumentos (que vão desde os convencionais guitarra, baixo, bateria até flauta, saxofone, berimbau, etc) e atributos musicais, mas são muitos para referir e vou destacar Tiago “Linx” (vocalista dos Forgotten Suns), Alda Reis (voz) e Paulo Chagas (saxofone, flautas, membro dos Miosótis).Quanto à música propriamente dita, temos Progrock, Metal progressivo, rock sinfónico, apontamentos ambientais que poderiam estar numa qualquer banda sonora de um filme sci-fi bem kitsch dos 60s (pode-se pensar numa versão progrock / sinfónico da banda sonora de “2001 Odisseia no espaço” p.ex.), passagens mais épicas com coros, tudo adornado com o colorido dos diversos instrumentos acima mencionados e do próprio conceito lírico.É difícil destacar temas porque são todos diferentes entre si, mas mesmo assim conseguindo manter uma certa homogeneidade, mas agradam-me particularmente temas mais “pesados” como “The Floating World” ou “The Civilization”, temas mais ambientais como “The Desert Planet” (com reminiscências de Vangelis dos 80s), as sonoridades exóticas / orientais em “Cheops” e gosto da melodia guitarra / teclas no tema final “Returning Home”.O livrete do CD inclui as letras e fantásticas imagens para cada uma das faixas, todas desenhadas pelo conhecido ilustrador Mattias Norén (Evergrey, Ayreon, Cloudscape, Forgotten Suns, Kamelot, Sabaton, etc). A parte de produção ficou a cargo do próprio Hugo Flores e a masterização foi feita por Henning Pauly (guitarrista dos Chain).São cerca de 72 minutos de música mas que se passam muito bem se se for apreciador de bom Rock Progressivo moderno, público-alvo a quem eu aconselho vivamente esta rodela prateada. RDS
90%
Progrock Records: www.progrockrecords.com
Hugo Flores / Project Creation: http://hugoflores.no.sapo.pt

Friday

Anthemon – Kadavreski (2006) – Manitou Music / Thundering Records

Há já imenso tempo que não ouvia algo tão excitante como este 3º álbum dos Finlandeses Anthemon. O álbum começa logo com um fabuloso opus de 23 minutos (o tema título), seguindo-se mais 3 temas, não menos geniais, que rondam os 9, 7 e 5 minutos e meio respectivamente. Nos pouco mais de 44 minutos de duração do álbum, podemos ouvir elementos de Dark Metal, Doom, progressivo dos 70s e algum gótico, tudo adornado com passagens ambientais, elementos electrónicos, vozes angelicais a secundar a principal masculina (limpa e gutural, mas mais da primeira), passagens clássicas e épicas, e até mesmo uns riffs de Heavy Metal mais tradicional, tudo muito bem encaixado no seu devido lugar e tempo. Apesar de os Anthemon terem o seu estilo próprio, por vezes vêm-me à cabeça nomes como Saviour Machine (mais pela voz), Memory Garden (nas toadas mais Heavy / Doom e por vezes nas vozes), Nightfall (em algumas passagens mais Dark), Misanthrope (pelo vanguardismo), Maudlin Of The Well (pela mistura de estilos e pelas passagens mais progressivas), Opeth (pela mistura de Dark com Progressivo), Disillusion, e algum do material Dark / Doom do Underground da década de 90.O conceito no tema título veio da ideia de criar um “cadavre exquis” musical. Trata-se de uma técnica criada pelos Surrealistas para explorar os acidentes e colagens na arte. A palavra “Kadavreski” é um neologismo criado pela banda, uma contracção das palavras francesas “cadavre” e “exquis”. A técnica, que começou como um jogo, envolve vários artistas no mesmo trabalho, cada um adicionando um novo elemento, por vezes sem saber o que é que a pessoa anterior fez. Esta maneira de criar já deu vários trabalhos de poesia e pintura bem interessantes, caracterizando o que já foi apelidado de “A inconsciente realidade da personalidade do grupo”. Neste trabalho em particular, tanto a música como as letras do tema “Kadavreski” foram criadas desta maneira. Cada elemento de Anthemon escreveu uns minutos de música, começando pelo último minuto feito pelo músico anterior e seguindo pelo caminho que quisesse. O resultado foi essa música de 23 minutos construída em 5 partes escritas e compostas sem saber como soaria a canção no final.Liricamente, o álbum também é muito interessante, lidando com assuntos de índole filosófica (“Print Of The Sands Glass”, “All Is Cyclical”) ou mitologia egípcia (“Weight Of The Feather”).Resta ainda salientar que o som é fabuloso, pesado quanto baste mas salientando muito bem as ambiências negras que predominam o álbum. O álbum foi gravado nos RootsKult Studios em Paris (França) e foi misturado e masterizado por Ahti Kortelainen nos famosos Tico-Tico Studios na Finlândia. RDS
100%
Thundering Records / Manitou Music: www.thundering-records.com
Anthemon: www.anthemon.com
Pervade Productions: www.pervade-prod.com

Anti-Clockwise – No One To Follow (2006) – Som Livre

Este novo trabalho dos Anti-Clockwise é o primeiro a ser lançado por uma editora (Som Livre) e não em edição de autor. São 10 novos temas que perfazem 31 minutos de duração, na mesma linha de sempre, mas aqui muito mais refinado, consequência de uma maior maturidade e experiência. A gravação e mistura foram feitas nos estúdios Crossover pelo José Sarrufo dos 31 e, aliás, essa não é a única ligação a essa banda de Hardcore de Linda-A-Velha, pois o novo guitarrista dos Anti-Clockwise é Tó Pica (31, ex-Sacred Sin). O som está mais cheio e mais potente que nos discos anteriores, com guitarras bem Hard Rock (em alguns casos quase “metaleiras”), muita atitude Punk 77 quase niilista, como se quer no Rock ‘N’ Roll diga-se já, e alguma melodia e refrões cantaroláveis.É difícil destacar faixas mas gosto do tema de apresentação “Beauty paranoia”, dos solos em “Fashion up the ass” e “You got me so (knocked out)”, os inícios de “Cocksucking (Your way to the top)” e “Mental diarrhoea” (bem rápido e com alguns riffs mais metaleiros) fazem lembrar os velhinhos Budgie. Influências e comparações plausíveis a nomes como AC/DC, Rose Tattoo, Motorhead, Sex Pistols, Radio Birdman, Therapy?, Zeke, The Hellacopters, The Wildhearts, The Vibrators, The Saints, e outros que tal começados por “The”.Além do CD temos como bónus um DVD com 4 videoclips (3 temas do anterior “If you want it… come and get it” de 2003 e 1 deste novo álbum). O DVD poderia ter mais uns extras, mas mesmo assim é um bom acompanhamento ao CD e um incentivo para se não se fazer o download na internet e comprar o disco e apoiar a música moderna Portuguesa (M.M.P., ainda alguém se lembra desta sigla? E do que é/era o Underground?).Os Anti-Clockwise não trazem nada de novo ou original, não vão ser a nova moda que todas as rádios vão querer rodar e todas as revistas vão querer entrevistar, não vão salvar o Rock ’N’ Roll nem em Portugal nem noutra parte do mundo, mas que “No one to follow” é um disco de Hard / Punk / Rock ‘N’ Roll do caralho com muitos tomates, lá isso é! RDS
80%
Anti-Clockwise: www.anti-clockwise.net

Falconer - Entrevista

1 – Between the last album and this new one there were some line-up changes. The original lead singer Mathias Blad is back in the band. What happened with Kristoffer Göbel?
I realised that since we adapted a bit to Kriss´voice the music didn’t come out as I wanted although I was satisfied at the time of release. Kriss didn’t do our natural music style the best and we didn’t do the adapted music style the best. So, is everything should be as good as possible we had to do music that was natural and straight through the heart and then we needed Mathias. It was so to say a way to make the best possible result that we could.
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2 – The new album recovered the Swedish Folk and medieval influences you used to have and you lost somehow in the previous record. It just came out like this or you really wanted to write this kind of songs, the Falconer old style?
Both yes and know. I knew that I wanted the folk style back and as soon as I began writing the ideas just kept flowing. It felt like I had opened a door that I had kept closed for a while and just piling up those kind of inspiration. The result became a bit more folk and medieval than I had thought from the beginning, but I guess it could have been some kind of catching up with the time we didn’t do this style.
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3 – I interviewed about a year ago concerning the “Grime Vs Grandeur” record and you told me that you were not satisfied with the composition and the recording process. What about this new work? Are you satisfied with this new album, the songs, the recording process, production, final product?
This time it has actually worried me a bit since I was so proud of the result. I thought it would be hard to do something better. I haven’t really found anything that I’d like to change. It’s gone some months now and I’ve realised that I can’t do the exactly same thing better so therefore I look for some small changes in the music. Probably nothing people will notice anyway, but it keeps me go forwards.
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4 – The cover artwork is in the same vein than the previous records so, this is already a Falconer trademark. Who draws the cover artworks?
Jan Meininghaus. This is the first time I didn’t have any idea of the cover but I think Jan managed to interpret the title track and the current situation of the band. The warrior returns home to the familiar country. You can really see on the cover that we´re back on track.
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5 – There’s a limited digipack version of this new album with a bonus CD containing 4 traditional songs. How did you came up with this idea and what can you tell me about this traditional songs?
Traditional songs have been somewhat a trademark of Falconer since the beginning even though we haven’t done a lot of those. This time we had the chance to give away some extra candy. We had all material written and didn’t want to rush through 4 new ones as bonuses so we chose these ones. 3 of them are trad. Swedish songs where of 2 are metalized and one is kept in a very traditional way. Soft and mellow. Then we have one Icelandic song which have followed me from my “Viking era” in Mithotyn. It was the title track in a Viking movie that took place in Iceland during the 9:th century. The lyric is still in Swedish though. There is something special to do trad. songs although they are not too far away from our own sound.
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6 – What kind of subjects influenced you to write the lyrics for this new record?
All kind of things from George Bush, Politics, religion, love and history. This time I think I managed to keep two camps satisfied. The lyrics can deal with anything although it seems at first look that they are all about stories in the medieval territory, but there´s way more to it.
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7 – Do you have a tour prepared to promote the record?
No, there won’t be any tours anymore. Like we did many with Kriss? Mathias has a schedule that don’t allow him to be away whenever a tour shows its face. After having been able to play much live for a few years I now know that I prefer superb albums and less live instead of the other way around. Live for us will be summer festivals and occasional single shows.
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8 – You can leave now a final message if you want to.
Despite the lack of tours you will be able to see us live at WACKEN this year. Hopefully we can also visit Portugal sometime in the future, who knows. Anyway, to all the fans: Cheers!!

Entrevistador: RDS
Entrevistado: Stefan Weinerhall (Guitar / Keyboards)

V/A – Deathrow: The Chronicles Of Psychobilly (2006) – Cherry Red

Esta colectânea também foi compilada por Alan Wilson e é o acompanhamento ao livro. Este CD inclui temas de The Sharks, Phantom Cowboys, The Frantic Flintstones, The Caravans, Dawg House, The Meteors, Guana Batz, The Gazman, Frenzy, Elektraws, Legendary Raw Deal, Long Tall Texans, Popeye’s Dik, P. Paul Fenech, Restless, Hyperjax, e Shakeout num total de 25 temas em 74 minutos e 18 segundos. As minhas favoritas são: The Frantic Flintstones “Your time is up”, The Gazmen “Rigormortise Rock”, Frenzy “’Til the following night” e The Sharks “Screw”.Uma falha nesta compilação é que, por exemplo, há 3 temas para os Frantic Flintstones e nenhum tema para os Demented Are Go, 3 temas para os The Sharks e nenhum para os Mad Sin. E onde estão os Torment, The Hangmen, Batmobile, Nekromantix, os Portugueses Capitão Fantasma (os meus favoritos pessoalmente) e muitas outras bandas fantásticas? Na minha opinião um tema como “Border Radio”, um tema dos Long Tall Texans orientado para o Reggae / Ska, poderia ter ficado de fora. O que estou a tentar dizer é que para uma antologia deste tipo, temos 25 temas, logo 25 bandas seria o ideal. Contudo, esta é uma boa compilação que poderá servir de introdução aos “novatos” na cena Psychobilly ou apenas para os meros curiosos. Adquiram tanto o livro como o CD e terão uma boa antologia e uma bela peça da história da cena Psychobilly. RDS
85%
Cherry Red Books: www.cherryred.co.uk

Alan Wilson – Deathrow: The Chronicles Of Psychobilly (2005) – Cherry Red

Alan Wilson é o fundador e frontman dos pioneiros da cena Psychobilly / Neo-Rockabilly dos 80s, The Sharks. Ele criou, escreveu e conduziu uma fanzine de Psychobilly chamada “Deathrow”, hoje em dia um objecto de culto para os apreciadores da sonoridade. “Deathrow” era “A” fanzine de Psychobilly na altura. Este livro é uma compilação das agora raríssimas edições na sua íntegra. O próprio Alan Wilson compilou o livro. Esta é uma aquisição obrigatória para qualquer fã de Psychobilly / Neo-Rockabilly, quer tenha estado presente nos velhos tempos ou seja apenas um “novato”. Pode-se encontrar nestas 382 páginas imensas crónicas, entrevistas, notícias, flyers, publicidade, etc. Em resumo, uma grande parte (não só, mas na sua maioria) da história do Psychobilly Europeu. The Meteors, The Sharks, Demented Are Go, The Frantic Flintstones, Frenzy, Restless, Mad Sin, e muitos outros. “A tantalizing insight into the underbelly of Rock ‘N’ Roll… a dangerous, exciting world where Rockabilly mutated with Punk to form… Psychobilly!” (retirado da contracapa do livro). RDS
95%
Alan Wilson: www.howlinwilson.co.uk
Cherry Red Books: www.cherryred.co.uk

Zombi – Surface To Air (2006) – Relapse Records

Zombi é um duo dos USA e “Surface To Air” é o seu Segundo álbum (após o sucesso que foi a estreia “Cosmos”). A música dos Zombi é baseada em paisagens sonoras bem obscuras e tonalidades cinemáticas criadas por sintetizadores analógicos sobre um a fundação de baixo e ritmos de bateria. Há muito tempo que eu não ouvia algo tão interessante e refrescante. Os sintetizadores lembram-me imenso o trabalho dos Italianos Goblin (responsáveis pelas bandas sonoras dos filmes do mestre Dario Argento). Há aqui também algo de Tangerine Dream, Jean Michel Jarre, Trans Am e algumas influências de 70s Symphonic Rock. São apenas 5 temas mas que perfazem cerca de 45 minutos. Todo o disco é fabuloso mas o ultimo tema, um épico de 18 minutos e 34 segundos, é a melhor faixa do disco. Estamos a falar aqui de música instrumental mas, não chega a ser aborrecida, é extremamente interessante e há sempre algo a chamar-nos a atenção e, se fechar-mos os olhos, podemos imaginar o nosso próprio filme artístico da década de 70, com muito suspense e escuridão. Segundo parece, apesar de ser um projecto relativamente novo, a banda já tem fãs entre os membros de bandas como Trans Am, Dillinger Escape Plan, Mastodon, Melt Banana, Dälek, Isis, etc. Fortemente recomendado a fãs de Rock sinfónico instrumental da década de 70, bandas sonoras de filmes artísticos da década de 70, Goblin, Jean Michel Jarre, Vangelis dos inícios, Tangerine Dream, Trans Am, Isis, Pelican e a todos os fãs de música com o mínimo de abertura de mente; até mesmo fãs de música experimental electrónica irão gostar deste trabalho. RDS
100%
Relapse Records: www.relapse.com
Zombi: www.relapse.com

Subhumans – All Gone Live (2005) – Cherry Red

Este é o primeiro DVD dos Anarco-Punks Britânicos Subhumans. A banda formou-se em 1980 e editou 5 álbums, 6 EPs e diversas cassetes na sua própria editora Bluurg Records dum modo DIY. Estes separaram-se em finais da década de 80 mas continuaram a tocar nos seus novos projectos Citizen Fish e Culture Shock. Em 2003 deu-se uma reunião e uma digressão pelos USA e em 2004 editaram um novo trabalho intitulado “Unfinished Business”. Este DVD inclui gravações de 3 actuações diferentes (26-28 de Abril) dessa mesma digressão de 2003. Tanto a imagem (com diversos ângulos) como o som (com som 5.1 digital surround incluído) são fantásticos e dá a sensação de que estes concertos foram fabulosos. Temas fabulosos como “Parasites”, “Society”, “Human Error” e muitos outros num total de 26 em 98 minutes. Como bónus temos uma colagem de 30 minutos de vídeos caseiros originários dos arquivos da própria banda, na sua maioria da vida em estrada. Muito Punk, Hardcore, algum Reggae / Ska e muitos discursos de character intervencionista / anarquista entre os temas (sem ser demasiado aborrecido, apenas o essencial acerca da letra da música a ser introduzida). Seria bom ter gravações dos primeiros tempos desta lendária banda, nos inícios da década de 80, mas estas gravações mais recentes também são bemvindas. RDS
90%
Cherry Red: www.cherryred.co.uk
Subhumans: www.citizenfish.com

Zaar – Zaar (2006) – Cuneiform Records

Esta é a estreia do quarteto Francês Zaar, formado por dois ex-membros da extinta banda Sotos (dois álbuns e uma banda sonora). Os Zaar usam na sua música o usual trio guitarra / baixo / bateria mas, também incorporam o realejo, instrumento milenar que soa como uma fusão de um violoncelo esquizofrénico e um órgão eléctrico. O seu som devem imenso a actos de improvisação e exeperimentalismo como o são King Crimson, Magma ou até mesmo experimentalismo avantgarde da música de John Zorn a algumas das edições da sua editora Tzadik. “Zaar” inclui 9 faixas (desde a mais curta com 0:37 até à mais longa com 20:06) em cerca de 54 minutos de Rock Progressivo avantgarde, Jazz, música de improvisação e até alguns elementos neo-clássicos mas, sempre com uma orientação Rock que torna a música dos Zaar extremamente dinâmica e interessante, ao contrário das aborrecidas bandas e projectos que abundam (e sobrecarregam) esta área musical em particular. Gostei mesmo de ouvir este CD e, em cerca de 54 minutos de música, não me cheguei a aborrecer um segundo sequer, o que acontece imenso com este tipo de material instrumental mais experimental e de improviso. As minhas faixas favoritas são “Sefir” (a mais longa com 20:06), “Tougoudougoum” (com apenas 1:28) e “Scherzo # C” (com um certo aroma oriental / folk / rock à la John Zorn’s Masada). Recomendado a todos os fãs de King Crimson, Magma, Univers Zero e John Zorn (solo e Masada). RDS
95%


Yan Hazera R.I.P.

Dysrhythmia – Barriers And Passages (2006) – Relapse Records

Este é o novo trabalho para este trio instrumental dos USA. A sua música incorpora diversas influências desde o Rock Progressivo dos 70s até ao Mathcore, passando pelo Avant-Jazz e o Metal, misturando tudo em cerca de 37 minutos divididos em 10 faixas. A maioria das pessoas pensa que a música instrumental é aborrecida e que é mais difícil manter a música apelativa mas, os Dysrhythmia conseguem manter a sua música extremamente interessante com as já referidas influências, com cada tema variando desde as secções instrumentais caóticas até passagens ambientais. É impossível destacar temas em particular porque tem de se ouvir o disco do início até ao fim para se compreender em toda a sua magnitude, no entanto tenho alguma simpatia por “Sleep Decayer” (com uma certa vibração de Meshuggah), “Bus:Terminal” (Jesus Lizard vem logo á mente) e “Will the Spirit Prevail?” (talvez o tema mais pesado do disco). O álbum tem um som fantástico, cortesia de Martin Bisi (Sonic Youth, Dresden Dolls, Swans, Helmet) e uma bela capa que transmite na perfeição o som contido nesta peça de arte em forma de rodela digital. Um album instrumental muito interessante que eu recomendo vivamente a fãs de Mr Bungle, Don Caballero, Mastodon, Isis, Fugazi, The Dillinger Escape Plan, etc. RDS
90%
Relapse Records: www.relapse.com
Dysrhythmia: www.dysrhythmiaband.com

Winters Bane - Entrevista

1 – Between the last album and this new one there were some line-up changes and at some point you were the only member of the band. What happened? How did you recruited the new members?
I have been the only original member since 1994. The original members were Terry Salem, whom I started the band with, Dave Holder and B.C. Richards. Tim and Dennis joined a couple of years later before we signed to Massacre Records.We had put the word out that we were looking to audition singers and out of the many who applied was Alex Koch. I loved what I heard and my manager contacted him and we started writing together. Mark was hired to pound on the drums a year later after out first demo.
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2 – Why did you chose well known musicians like Alexander Koch (Powergod, Scenes, ex-Spiral Tower) and Mark Cross (Firewind, Hellloween, ex-Metalium) instead of not so well known musicians?
Our thinking was to get some musicians that we knew were excellent at their craft. Both of them have a great history of putting out good albums. I thought it would be good to recruit some well know players to help Winters Bane come back out after being dormant for a time.
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3 – You also have a new label, Metal Heaven. How did you got in touch with them? How many albums did you signed for?
We were shopping for distribution for Redivivus in Europe and the U.S. and Metal Heaven liked what they heard and picked us up. We have a great relationship and I enjoy working with them. They are exactly the type of label we were looking for, and we’re looking forward to doing two more albums. We have a three album deal. I think it’s going to be very good thing.
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4 – The new album is more intense and faster and powerful. It just came out like this or did you really wanted to write a faster and more powerful record?
I’m guessing that you are comparing it to Girth and HOAK. It’s been several years since our last record. I knew coming back would be difficult and we would need to have a bitch-n record. I wanted to come out with a straight right cross to the face. Pow! 40 minutes of shelling and blistering notes, no ballads or slow songs just kick ass drive your car fast and crank the stereo LOUD. So, yes it was my intention to throw some punches at the listener, in a good way of course.
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5 – The album was produced by Curran Murphy (ex-Nevermore, Annihilator) and Chris Tsangarides (Judas Priest, Black Sabbath, Helloween). How did you managed to have them producing the record? And how was it, to work with them and specially with Chris Tsangarides?
After Mark signed on to do the album Chris had asked Mark who was producing it. Mark contacted my manager and said that Chris was interested in producing the new album and of course we wanted him to do it, but had to work out the details. Chris was going to do the entire record when we ran into technical problems. Originally Mark and Alex were to record at his studio “The Dump” and I was to record here in Akron Ohio and send them my guitar tracks. The project was difficult enough to record without ever meeting each other face to face. And it was costing us more money than our budget would allow. Chris and Mark recorded the drums in London. I was looking for a studio that I would be comfortable in and spend the right amount of time laying the tracks. I was introduced to Curran six months earlier by mutual friend. I hung out at his “Smiley Sound Studio” and done side projects there. He knew that I was having technical problems and said that he would do the new Winters Bane record to help me out. I think both Chris and Curran were a blast to work with and I would recommend anyone who wants a professional job and a killer album.
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6 – Who wrote the lyrics for this album? What kind of subjects did you used for the lyrics?
It was a group effort between Curran, Alex and I. We had entered the studio with half of the lyrics done and needed to finish them in about 10 days. We all caught the Flu at a different time and had to pull together to finish the album on time. I had a bunch of titles and new what the song should be about. It was a collaboration. Some of the subjects were;
1) LOTR Two Towers
2) An artist’s view on writing a song and his thoughts
3) The consuming nature of man
4) Three faiths – a man who believes but doesn’t act, a demon who knows and chooses opposite, and a man that follows the word
5) A king coming across the sea to reclaim his kingdom
6) A trial of prophet during the 1600’s
7) Leaving a trail of distrust and hate burning bridges
8) A warrior dying in the midst of battle
9) Cutting ties to an agency like the Mob
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7 – Do you have a tour prepared to promote the record?
I would love to tour. You will have to ask Metal Heaven that question. We have a setlist that we will tour with but as of now have nothing scheduled in Europe.
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8 – In your press-release it’s mentioned that your first singer was Tim Owens (Iced Earth, Beyond Fear, ex-Judas Priest). Do you think that the fact that his is a little bit famous now will help winters bane to get noticed by the press and the fans?
Maybe slightly, but it really is a double edged sword. We are looking to stand on our own, and I think we have accomplished it with our new record Redivivus. Some people say we are trying to capitalize on the fact Tim is famous but as I mentioned earlier he wasn’t our only singer, but is someone who did move on to become famous. I believe we all started in the same place and we will all end up in the same place, but taking different roads to get there.
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9 – The album is about to be released but I already found the album in the internet. I remember back in the old days I used to do some tape-trading and that way I got to know lots of different bands from all over the world and this internet thing is just an upgrade of that tape-trading. What do you think about all this internet file sharing, downloading, mp3?
I think it’s great when you are trying to become known, but it also has its pitfalls. If a band spends every dollar it has on recording and pressing and then has to recoup their costs to do a follow up album then it becomes bands life and death struggle to put out another album. I would like to see some kind of encoding that would allow you to get any bands MP3s and listen to all songs for a limited number of times before you have to buy it, and then it self destructs..lol.
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10 – The album has a modern production and some modern Heavy Metal elements but it is mainly an 80s metal oriented record. What do you think of the whole Metal scene right now and in particular of the Heavy and Power Metal scenes?
Is it alive and well in your opinion or is it just getting trendy and it lost its old school spirit?I think like any form of music you have your die hard. But with the resurgence of metal here in the states I think it’s coming back full force, and when a genre like metal gets accepted for radio it’s going to be big. I still think the spirit is there. You have to be creative to make it fresh again and not play the same old Maiden gallops and cheesy pick slides without having a purpose ... ha-ha! There better be some thought, or your new release will be filed in the dumpster.
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11 – Do you want to leave a final message to your fans?
I wanted to thank everyone who has been a long time fan and for the new fans that have just discovered Winters Bane. I know Winters Bane had hidden in the wake, but it’s time to attack! Metal! We have good things coming. Keep a lookout and enjoy the ride!
Thank you,-Lou St. Paul

Entrevistador: RDS
Entrevistado: Lou St. Paul (Guitar)

Metal Heaven: www.metalheaven.net
Winters Bane: www.wintersbane.net
GerMusica Promotion: www.germusica.de

Winters Bane – Redivivus (2006) – Metal Heaven

Eu pensava que o espírito do Heavy Metal da década de 80 já se tinha perdido há muito e que, apenas se poderia encontrar nos velhos vinis cheio de poeira guardados religiosamente nos nossos armários ou, talvez, em algumas bandas retro que tentam reproduzir a produção dos 80s através de um som mais crú e áspero ou, mesmo até, falta de produção, o que a maior parte das vezes soa horrível e algumas vezes arruína até a música. O que temos aqui é um disco retro de puro Heavy metal dos 80s com bom som e uma decente produção moderna. Obviamente que, vivendo na Europa, eu goste mais do som Europeu de bandas como Running Wild, Helloween, Gamma Ray, Rage, Iron Maiden, Judas Priest, etc, do que propriamente o lado Americano do Heavy tradicional, contudo já fui grande fã de Helstar, Metal Church e Sanctuary. Ao ouvir este “Redivivus” pela primeira vez tive a mesma sensação que tive na altura da primeira audição de “Distant Thunder” dos Helstar, “The Dark” dos Metal Church ou “Into the mirror black” dos Sanctuary. Este disco tem tudo o que eu gostei e ainda gosto no Heavy Metal e que me tornou num “metalhead”! Os riffs e a melodia de guitarra sensacionais, a secção rítmica forte, a fantástica voz, temas rápidos e temas mais fortes e pesados a meio-tempo. É claro, isto não é nada de novo ou original, podem vocês dizer, é um chavão constante, mas eu não ligo minimamente a isso, adoro este disco, é um perfeito chavão de Heavy Metal! Para os menos atentos, os Winters Bane editaram “Heart of a killer” em 1993 com um vocalista chamado Tim “Ripper” Owens (Iced Earth, Beyond Fear, ex-Judas Priest) na sua formação, antes de este sair e integrar os grandes Judas Priest. Esta re-encarnação da banda inclui um excelente line-up constituído por Lou St. Paul (membro fundador) na guitarra, Jeff Welch no baixo, Mark Cross (Helloween, Firewind, ex-Metalium) na bateria e Alexander Koch (ex-Spiral Tower, Powergod, Scenes) na voz. E se isto tudo não é suficiente para vos chamar a atenção, posso também referir que o album foi produzido por Curran Murphy (ex-Nevermore, Annihilator) e Chris Tsangarides (Judas Priest, Black Sabbath, Helloween) e masterizado por RD Liapakis (Mystic Prophecy). A versão Europeia do CD inclui 4 bónus (versões demo). Infelizmente o meu promocional não inclui esse bónus mas, mesmo assim, devo estar grato por me ter vindo para à caixa de correio esta pérola de 41 minutos do mais puro revivalismo. Para quem se considera um verdadeiro Metalhead / Headbanger, então esta é uma aquisição obrigatória! RDS
95%
Metal Heaven: www.metalheaven.net
Winters Bane: www.wintersbane.net
GerMusica Promotion: www.germusica.de

Karcius – Sphere (2006) – Unicorn Digital

Karcius é um quarteto de Prog-Fusion instrumental de Montreal, Canada, criado em 2001. A Unicorn Digital assinou a banda em Dezembro de 2005 para a edição do novo trabalho “Tunnel” na Primavera de 2006. A estreia “Spheres” foi editada de forma independente em 2004 mas a edição que tenho em mãos é uma versão remasterizada lançada agora pela Canadiana Unicorn. Nunca cheguei a ouvir a edição original mas, o som nesta reamasterização é excelente. A capa não é assim tão original ou interessante mas, consegue o seu propósito, que é reflectir na perfeição o som do disco. Encontra-se aqui uma mistura de Progressive Rock com muito Jazz de fusão (que não é a minha preferência em termos de música), com algumas influências Latinas (“Evolution” soa a uma jam session com Santana) a algum Rock tradicional (“Synapse”). Há aqui algumas faixas acima da media tal como “1111” (a melhor faixa do disco) e “Kunidé” mas, para mim, este tipo de Jazz instrumental com orientação Prog torna-se aborrecido após alguns temas. Não consigo ouvir o CD desde o início até ao fim. Não me interpretem mal, o álbum até nem é mau, os tipos sabem o que estão a fazer, são excelentes músicos mas, este não é o tipo de música que eu ouça no meu dia a dia. Além disso, o facto de se ser bom músico é distinto do facto de se ser bom compositor. Isto soa muito mecânico e desinspirado. Um pouco mais de alma e algum experimentalismo poderia adicionar algum interesse extra à banda e ao seu trabalho. Este é o tipo de material que apenas irá agradar aos fãs “diehard”de Progressive Rock / Jazz-Fusion de cariz instrumental e a músicos obcecados mais pela perfeição musical do que propriamente por música sentida e plena de alma. RDS
60%
Unicorn Digital: www.unicornrecords.com

Henning Pauly – Babysteps (2006) – Progrock Records

Henning Pauly é guitarrista dos Chain e mentor do projecto Frameshift, e este é o seu novo trabalho a nome próprio “Babysteps” (70%) editado em finais de 2006. Para variar, este senhor escreveu um álbum conceptual, segundo parece, baseado numa história verídica. Em “Babysteps” conta-se a história de Nick, um atleta profissional que dá por si numa cadeira de rodas e a recuperar num centro de reabilitação. Toda a sua luta, os problemas com o seu arrogante doutor, a interacção com outro paciente e outro doutor, etc. O conceito em si não é muita interessante, a verdade seja dita. Mais uma vez, Henning Pauly faz-se acompanhar de vocalistas convidados a representar as diferentes personagens da história. Temos, a saber, Jody Ashworth (Trans Siberian Orchestra), James Labrie (Dream Theater), Matt Cash (Chain) e Michael Sadler (Saga), além das teclas de Jim Gilmour (ex-Saga) em um dos temas. Mais Rock progressivo com toques de Metal e orquestrações. Ou seja, mais do mesmo por parte deste senhor. Não é um mau álbum, mas poderia ser melhor, tendo em conta o compositor por detrás do projecto e os convidados especiais. Na minha modesta opinião, em vez de fazerem muita coisa ao mesmo tempo e editarem vários álbuns seguidos, era preferível que este pessoal do Progressivo se agarrasse a um projecto só de cada vez e fizesse uma coisa mais pensada e trabalhada. Menos quantidade e mais qualidade! Com tanto material do género que se edita hoje em dia, este disco vai passar despercebido, e com razão pois, este deve ser o trabalho menos conseguido de H. Pauly. Um disco extremamente desinteressante e aborrecido. Nem os convidados especiais o safam da mediania! Se querem algo melhor deste senhor, procurem a sua banda principal, Chain, ou o seu outro projecto Frameshift. Este disco fica apenas para os fãs “diehard”. RDS
60%
Progrock Records: www.progrockrecords.com
Henning Pauly: www.henningpauly.com

V/A – Rockin’ At The Take Two Vols. 1&2 (2007) – Anagram / Cherry Red

O Take 2 era um clube no Norte da Inglaterra com algumas noites dedicadas ao Psychobilly, e por lá passaram muitos dos grandes nomes de cena Britânica. Chuck Harvey (The Frantic Flinstones) na altura a trabalhar como A&R na Link Records, ajudou a montar um festival, o qual foi gravado, e algumas dessas gravações foram retratadas no primeiro volume da colectânea. Como a noite correu tão bem, fez-se uma segunda noite, retratada no segundo volume. Agora, e como o título indica, “Rockin’ At The Take 2 – Volumes 1 & 2”, temos disponível esta bela re-edição em CD que reúne os dois volumes. Ao todo temos 30 temas de 13 bandas, a saber: Screaming Dead, Sugar Puff Demons, The Hepileptics, The Tailgators, The Batfinks, Some Kinda Earthquake, The Radiacs, The Frantic Flinstones, The Deltas, Stage Frite, Grovel Hog, The Coffin Nails e Demented Are Go. Mais uma vez, o texto incluído no livrete (escrito por Alan Wilson) podia ser mais extenso e incluir algumas tiradas e / ou histórias relacionadas com os festivais escritas pelos membros das bandas mas, mesmo assim, o que conta é a música, e essa está cá. Mais uma peça da história do Psychobilly. RDS
85%
Cherry Red Records: www.cherryred.co.uk

The Escalators – Live At Le Havre 1983 (2007) – Anagram / Cherry Red Records

O disco em análise neste artigo é “Live At Le Havre 1983” dos The Escalators, banda formada por Nigel Lewis e Mark Robertson, apor a sua saída em 1982 dos The Meteors. No seu pouco tempo de vida gravaram uma série de singles e um único disco, “Moving Staircase”, para depois se transformarem nos The Tall Boys. Aqui não se trata propriamente de uma re-edição, mas passo a explicar de seguida. Por sorte, para os fãs da banda e do Psychobilly / Neo-Rockabilly em geral, algumas das suas gravações ao vivo sobreviveram ao tempo, sendo esse o caso desta gravação no Le Havre em 1983, a qual vê aqui a sua primeira edição oficial. São 16 temas ao vivo com um som típico de bootleg, som cru e “arranhado”, e o livrete apenas contém um curto texto escrito por Alan Wilson, mas este CD tem o seu valor histórico apesar de tudo. Mais Rock ‘N’ Roll tradicional que Rockabilly, toques de Post-Punk e alguma New-Wave. Um dos interessantes ramos da árvore genealógica de The Meteors. RDS
85%
Cherry Red Records: www.cherryred.co.uk

Guanabatz – Get Around (2007) – Anagram / Cherry Red Records

Chegaram-me às mãos mais algumas re-edições da Anagram, parte da sua Psychobilly Collectors Series, os quais vou analisar nos próximos artigos. Este CD é uma re-edição do último álbum de estúdio dos Britânicos Guana Batz, “Get Around”, datado originalmente de 1994. Este disco tem a sua importância por isso mesmo, por marcar o fim dos Guana Batz como banda e, além disso, como estas re-edições têm sempre alguns atractivos extra, neste, além dos 15 temas originais temos ainda direito a 3 bónus gravados ao vivo em Tokyo em 1992 e a um livrete com um texto escrito por Simon Nott da Big Cheese Magazine. Psychobilly / Neo-Rockabilly a na sua maioria midtempo mas com alguns temas mais uptempo. Apesar de este não ser o melhor disco da banda é um óptimo “canto do cisne”. RDS
75%
Cherry Red Records: www.cherryred.co.uk