Friday

Seance – Awakening Of The Gods (2009) – Pulverised Records

No activo há quase 20 anos, e depois de uma ausência de 15 anos nas edições discográficas, estes Suecos regressam com este brutalíssimo “Awakenig Of The Gods”. Em 11 novos temas destilam um Death Metal que tanto tem de “old school” como “new school”. As pitadas de Thrash tanto nas guitarras como nos ritmos é refrescante e não deixa o som dos Seance tornar-se demasiado repetitivo e monótono. Som cru mas poderoso e audível; ritmos devastadores sempre a partir e com imensas mudanças; riffs de guitarra fabulosos; voz cavernosa a aumentar a crueza; e muita técnica musical, é o que nos oferecem em cerca de 37 minutos. Recomendo vivamente a fãs de Death / Thrash pesadão e rápido da velha escola. 85% www.myspace.com/seanceseance / http://www.pulverised.net/ / www.myspace.com/pulverisedrecords
RDS
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Seance - 13th Moon (Saltrubbed Eyes, 1993)

Cannibal Corpse – Evisceration Plague (2009) – Metal Blade

A banda de Death Metal mais famosa (e mais lucrativa) do planeta está de volta. “Evisceration Plague” traz 12 novos temas repletos de brutalidade. O som reconhece-se instantaneamente ao carregar no botão “play”, mas nota-se que há ligeiras mudanças em relação às 2 ou 3 últimas propostas. Os Cannibal Corpse de 2009 têm mais groove e não abusam tanto dos “blastbeats”; têm um som mais “old school” a fazer lembrar os primórdios da banda (leia-se fase Chris Barnes); têm inclusive uns trejeitos Thrash que dão outra cor a este novo álbum; e adoptam uma produção mais crua e potente em detrimento das mais recentes edições com um som demasiado polido. São cerca de 39 minutos do mais puro Cannibal Corpse que, na minha modesta opinião, suplantam tudo o que fizeram nos últimos 15 anos. Esta recuperação de um som mais “old school” agrada-me imenso e é extremamente refrescante (se é que a designação se pode usar ao falar desta banda). Agora só resta presenciar a devastação “in loco”. 90% http://www.cannibalcorpse.com/ / http://www.metalblade.de/
RDS
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Cannibal Corpse - Make Them Suffer (Kill, 2006, Metal Blade)

Thursday

The Rough Guide (World Music Network / Rough Guides)

A série de CDs “The Rough Guide” é uma colaboração da editora de World Music Network e da Rough Guides. Trata-se de compilações temáticas que representam a música de um país, um estilo musical ou ainda uma ideia específica que consiga agrupar vários artistas/bandas. Recentemente chegaram-me às mãos 8 destes discos, todos datados de 2008. Os discos promocionais que tenho em mãos incluem um interessante conteúdo multimédia no qual se faz a apresentação geral do país e/ou se descreve o material contido no CD. Não sei se esta faixa multimédia se encontra disponível no produto final, apenas sei que não está contido no livrete. De qualquer modo, podem sempre aceder ao website oficial da WMN ou da Rough Guide e por lá encontrarão o essencial para compreender estas “antologias” ou “samplers”.
Passo então a descrever sucintamente os 8 discos (sem qualquer ordem em especial).

“The Rough Guide To The Music Of Japan”: Tendo em conta o meu fascínio pelo Japão, a sua cultura, música, história, geografia, cultura Pop/moderna/urbana, este foi o que mais me chamou a atenção. 18 faixas para o mesmo número de artistas/colectivos representam estilos tão díspares como o Gagaku, Enka, boogie-woogie do pós-guerra, electrónica ou a música mais tradicional. Alguns mais interessantes e apelativos que outros, mas no geral um documento interessante do que se vai fazendo no Japão em termos de música tradicional e/ou da sua fusão com sonoridades modernas. Destaques: Michiko Suga, Chanchiki, Oki Dub Ainu Band, Seijin Noborikawa, Tadao Sawai, Kunaicho Gakubu, Tendai Shomyo / Tatsuya Koumazaki / Pangea, Kotsuru Tade, Shizuko Kasagi, Harumi Miyako, Shibusashirazu. 90%

“The Rough Guide To Klezmer Revolution”: Este volume, como o nome indica, é dedicado ao klezmer, ou música de origem Judia. No entanto, como o título também poderá indicar, estas são interpretações mais modernas do tradicional klezmer do século XIX. Usam-se instrumentos não tradicionais, ou mesmo nenhum instrumento; novas interpretações de letras tradicionais ou letras novas; fusão com sonoridades modernas/urbanas. Daí a revolução anunciada. É este ambiente progressista que atrai neste título da série Rough Guides. A seguir ao do Japão, um dos meus favoritos. Destaques: The Klezmatics, Daniel Kahn / Psoy Korolenko / Oy Division, Frank London’s Klezmer Brass All-Stars, Oi Va Voi, David Krakauer, Moguilevsky & Lerner, Shtreiml. 80%

“The Rough Guide To The Music Of Romanian Gypsies”: Mais uma vez, o título é bem explícito. São 20 nomes da nova música cigana da Roménia. Desde “brass bands” até intérpretes de címbalo, passando pela já habitual fusão do tradicional com elementos modernos (um dos atractivos nesta colecção), há um pouco de tudo, quase sempre com novas visões e adaptações do tradicional. Xenofobias à parte, abram a mente para um novo universo que lhes poderá agradar. Se não fosse a música dos fabulosos Fanfare Ciocarlia (que já tive a oportunidade de presenciar ao vivo) e os filmes do não menos importante Emir Kusturika, eu estaria neste momento a olhar para este CD de uma maneira bem distinta. Destaques: Taraf De Haïdouks, Fanfare Ciocarlia, Toni Iordache, Ion Petre Stoican, Shukar Collective, Ionel Cioaca, Andrei Mihalache, Ion Miu. 70%

“The Rough Guide To Calypso Gold”: Esta é uma antologia do tradicional Calypso de Trinidad que representa um período que vai desde a década de 20 até ao zénite do estilo nos 50s. Entre recuperações de algumas gravações raras e outras mais conhecidas, em 20 temas (com repetições de nomes) encontramos as pioneiras orquestras de cordas dos 20s, passando por King Radio nos 40s, e lendas do género nos 50s como The Mighty Bomber ou Lord Kitchener. O som “vintage” de algumas das gravações agrada-me e, quanto mais sujo e “abafado” o som, mais o carácter de “velha escola” se acentua e mais soa a verdadeiro e de raiz. Destaques (precisamente os que têm um som mais “vintage”): Sir Lancelot, King Radio, Caresser, Lion, Lord Kitchener, Duke Of Iron, Tiger, Atilla, Sam Manning, Houdini, Monrose’s String Orchestra. 70%

“The Rough Guide To The Music Of Mali”: Aqui já começo a entrar em terrenos que não vão de encontro aos meus gostos. Dentro do cenário “world music”, a música Africana nunca me atraiu particularmente. Esta colectânea de sonoridades tradicionais do Mali não me fez mudar muito de opinião. Alguns momentos puramente tradicionais intercalados com material de orientação Blues e fusão com sons urbanos é o que podemos ouvir. Dos 15 temas que fazem o alinhamento deste CD, os que me chamam mais a atenção, como habitual, são os mais estranhos e/ou experimentais. Destaques: Amadou & Mariam, Issa Bagayogo, Vieux Farka Touré feat Ali Farka Touré, Les Ambassadeurs Internationales, Boubacar Traore, Tinariwen. 55%

“The Rough Guide To Turkish Café”: Turquia. Em 19 temas passamos rapidamente de material tradicional para o Pop, da música cigana para ambientes dançantes. Não é o meu prato favorito, mas alguns dos sons, mais que os ritmos, agradam. No entanto, a maior parte do material soa demasiado “pop de eurovisão” para o meu gosto. Destaques: Ensemble Hüseyin Türkmenler, Sevval Sam, Ahmet Kusgöz Ve Arkandaslari, Hüsnü Senlendirici, Musa Eroglu, Selim Sesler, Burhan Öcal & The Trakya All Stars feat Smadj. 55%

“The Rough Guide To Arabic Café”: Na mesma linha do anterior. Fusão de tradicional com Pop e ambientes dançantes. Desta feita entramos no universo da música de países Árabes: Palestina, Israel, Síria, Egipto, Núbia, Líbano, Arábia Saudita e Algéria. Mas uma vez, não vai de encontro aos meus gostos. Os mais simples e com tom mais tradicional são os que mais me atraem. Os de fusão soam algo “pindéricos” para o meu gosto. Destaques: Amal Murkus, Amer Ammouri, Ghada Shbeir, Mohammed Roshdi, Louwi Tnnari, Oum Kalthoum, Mahmoud Fadl, Marwan Mesho / Salatin El Tarab Orchestra, Tony Hanna & The Yugoslavian Gipsy Brass Band. 60%

“The Rough Guide To Colombian Street Party”: Só o título já me assusta. Ainda bem que engana, em parte, e encontramos aqui não só as últimas tendências da música Latina (particularmente da Colômbia) mas também alguma tradicional. No entanto, infelizmente, as novas tendências urbanas (Reggaeton) também marcam presença. Mais uma vez, vou aos extremos, inclinando-me para as que me soam mais tradicionais., verdadeiras e puras, ou então as mais esquisitas e experimentais (que não há muitas aqui). Destaques: Sixto Silgado / Paito Y Los Gaiteros de Punta Brava, La Contundencia, Dr Krapula, Joe Arroyo Y La Verdad, David Dely & Tumba Y Quema, Calambuco. 65%

RDS

Wednesday

Gitane Demone – Life After Death (2DVD+CD) (2008) – Cult Epics

“Life After Death” é um duplo DVD que reúne gravações vídeo de Gitane Demone, a loira de tipo “femme fatale” que foi em tempos vocalista de Christian Death. As gravações datam de 1989 a 1998 e incluem videoclips, entrevistas, actuações ao vivo, reportagens de TV, performances “fetish”, entre outros. Entre estas pérolas incluem-se gravações com o malogrado Rozz Williams, tanto em dueto com G.D. como uma actuação da já referida banda Death Rock / Post-Punk / Goth. As gravações não têm imagem ou som perfeitos, pertencendo todas elas à geração VHS e HI8, exibindo as reportagens de TV, inclusive, os logótipos das estações e até legendas embutidas. Mas isso não é o mais importante neste registo, servindo o seu propósito maior de antologia visual e sonora desta senhora ainda no activo. Aliás, esse aspecto visual, ao qual podemos chamar retro, atribui ao conteúdo de “Life After Death” um certo ar “old school” e “undeground” que me agrada particularmente. E se 210 minutos de vídeo não bastassem, a caixa limitada a 2500 exemplares inclui ainda um CD intitulado “Times” e um livrete de 12 páginas com memórias contadas na primeira pessoa. “Times” inclui 40 minutos de versões, na sua maioria de “standards” do Jazz, inéditas até à data, e que abraçam um período que vai desde 1989 até 1996. Um documento indispensável para os amantes da cena Death Rock, Goth, Dark e Avantgarde Jazz. 90% http://www.cultepics.com/ / http://www.gitanedemone.com/
RDS
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Rozz Williams & Gitane Demone - Sleepwalk

V/A – Raridades Vol.1 (7”) (2008)

Edição conjunta das independentes Infected, Zerowork, Can I Say e Your Poison. Em formato de vinil de 7” são apresentados 4 temas raros e/ou inéditos de Crise Total (ao vivo no RRV em 84, tema de uma compilação 7” de 89), Peste & Sida (ao vivo em 88), Censurados (ao vivo no RRV em 89) e Vómito (tema de uma maquete de 89), tudo dos finais dos 80s. Ao disco adiciona-se uma banda desenhada de Marcos Farrajota e Afonso C.P., bem “old school”, feita à mão e fotocopiada. Além disso, esta edição DIY é limitada a 500 cópias, numeradas à mão. O preço é de 7 euros (uma verdadeira pechincha) + portes. Por breves momentos voltei atrás no tempo ao escutar estas pérolas. Uma verdadeira preciosidade que se vai tornar em objecto de colecção para, não só os Punks lusos, mas todos os aficionados da MMP. O título refere que este é o volume 1. Haverá mais? Espero que sim, e o meu apoio vai todo para estas editoras. Força nisso!
Encomendas através do myspace www.myspace.com/infectedrecordsdiy ou pelo e-mail: infected_records@yahoo.com
A minha classificação só pode ser mesmo 100%. É pena saber a pouco.
RDS
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Censurados - Coxa

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Peste & Sida - Vamos Ao Tabalho

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Crise Total - Assassinos No Poder