Showing posts with label Funky-Jazz. Show all posts
Showing posts with label Funky-Jazz. Show all posts

Thursday

The Rough Guide (World Music Network / Rough Guides)

A série de CDs “The Rough Guide” é uma colaboração da editora de World Music Network e da Rough Guides. Trata-se de compilações temáticas que representam a música de um país, um estilo musical ou ainda uma ideia específica que consiga agrupar vários artistas/bandas. Recentemente chegaram-me às mãos 8 destes discos, todos datados de 2008. Os discos promocionais que tenho em mãos incluem um interessante conteúdo multimédia no qual se faz a apresentação geral do país e/ou se descreve o material contido no CD. Não sei se esta faixa multimédia se encontra disponível no produto final, apenas sei que não está contido no livrete. De qualquer modo, podem sempre aceder ao website oficial da WMN ou da Rough Guide e por lá encontrarão o essencial para compreender estas “antologias” ou “samplers”.
Passo então a descrever sucintamente os 8 discos (sem qualquer ordem em especial).

“The Rough Guide To The Music Of Japan”: Tendo em conta o meu fascínio pelo Japão, a sua cultura, música, história, geografia, cultura Pop/moderna/urbana, este foi o que mais me chamou a atenção. 18 faixas para o mesmo número de artistas/colectivos representam estilos tão díspares como o Gagaku, Enka, boogie-woogie do pós-guerra, electrónica ou a música mais tradicional. Alguns mais interessantes e apelativos que outros, mas no geral um documento interessante do que se vai fazendo no Japão em termos de música tradicional e/ou da sua fusão com sonoridades modernas. Destaques: Michiko Suga, Chanchiki, Oki Dub Ainu Band, Seijin Noborikawa, Tadao Sawai, Kunaicho Gakubu, Tendai Shomyo / Tatsuya Koumazaki / Pangea, Kotsuru Tade, Shizuko Kasagi, Harumi Miyako, Shibusashirazu. 90%

“The Rough Guide To Klezmer Revolution”: Este volume, como o nome indica, é dedicado ao klezmer, ou música de origem Judia. No entanto, como o título também poderá indicar, estas são interpretações mais modernas do tradicional klezmer do século XIX. Usam-se instrumentos não tradicionais, ou mesmo nenhum instrumento; novas interpretações de letras tradicionais ou letras novas; fusão com sonoridades modernas/urbanas. Daí a revolução anunciada. É este ambiente progressista que atrai neste título da série Rough Guides. A seguir ao do Japão, um dos meus favoritos. Destaques: The Klezmatics, Daniel Kahn / Psoy Korolenko / Oy Division, Frank London’s Klezmer Brass All-Stars, Oi Va Voi, David Krakauer, Moguilevsky & Lerner, Shtreiml. 80%

“The Rough Guide To The Music Of Romanian Gypsies”: Mais uma vez, o título é bem explícito. São 20 nomes da nova música cigana da Roménia. Desde “brass bands” até intérpretes de címbalo, passando pela já habitual fusão do tradicional com elementos modernos (um dos atractivos nesta colecção), há um pouco de tudo, quase sempre com novas visões e adaptações do tradicional. Xenofobias à parte, abram a mente para um novo universo que lhes poderá agradar. Se não fosse a música dos fabulosos Fanfare Ciocarlia (que já tive a oportunidade de presenciar ao vivo) e os filmes do não menos importante Emir Kusturika, eu estaria neste momento a olhar para este CD de uma maneira bem distinta. Destaques: Taraf De Haïdouks, Fanfare Ciocarlia, Toni Iordache, Ion Petre Stoican, Shukar Collective, Ionel Cioaca, Andrei Mihalache, Ion Miu. 70%

“The Rough Guide To Calypso Gold”: Esta é uma antologia do tradicional Calypso de Trinidad que representa um período que vai desde a década de 20 até ao zénite do estilo nos 50s. Entre recuperações de algumas gravações raras e outras mais conhecidas, em 20 temas (com repetições de nomes) encontramos as pioneiras orquestras de cordas dos 20s, passando por King Radio nos 40s, e lendas do género nos 50s como The Mighty Bomber ou Lord Kitchener. O som “vintage” de algumas das gravações agrada-me e, quanto mais sujo e “abafado” o som, mais o carácter de “velha escola” se acentua e mais soa a verdadeiro e de raiz. Destaques (precisamente os que têm um som mais “vintage”): Sir Lancelot, King Radio, Caresser, Lion, Lord Kitchener, Duke Of Iron, Tiger, Atilla, Sam Manning, Houdini, Monrose’s String Orchestra. 70%

“The Rough Guide To The Music Of Mali”: Aqui já começo a entrar em terrenos que não vão de encontro aos meus gostos. Dentro do cenário “world music”, a música Africana nunca me atraiu particularmente. Esta colectânea de sonoridades tradicionais do Mali não me fez mudar muito de opinião. Alguns momentos puramente tradicionais intercalados com material de orientação Blues e fusão com sons urbanos é o que podemos ouvir. Dos 15 temas que fazem o alinhamento deste CD, os que me chamam mais a atenção, como habitual, são os mais estranhos e/ou experimentais. Destaques: Amadou & Mariam, Issa Bagayogo, Vieux Farka Touré feat Ali Farka Touré, Les Ambassadeurs Internationales, Boubacar Traore, Tinariwen. 55%

“The Rough Guide To Turkish Café”: Turquia. Em 19 temas passamos rapidamente de material tradicional para o Pop, da música cigana para ambientes dançantes. Não é o meu prato favorito, mas alguns dos sons, mais que os ritmos, agradam. No entanto, a maior parte do material soa demasiado “pop de eurovisão” para o meu gosto. Destaques: Ensemble Hüseyin Türkmenler, Sevval Sam, Ahmet Kusgöz Ve Arkandaslari, Hüsnü Senlendirici, Musa Eroglu, Selim Sesler, Burhan Öcal & The Trakya All Stars feat Smadj. 55%

“The Rough Guide To Arabic Café”: Na mesma linha do anterior. Fusão de tradicional com Pop e ambientes dançantes. Desta feita entramos no universo da música de países Árabes: Palestina, Israel, Síria, Egipto, Núbia, Líbano, Arábia Saudita e Algéria. Mas uma vez, não vai de encontro aos meus gostos. Os mais simples e com tom mais tradicional são os que mais me atraem. Os de fusão soam algo “pindéricos” para o meu gosto. Destaques: Amal Murkus, Amer Ammouri, Ghada Shbeir, Mohammed Roshdi, Louwi Tnnari, Oum Kalthoum, Mahmoud Fadl, Marwan Mesho / Salatin El Tarab Orchestra, Tony Hanna & The Yugoslavian Gipsy Brass Band. 60%

“The Rough Guide To Colombian Street Party”: Só o título já me assusta. Ainda bem que engana, em parte, e encontramos aqui não só as últimas tendências da música Latina (particularmente da Colômbia) mas também alguma tradicional. No entanto, infelizmente, as novas tendências urbanas (Reggaeton) também marcam presença. Mais uma vez, vou aos extremos, inclinando-me para as que me soam mais tradicionais., verdadeiras e puras, ou então as mais esquisitas e experimentais (que não há muitas aqui). Destaques: Sixto Silgado / Paito Y Los Gaiteros de Punta Brava, La Contundencia, Dr Krapula, Joe Arroyo Y La Verdad, David Dely & Tumba Y Quema, Calambuco. 65%

RDS

Kush – Nah, Tellus Wh’t Kush Means Yer Great Sausage (1975 / 2008) – Aztec Music

Esta é a reedição do 2º disco dos Australianos Kush, “Nah, Tellus Wh’t Kush Means Yer Great Sausage”, datado de 1975. Depois de ter reeditado a estreia “Presents Snow White… And The Eight Straights”, a Aztec Music completa a coisa com esta sequela. Como sempre, estas reedições da Aztec são de luxo, com livrete completo (capas originais, fotos, biografia/histórias várias, letras, etc) e temas extra. Neste disco temos, além dos 6 temas originais, mais 11 bónus a saber: um single de 1975 de Geoff Duff & Kush, o single a solo de 1977 de Geoff Duff, o edit do single “I’m Your Football”, um tema nunca antes editado intitulado “Hey Sam” e 5 temas ao vivo em 1977.
Sinceramente, isto é demasiado Funky para o meu gosto. Se ainda tivesse uma forte componente Psych / Folk / Prog, a coisa seria mais agradável. Ou então se a orientação Funk fosse mais linha banda sonora de filme Blaxploitation, mas não, é do mais vulgar e piroso. Ainda por cima está repleto de um humor meio piroso e saloio. O som dos Kush, pelo menos neste 2º disco, já que não conheço o anterior, situa-se algures entre os Earth, Wind & Fire, o R’N’B / Soul / Funk da Motown, Frank Sinatra, James Brown e algum Folk-Prog (pouco). Começa muito Funky com “Come Down” e “I’m Your Football”. Só ao 3º tema, “Out Of My Tree”, é que temos algum vislumbre de Rock. No 4º tema, “What Do Mountains Say”, voltamos ao Funk mas já com alguma componente Prog-Rock. O prato forte do disco é o semi-épico “Dream On (Parts I, II and III)” com os seus 11 minutos de Prog / Folk / Soul. Gostei. Segue-se “Mr. Plod” a fechar o alinhamento original com um Prog / Funk / Swing jeitoso. A par do anterior, as duas melhores malhas do álbum. Pelo que li em diversas fontes, a estreia atrás mencionada é muito superior. Pois, infelizmente, esta proposta não me abriu o apetite para ir verificar a anterior. Quanto aos extras, seguem a linha Funk / Soul / Jazz e servem apenas para complementar a reedição. Nada de extraordinário. Para fãs e completistas apenas. 60% http://www.aztecmusic.com/
RDS

Friday

Errorhead – Modern Hippie (2008) – Lion Music

O projecto Errorhead é composto por 3 músicos de sessão, a saber: Marcus Deml (Guitarra & Voz, tocou com Bobby Kimball dos Toto, Saga, Kingdom Come, Nena, 3P, Simon Collins filho de Phil Collins, Rick Astley, Laith Aldeen e outros), Frank Itt (Baixo, tocou com Terence Trent D’Arby, Jule Neigel, Jasper Van’t Hof) e Zacky Tsoukas (Bateria, tocou com John Hayes, Billy Sheehan, Helmut Zerlett). Contam ainda com a participação de Robbie Smith (Voz), Tom Aeschbacher (Teclas) e Melanie Stahlkopf (Coros). Quando sou confrontado com um projecto deste género, composto por músicos de sessão, com vastos currículos e imensa experiência musical, fico logo de pé atrás. Porquê? Porque a maior parte das vezes temos de levar com “jam sessions” feitas em estúdio, que devem ter dado um gozo enorme às pessoas envolvidas, é certo, mas que a nós, meros ouvintes, não vai dar gozo algum. Levamos com toda a sua técnica musical e pouca (ou nenhuma) alma! Infelizmente, é com que acontece em “Modern Hippie”, pelo menos em parte. Nota-se que os músicos se divertiram, como já referi, ao gravar este conjunto de temas, mas falta qualquer coisa. Podem ser excelentes músicos, muito tecnicistas, mas quando se trata de compor, falta-lhe aquela faísca que muitos outros têm e que torna a sua música especial. Funk Rock, Progressive, Blues, Rock e World Music é a fusão praticada nos 13 temas que compõem “Modern Hippie”. Adicionem no mesmo caldeirão o grande Hendrix, Jeff Beck, Frank Zappa, Living Colour, Infectious Grooves e Primus, retirem a genialidade dos mesmos, e têm os Errorhead. Ao vivo até deve ser interessante e divertido. Em disco, eu dispenso. Apenas para músicos, pois esses gostam deste tipo de trabalhos. 65% http://www.errorhead.com/ / www.myspace.com/marcusdeml / http://www.lionmusic.com/
RDS

Thursday

Gl*xo Babies – The Porlock Factor (2007) – Heartbeat / Cherry Red

Depois do fantástico trabalho desenvolvido em “Dreams Interrupted: The Bewilderbeat Years 1978-1980” a Cherry Red volta a editar um CD em que recupera material dos extintos Glaxo Babies. Desta feita a colectânea foca a sua reunião de meados da década de 80, daí o subtítulo do disco, “Psych Dreams And Other Schemes 1985-1990”. Nesta segunda fase da sua existência a banda dirigiu-se para sonoridades Pop com algum psicadelismo e alguma influência Funk, sempre com aquele travo Britânico e algum experimentalismo à mistura. O material contido neste disco não é tão interessante como o da anterior, e atrás referida, compilação da sua primeira fase, que apenas durou 18 meses mas que rendeu muito em termos musicais. Além disso, como muito do material aqui contido é de maquetes, ensaios, etc, o som não é o melhor, e varia muito da faixa para faixa. De qualquer modo, recuperações deste género são sempre bemvindas, e os fãs da banda, coleccionistas, amantes do Underground britânico ou da Pop mais avantgarde dos 80s, devem experimentar e tirar as suas próprias conclusões. Eu cá fico pela primeira fase da banda. RDS
70%
Cherry Red: http://www.cherryred.co.uk/
Glaxo Babies: www.myspace.com/glaxobabies

Saturday

Gl*xo Babies – Dreams Interrupted: The Bewilderbeat Years 1978-1980 (2006) – Cherry Red

Esta é mais uma daquelas bandas perdidas no tempo das quais eu nunca tinha ouvido falar. E ainda bem que temos a Cherry Red (aqui com um licenciamento da Heartbeat Records) a fazer estas re-edições e compilações de material antigo, senão muitas preciosidades ficariam irremediavelmente perdidas para sempre. Como é o caso destes Gl*xo Babies. Segundo o que estive a ler na press-release e o que estive a ouvir neste CD, esta é uma daquelas bandas que aparece, causa algum furor com a sua originalidade a vários níveis e, depois desaparece quase sem alguém dar conta, tornando-se assim objecto de culto. Os Gl*xo Babies criaram alguma polémica devido ao seu nome, pois se removerem o asterisco e o substituírem por um “a”, têm o nome de uma multinacional de produtos farmacêuticos. Na altura a referida companhia proibiu a banda de usar o nome. A sua primeira “Peel session” é relembrada pelo aviso que antecedeu o programa: “Glaxo Chemicals would like it to be known that…”. A companhia pôs um detective privado no caso, mas acabou por não dar em nada. Alguns tempos depois da banda se separar o detective volta a aparecer em casa do guitarrista. Surge então mais um aviso, desta vez: “The various ex-members of the band would like it to be known that they have nothing to do with any multi-national pharmaceutical corporation bearing the name…”. Além desta houve muitas mais situações que ficaram para a história, tal como o tema “Christine Keeler” ter sido banido pela Radio One por ser “sensitivo politicamente”, as suas selvagens actuações em que se tocava guitarra com um vibrador ou o vocalista se cortava com vidro, mas não me vou alargar muito mais, podem pesquisar na Internet e vão encontrar muito material, verdadeiro e falso.A banda não durou muito tempo, cerca de 3 anos, mas foram relativamente produtivos em termos de gravações, mas poucas foram as vezes que tocaram fora de Bristol e, depois de se separarem, os membros seguiram tocando em nomes como The Pop Group, The Transmitters, Maximum Joy, Smith & Mighty e Tricky, entre outros.Quanto à música propriamente dita, o trabalho dos Gl*xo Babies divide-se em duas fases distintas: uma desde finais de 1977 até o verão de 1979, em que lançaram um 12”, um 7”, um tema numa compilação (a título póstumo) e uma Peel session; a outra desde aí até o verão de 1980, em que gravaram um single, um EP, um LP e outra Peel session. Na primeira fase temos o Avant-Punk ou Post-Punk como lhe queiram chamar, enquanto que na segunda enveredaram por uma vertente mais Funky e Jazzística muito experimental. O incrível é que em ambas as fases fizeram material de relevo, não podendo aqui destacar nenhuma das duas, mas sim o todo. Encontra-se aqui grande parte do material gravado da banda, em cerca de 75 minutos de música, e pela primeira vez em CD. O livrete está muito bem feito, com muitas fotografias da altura, assim como um extenso e interessantíssimo texto escrito pelo próprio Rob Chapman, vocalista da banda.Resumindo numa palavra: Indispensável! RDS
100%
Heartbeat Records: www.heartbeat-production.co.uk