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Anthemon – Kadavreski (2006) – Manitou Music / Thundering Records

Há já imenso tempo que não ouvia algo tão excitante como este 3º álbum dos Finlandeses Anthemon. O álbum começa logo com um fabuloso opus de 23 minutos (o tema título), seguindo-se mais 3 temas, não menos geniais, que rondam os 9, 7 e 5 minutos e meio respectivamente. Nos pouco mais de 44 minutos de duração do álbum, podemos ouvir elementos de Dark Metal, Doom, progressivo dos 70s e algum gótico, tudo adornado com passagens ambientais, elementos electrónicos, vozes angelicais a secundar a principal masculina (limpa e gutural, mas mais da primeira), passagens clássicas e épicas, e até mesmo uns riffs de Heavy Metal mais tradicional, tudo muito bem encaixado no seu devido lugar e tempo. Apesar de os Anthemon terem o seu estilo próprio, por vezes vêm-me à cabeça nomes como Saviour Machine (mais pela voz), Memory Garden (nas toadas mais Heavy / Doom e por vezes nas vozes), Nightfall (em algumas passagens mais Dark), Misanthrope (pelo vanguardismo), Maudlin Of The Well (pela mistura de estilos e pelas passagens mais progressivas), Opeth (pela mistura de Dark com Progressivo), Disillusion, e algum do material Dark / Doom do Underground da década de 90.O conceito no tema título veio da ideia de criar um “cadavre exquis” musical. Trata-se de uma técnica criada pelos Surrealistas para explorar os acidentes e colagens na arte. A palavra “Kadavreski” é um neologismo criado pela banda, uma contracção das palavras francesas “cadavre” e “exquis”. A técnica, que começou como um jogo, envolve vários artistas no mesmo trabalho, cada um adicionando um novo elemento, por vezes sem saber o que é que a pessoa anterior fez. Esta maneira de criar já deu vários trabalhos de poesia e pintura bem interessantes, caracterizando o que já foi apelidado de “A inconsciente realidade da personalidade do grupo”. Neste trabalho em particular, tanto a música como as letras do tema “Kadavreski” foram criadas desta maneira. Cada elemento de Anthemon escreveu uns minutos de música, começando pelo último minuto feito pelo músico anterior e seguindo pelo caminho que quisesse. O resultado foi essa música de 23 minutos construída em 5 partes escritas e compostas sem saber como soaria a canção no final.Liricamente, o álbum também é muito interessante, lidando com assuntos de índole filosófica (“Print Of The Sands Glass”, “All Is Cyclical”) ou mitologia egípcia (“Weight Of The Feather”).Resta ainda salientar que o som é fabuloso, pesado quanto baste mas salientando muito bem as ambiências negras que predominam o álbum. O álbum foi gravado nos RootsKult Studios em Paris (França) e foi misturado e masterizado por Ahti Kortelainen nos famosos Tico-Tico Studios na Finlândia. RDS
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Thundering Records / Manitou Music: www.thundering-records.com
Anthemon: www.anthemon.com
Pervade Productions: www.pervade-prod.com

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