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Hipnótica - Entrevista

1 – Os Hipnótica já têm uma vasta discografia mas não se limitam aos discos “normais”, enveredando por vezes por caminhos menos ortodoxos, tal como o espectáculo “short stories about na instant called hipnotic life”, no disco “Reconciliation”, no disco e livro retrospectivos “Breves histórias sobre o efeito de Hipnótica 1994-2004”, algumas bandas sonoras, etc.
Este tipo de liberdade artística e novas experiências é importante no mundo dos Hipnótica? Como é que surgem este tipo de experiências? As ideias vão surgindo e procuram torná-las reais ou vão surgindo as oportunidades externamente à banda?

Procuramos sempre trilhar caminhos que nos dêem prazer, acima de tudo. Por vezes editamos álbuns mais no formato convencional e outras vezes arriscamo-nos por caminhos mais livre, de improvisação e experimentação, o que acabe depois por afectar a sonoridade da banda.
Por vezes esses caminhos são mais premeditados ou surgem por convites externos, outras vezes parte de nós criar espectáculos ou discos mais livres.

2 – O novo álbum, “New communities for better days”, conta com diversas participações especiais. Quem é que colabora no disco, como é que surgiu essa cooperação e o que é que cada músico trouxe de mais valia para o tema em questão?
Temos um núcleo bastante forte e coeso e isso faz com que possamos abrir “as portas de casa” a outros artistas que possam trazer novas ideias e possam também receber algo da experiência que têm connosco. É um ideal comunitário artístico e que se complementa com os designers, fotógrafos e músicos que nos ajudaram a criar este álbum. Com relação aos músicos convidados, temos participações como o Abdul Moimeme e o Francisco Rebelo que já colaboraram connosco no passado e temos também novos reforços: o Hidekazu que é um multi-instrumentista japonês, a Nanar Vorperian que conhecemos no festival do Meco e que posteriormente convidámos e por último a Riz Maslen do projecto Neotropic que conhecemos via Myspace.

3 – Em que assuntos se baseiam as letras deste novo disco?
São temáticas diversas baseadas sobretudo nas relações humanas, em alguns casos numa perspectiva voyeuristica noutros casos numa visão mais pessoal. Narrativa de imagens, de pequenas histórias, de formas particulares de vivência, de sonhos, contos de esperança mas também palavras e poemas de sombra.


4 – Sei que ainda é cedo mas, como é que tem sido a aceitação ao novo disco, tanto a nível de imprensa como de público?
Para já, e em relação aos media a aceitação tem sido fabulosa, tanto em relação ao álbum, quer na imprensa escrita como em algumas rádios. O novo vídeo também está a ter uma óptima receptividade e está com passagem na MTV, SIC Radical

5 – E em relação às actuações ao vivo, estão a surgir muitas oportunidades para apresentar esta nova edição?
Agora estamos a planear uma tour de promoção do álbum e vamos de norte a sul apresentar as musicas do novo álbum. Para já faremos festa uma apresentação do álbum na Escola Restart no Parque das Nações no dia 29.03 pelas 22,30hs

6 – Com o tipo de visão e estética mais artística do que puramente musical que os Hipnótica têm, calculo que as influências externas à banda não provenham apenas da música mas também do cinema, literatura, e outros tipos de arte e/ou entretenimento. Indica as bandas, músicos, filmes, escritores e personalidades que penses que são obrigatórios e que tiveram o seu papel na formação do imaginário Hipnótica.
São tantos que não sabemos por onde começar…..Lisboa, as nossas experiências, os amigos, Win Wenders, Jim Jarmusch, Alice Coltrane, Miles Davis, Tony Allen, Raimond Scott, Prefuse 73, Bukowksi, Keoruac, Boards of Canada, Tim Buckley, Ali Farka Tourê, Nina Simone, Won Kar Wai, Plaid, Post Office, Fellini……..etc etc etc

7 – Vou pedir-te agora que descrevas brevemente (duas ou três linhas) cada uma das faixas de “New communities for better days”:

1 – New communities for better days:
Preparação, zona de descompressão e entrada no álbum

2 – Silver drops from velvet clouds:
Delírios, sonhos, reencontro com fragmentos da nossa infância, da nossa vida

3 – Nico:
Nico VU, uma homenagem a uma mulher fascinante e misteriosa

4 – I’ve just met Joe Luke somewhere in the middle of nowhere:
Uma Estrada desértica, uma encruzilhada, um encontro, uma experiência inesquecível

5 – Snow:
Subida, purificação, libertação de certas âncoras, esperança, luz branca

6 – Transitions:
Um enigma, obstáculos, descoberta de uma saída, corrida desenfreada até à saída

7 – Retina:
No words

8 – One for us:
Reencontro de amigos após uma longa separação

9 – Soap:
Poema de libertação, profecias, dias melhores por vir, a superfície contaminada pelas raízes que se manifestam do fundo

10 – Healing:
Processo de cura

11 – Pool:
Cenário aquático, movimentos livres, mergulhos

12 – Interlude for floating above the pool:
Respiração antes do mergulho

13 – First steps towards a dazzling future:
Passos arriscados em direcção ao futuro deslumbrante e incerto

8 – Como vês a cena musical actual em Portugal? Que novas bandas e/ou tendências te têm despertado mais interesse? E fora de Portugal?
Respira saúde e maturidade: Dead Combo, Cool Hipnoise, Micro audio Waves, Bandex, Sam the Kid, Buraka Som Sistema , Tora Tora Big Band, só para nomear alguns. Fora de Portugal, Broken Social Scene, Prefuse 73, Wibutte, SuperSilent, TV on the Radio, Fennesz, Matt Elliot….

9 – Quais são os vossos projectos para um futuro próximo?
Para já concertos, concertos e concertos…..

10 – Em jeito de despedida, queres deixar uma última mensagem ou ideia ou algum assunto importante que tenha ficado por referir?
Para todos os que conheceram o novo álbum porque fizeram download, se gostarem , comprem o original e no fundo colaboram com a continuidade das nossas edições.
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Entrevistado: João Branco
Entrevistador: RDS
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