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Wednesday

Fénix #1042 – 10 / November / 2013 – Special Show Cold Spring Records


www.coldspring.co.uk

Werkraum - Wirrufendeine Wölfe (Unsere Feuer Brennen! 2004)
Barron Brady - Earthen Key (We Bring You A King With A Head Of Gold 2010)
H.E.R.R. - The Moon Devours The Sun (Xii Caesars 2009)
Von Thronstahl - Ein Tag Durch Den Tross (Cornet Fragment) (Conscriptum 2010)
Kreuzweg Ost - Fur Kaiser, Gott Und Vaterland (Edelrost 2006)
Ignis Fatuus - Beyond The Veil (The Futility Goddess 1998)
Troum - Wit Wists Fra-Qistjan (Syzygie 2013)
Turbund Sturmwerk - Styrmsal (Turbund Sturmwerk 1998)
Melek-Tha - De Magia Naturali Daemoniaca  (De Magia Naturali Daemoniaca 1999)
Scott Miller / Lee Camfield / Merzbow - I (No Closure 2013)
Goatvargr - A Black Drum Droning (Black Snow Epoch 2010)
Skullflower - Black Sunshine (Skullflower / Mastery Split 2013)
Wicked King Wicker - The Devil Must Learn The Limitations Of The Host (Evolving 2013)

Monday

Ordo Rosarius Equilibrio – O N A N I [Practice Makes Perfect] (2009) – Cold Meat Industry

Os Ordo Rosarius Equilibrio regressam com aquele que é já o seu 8º álbum. Em pouco mais de 48 minutos ouvimos 11 temas da já habitual sonoridade O.R.E. Desta feita os temas são apresentados numa orientação quasi-Pop, no sentido do formato de canção. Dark, ethereal, martial, folk e pop fundem-se com líricas de cariz sexual, sensual, erótico. Guitarras aliam-se a percussões primitivas, órgãos e pianos colaboram na perfeição com uma caixa de ritmos, coros de igreja harmonizam com gemidos e vocalizações femininas angelicais mas sedutoras. Tudo condimentado com um certo humor negro e uma sexualidade entre o espiritual e o carnal. Como se refere na nota de imprensa, não se chega a cair no erotismo barato, nem mesmo na pornografia descarada, podendo-se falar até numa banda sonora de contornos Dark para um filme de Tinto Brass. Não é o melhor trabalho dos O.R.E., mas os fãs do projecto já sabem o que esperar e não ficarão desiludidos. 80% http://www.coldmeat.se/ / www.ordo-rosarius-equilibrio.net/ / www.myspace.com/ordorosariusequilibrio
RDS

Sunday

Der Blutharsch – Everything Is Alright! (2008) – WKN / Tesco

Esta é uma antologia de raridades e remisturas gravadas entre 2002 e 2008. Temas de compilações, edições limitadas em vinil e outros similares compõem o alinhamento desta nova proposta dos Der Blutharsch. “Everything Is Alright!” abrange todas as facetas do grupo Austríaco, desde o Dark Folk ao Martial, passando pelo Gothic Rock ou Industrial, e até uns pós de Punk e Rock. Mas, mesmo tendo em conta essa heterogeneidade musical e o facto de as faixas pertencerem a variadas edições e períodos de tempo, não é por isso que o disco soa desconexo, muito pelo contrário, a identidade Der Blutharsch já está bem definida há muitos anos. As 17 faixas (cerca de 58 minutos) que compõem o disco podem agradar tanto aos fãs de longa data que pretendem completar a discografia como, ao contrário do que este tipo de edições pode sugerir, atrair novos fãs. Recomendo vivamente. 85% http://www.derblutharsch.com/ / http://www.tesco-germany.com/ / www.myspace.com/tescogermany
RDS

Wednesday

Orplid – Greifenherz (2008) – Auerbach Tonträger / Prophecy

O duo Germânico Orplid regressa com o seu 4º disco de originais intitulado “Greifenherz” (coração de grifo). Os 14 temas que compõem este novo trabalho vagueiam entre o Dark Folk e o Martial, com elementos de Neofolk, Industrial, Neoclassical e até Gótico. Som depressivo, obscuro, sinistro, intenso e sufocante é o que marca a música dos Orplid por um lado. Pelo outro lado temos a vertente melódica, épica, orquestral que estabelece uma dualidade interessante. Ao trabalho de base de Uwe Nolte (letras, visuais) e Frank Machau (instrumentos, composição, vozes), alia-se ainda a voz crua, fria e sinistra de Sandra Fink nos temas “Totenesche” e “Traum von Blashyrkh”. Entre universos tão díspares como os de Death In June, Current 93, Sol Invictus, Fields Of The Nephilim, Das Ich, Elend, Nick Cave, Nina Hagen, Dornenreich, Empyrium ou In Slaughter Natives, a versatilidade musical dos Orplid poderá agradar a fãs de várias vertentes da música mais negra. Não conhecia e fiquei a gostar. Segundo parece, os álbuns anteriores são mais agressivos e industrializados. Fiquei curioso mas, para já, não largo este “Greifenherz”. 90% http://www.orplid.de/ / http://www.noltex.de/ / http://www.auerbach.cd/
RDS
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Orplid - Der Letzte Ikaride (Sterbender Satyr, Auerbach 2006)

Tuesday

Der Blutharsch – When All Else Fails! (2001 / 2008) – WKN / Tesco

“When All Else Fails!”, o disco de estúdio de 2001 dos Der Blutharsch, volta a estar disponível numa reedição em formato digipack. 13 temas do habitual Neo-Folk / Martial compõem esta rodela cinzenta. Como habitual também nos Der Blutharsch, os temas não têm título. Participações de Geoffroy D. (Derniere Volonte), Jürgen Weber (Novy Svet), Lina Baby Doll (Deutsch Nepal / Janitor), Martynna e Maya C-Mc-C dão outro colorido à música da banda Austríaca. Apesar do digipack estar fabuloso em termos estéticos, com direito a logótipo em relevo, é pena não termos direito a mais material como textos, fotografias e outras informações. Outro ponto que poderia aumentar o interesse nesta edição seria a adição de temas extra, o que não acontece. De qualquer modo, para quem não tem ainda este disco, uma boa oportunidade de o adquirir. 80% http://www.tesco-germany.com/ / www.myspace.com/tescogermany
RDS

The Joy Of Nature & Post Crash High - Críticas

The Joy Of Nature – The Shepherd’s Tea EP (2006/7) – Edição de Autor / Woven Wheat Whispers
TJON é um projecto a solo do Português Luis Couto. Esporadicamente dão-se participações de outros artistas, não só da área da música, mas de outras vertentes artísticas. Este é o seu segundo registo e foi lançado em CD-R de 3”, numa edição limitada a 21 exemplares, devidamente embalados num luxuoso pacote feito à mão. Infelizmente essa edição está esgotada. O que eu tenho em mãos é apenas um CD-R normal com a gravação dos 4 temas e ainda algumas faixas que fazem parte de diversas colectâneas. Para quem não conseguiu a edição especial, em suporte físico, este EP está disponível através da Britânica Woven Wheat Whispers, venda online em formato mp3.
Em termos líricos, este é um EP conceptual baseado na lenda do pastor e da donzela do lago, do manuscrito Gaulês do século XIII, “Meddygon Myddfa”. Em termos instrumentais, passo a descrever sucintamente. A faixa de abertura, “The longest and deepest sleep for the shephered and the maiden in the woods, near the stream”, ultrapassa os 15 minutos de duração, e é basicamente um tema ambiental com toques Folk e Industrial. Gosto mas o melhor ainda está para vir. Segue-se “Enchanting lullaby for Su, the maiden”, ainda com o toque ambiental mas agora mais centrado na Folk. Continuamos bem, mas vai melhorar. Seguem então, não uma mas duas, “pièce de résistance”, os temas “A slumber hangs upon the walls” e “The shepherd and the lake maiden”. Dark Folk que transpira um verdadeiro sentimento Lusitano, depressivo, melancólico, sonhador. Saudade. Depois de, nos últimos anos, o Fado ter perdido esse sentimento intrínseco à alma Lusitana, é bom constatar que ainda se consegue transmitir na música, mesmo que noutras áreas atípicas à cultura deste país. Esta característica é mais notória em “A slumber hangs upon the walls”, que é o momento alto do disco.
Os dois primeiros temas são muito bons, mas são muito lugar-comum da Folk / Dark Folk / Ambiental / Industrial. Mas os dois seguintes… Ah! Só por estes dois temas vale a pena a aquisição de “The Shepherd’s Tea”. 80%

The Joy Of Nature – The Shepherd’s Tea at 7 (7”) (2006) – Little Somebody
Um 7” que inclui dois dos temas do EP acima descrito e, por coincidência, os temas que eu destaquei. A descrição dos temas está na crítica anterior logo, não há muito mais a referir deste item, a não ser que é bom ver que ainda se aposta no vinil, como suporte físico para a música. Além disso, é um formato que eu venero, o disco de 7 polegadas. Não consigo descrever a adoração que tenho por estas “pequenas” peças de arte, e de coleccionador. No geral, a pontuação deste tem que ser mais alta, isto porque não é uma gravação em CD-R, é um 7”, e porque contém dois temas fantásticos. 95%

Participações em Compilações: O tema “Persona”, incluído em “Wilde Jaeger” (Percht / Steinklang Industries), segue a linha de “A slumber hangs upon the walls”, com aquele espírito saudosista Lusitano. Fantástico. “The twilight of the old king” faz parte de “All souls arise”, lançada pela Woven Wheat Whispers, e também é um tema fabuloso, mas encontra-se mais na vertente Dark Folk / Ambiental. “The mad woman who lives at the end of the woods” também está acima da média e integra “Donec ad metam”, uma colectânea online gratuita da # Neo-Folk.it. A linha é a mesma do tema anterior. Finalmente, “Fire only rests when there’s nothing left to burn”, faz parte de “Falésia” (Enough Records), uma colectânea online recheada de excelentes nomes Lusos de Dark Folk, Electro, Ambiental e Industrial. Para variar, não desilude, pelo contrário. Há também participações em “Honi soit qui mal y pense” (também disponível na # Neo–Folk.it), e dois temas em “The Nemeth” da Reaping Horde.

Post Crash High – The Apocalypse Came Yesterday And No One Noticed (2005) – Edição de Autor
Projecto paralelo a The Joy Of Nature. Este é o único registo de Post Crash High e trata-se de um CD-R de edição limitada a 77 exemplares. Além das 10 faixas áudio (que ultrapassam a hora de duração), temos como complemento uma faixa multimédia com imagens e textos a acompanhar cada um dos temas. Este é o lado mais obscuro e experimental de Luís Couto. O ambiente contido neste apocalipse sonoro é denso, obscuro, sufocante, apocalíptico. A orientação varia um pouco de tema para tema, mas no geral temos inspirações Industrial, Martial e algum Dark Folk. Enquanto que em Joy of Nature a música está intimamente ligada à Natureza, Post Crash High é uma banda sonora para o lado mais negro da alma humana, dor, desespero, depressão, angústia, ódio, falta de vontade de viver. Em contraste com a música, a capa, contracapa e livrete incluem desenhos de coelhos a dançar na floresta. Mas a capa é um pouco ambígua. Pode significar muita coisa. Uma experiência não recomendada a espíritos mais susceptíveis. 85%

The Joy Of Nature - Entrevista

1 – Fala-me um pouco da história dos The Joy Of Nature desde a sua concepção até à data.
A ideia inicial para The Joy of Nature and Discipline surgiu em 1997, mas só começou a tomar forma musical em 1998. Em 1999, por convite da Reaping Horde, gravámos dois temas para a compilação "The Nemeth". Surgiu da parte da mesma editora o convite para um álbum, que foi lentamente gravado no período entre 2000 e 2002 e editado em 2003. No final de 2005, ao mesmo tempo que surgiu a oportunidade da reedição de "The Fog that Life Is Haunted By" pela Bunkier Productions, decidimos recriar o projecto, utilizando mais instrumentos acústicos e muitos menos samples e sintetizadores; o conceito, com a redução do nome não sofreu propriamente uma alteração, apenas se tornou menos enevoado. Em 2006 editamos o single em vinilo "The Shepherd's Tea at 7" pela americana Litte Somebody Records, seguido em Dezembro pelo mini-álbum "The Shepherd's Tea", editado inicialmente em número de 21 exemplares, cada qual com uma pintura original diferente, depois editado em mp3 pela Woven Wheat Whispers. 2007 foi um ano em que apenas editamos alguns temas em compilações. Desde 2006 que estamos a preparar a trilogia "The Empty Circle/O Círculo Vazio".
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2 – No vosso website apresentam The Joy Of Nature como um projecto multimédia que tem a música como base. Queres desenvolver um pouco esta descrição e referir quais são os outros domínios do projecto para além da vertente musical?
Os outros domínios, fora o musical, têm sido essencialmente a pintura e a escrita, tendo havido uma edição nossa – "The Shepherd's Tea" – acompanhada de um conto. A fotografia e o vídeo poderão também ser utilizados a seu tempo. Tudo gravita sempre à volta da música, mas muitas vezes torna-se importante complementá-la com outras formas de arte.
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3 – “Nature rejoices in Nature, and nature contains Nature”. Esta, segundo apresentado no vosso website, é uma das influências na designação do projecto, que anteriormente se apelidava de The Joy Of Nature And Discipline. Fala-me um pouco da origem do nome do projecto e o porquê da mudança/simplificação do nome.
A mudança de nome deu-se a uma certa mudança de sonoridade (mais acústica) e também a um maior enfoque na componente hermética do projecto. "Nature contains Nature and Nature rejoices in Nature" foram palavras retiradas do livro hermético "Turba Philosophorum". Temos interesse na tradição hermético-alquímica que foi das últimas formas "Tradicionais" a desaparecer (se bem que não completamente) no mundo ocidental, apesar de não ser exclusiva deste. Mas em que consiste a tradição hermético-alquímica? Os seus símbolos e ensinamentos são extremamente complexos e, essencialmente, codificados, devido não apenas à inquisição/censura, como também por forma a afastar as massas dela.
O nosso interesse por aquilo que hoje é apelidado de "esotérico" não se fica por aí: temos interesse pelo ioga tântrico, pela literatura cavaleiresca medieval, pelo taoísmo e budismo chan, etc. Porque há uma unidade em tudo isto. Não se trata de uma miscigenação de diversas representações tradicionais, mas sim da procura da sua essência.
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4 – Quais são as vossas influências musicais, literárias, artísticas, cinemáticas, ideológicas / filosóficas, e de outras proveniências?
Das musicais falaremos adiante. Quanto às literárias, autores como Julius Evola, René Guénon, Mircea Eliade, Ernst Jünger, Gustav Meyrink, Yukio Mishima e William Blake dizem-nos muito. Recolhas de contos tradicionais, textos herméticos e alguns clássicos religiosos (no sentido de re-ligação ao divino), como o "Tao Te Ching", fazem parte das nossas leituras frequentes. Em termos de cinema, as nosssas preferências dirigem-se a realizadores como Andrei Tarkovsky, Ingmar Bergman, Stanley Kubrick, David Lynch e primeiros filmes de Peter Weir.
Não nos enquadramos propriamente numa determinada ideologia ou concepção filosófica. A maior fonte de inspiração são as experiências individuais, os fragmentos da Tradição que, por aqui e ali ainda se encontram, na maior parte das vezes já desvitalizados e, quando raramente aparecem, as experiências supra-individuais.
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5 – Descreve os processos de composição e gravação dos vossos trabalhos.
Costumamos ir compondo, gravando e, às vezes, até misturando, ao mesmo tempo. Gostaríamos de no futuro proceder a uma divisão entre as várias fases, mas é difícil alterar hábitos já bastante enraizados. As ideias para os temas surgem, aparentemente, de coisa alguma e vão-se revelando aos poucos.
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6 – Estes lançamentos são típicos do universo musical no qual vocês se inserem. Edições limitadas, com um carácter DIY, e com um cuidado especial na apresentação dos mesmos. Toda esta componente artística, estética e, até, ideológica é importante na banda?
Tentamos encarar a arte de uma forma o menos possível comercial. Por um lado, temos edições em quantidade (que permitem que o trabalho chegue às pessoas que nele possam sentir algo de especial), e outras em qualidade, edições em que cada exemplar é diferente. Este aspecto não possui necessariamente um carácter ideológico para lá de nos recusarmos a que o nosso trabalho seja considerado como um produto.
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7 – Além dos vossos trabalhos a nome próprio têm visto os vossos temas incluídos em diversas colectâneas. Como é que surgem estas participações?
Até ao momento todas surgiram através de convites. A participação em compilações não só é uma boa forma de apresentar, de forma breve, o nosso trabalho, como também de editar temas que não se enquadram nos trabalhos que, em dado momento, estamos a realizar. Porque todos os nossos trabalhos têm um conceito, mesmo que não facilmente perceptível.
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8 – Existem apresentações ao vivo (ou de outro tipo) ou The Joy Of Nature é apenas um projecto de estúdio?
Quando as condições certas existirem contamos fazer apresentações ao vivo, mas com arranjos diferentes dos dos discos. Não nos agrada utilizar bases pré-gravadas em concertos, preferimos optar por não usar electrónica nos concertos, o que torna mais difícil reunir as condições necessárias. Outro tipo de apresentações deverão surgir brevemente.
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9 – Estão a preparar a trilogia “The empty circle / O círculo vazio”, cuja primeira parte (“Swirling lands of disquiet and catharsis – A theatre lost in the vast abyss of starry skies”) está quase pronta. Fala-me desta trilogia. Qual é o conceito por detrás da mesma?
Temos estado a trabalhar nesta trilogia há quase dois anos, praticamente todos os dias. A trilogia divide-se em três partes, sendo cada uma delas relacionada com as três principais fases da obra hermética: Nigredo, Albedo e Rubedo. O primeiro disco será mais psicadélico e experimental, enquanto que o segundo será mais "folk"; o terceiro não será um disco muito fácil de descrever, mas podemos adiantar que denotará algumas influências orientais. Não diremos mais sobre a trilogia. Depois, cada um, a partir dela, fará as suas interpretações e buscas individuais. É o que valoriza a criação artística nos dias que correm, ou talvez, nos que sempre correram.
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10 – Além de The Joy Of Nature existe ainda o projecto paralelo Post Crash High, o qual já tem um disco editado, “The apocalypse came yesterday and no one noticed”, que, além da parte áudio, contém diversos elementos multimédia. Fala-me deste projecto numa panorâmica geral.
Enquanto The Joy of Nature consiste num olhar dirigido ao interior, Post Crash High olha para fora. Daí o uso predominante, neste último projecto, de sons electrónicos. Depois de Post Crash High, tornou-se natural o regresso de The Joy of Nature, como a alternativa interior ao mundo apocalíptico descrito por Post Crash High.
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11 – Como vês a evolução da cena Underground nacional desde que nela entraste até hoje? Que bandas, editoras, promotores de concertos, revistas e outros da cena musical podes realçar? E de quais já extintos tens saudades?
Nunca senti que The Joy of Nature tivesse entrado numa "cena".
Gostamos e temos afinidades com Sangre Cavallum, com os quais tem havido colaborações mútuas, Triarca são um projecto a ter em atenção, Karnnos e Wolfskin continuam com trabalhos muito interessantes mas, fora os artistas referidos, ouvimos principalmente música folk portuguesa – Gaiteiros de Lisboa, Galandum Galandaina ou Zeca Medeiros. Também dedicamos algum tempo a ouvir recolhas de música "folk" portuguesa, transmitida de geração em geração. A nível de editoras, foi uma boa notícia o aparecimento da Folcastro. Sentimos saudades da Forgotten Blood e de outras pequenas editoras de cujos nomes já não nos recordamos, mas que foram capazes de criar um verdadeiro "underground" sem interesses comerciais. A Robur foi uma publicação interessante, mas não tenho seguido, desde há muito tempo, revistas e promotores de concertos.
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12 – E fora de Portugal? Que nomes te chamam a atenção hoje em dia?
Musicalmente, apreciamos muito artistas como Current 93, Vashti Bunyan, The Pentangle, The Chieftains, Coil, Swans, Nico, Michael Cashmore/Nature and Organisation, Luciano Cilio, Arvo Part, primeiros trabalhos de Alan Stivell e Milladoiro. Os nossos gostos são um pouco ecléticos e abrangem desde a folk à música medieval e clássica, a experimentais, como os já referidos Coil, e Nurse With Wound, como também a algum rock, como a Joy Division ou os primeiros discos de Sonic Youth.
Estivemos recentemente num concerto de Stephan Micus, cujo trabalho já conhecíamos e admirávamos, e ficamos deslumbrados.
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13 – Tens agora espaço para deixar uma última mensagem aos leitores da Fénix.
Sat Nam.
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Questões: RDS
Respostas: Luis Couto
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Friday

Der Blutharsch – The Philosopher’s Stone (2007) – WKN / Tesco Distribution

Depois de um disco ao vivo (“Live In Copenhagen” 2006, WKN / Tesco) eis que os Der Blutharsch surgem com novo trabalho de estúdio. “The Philosopher’s Stone” é um disco que faz a fusão de Dark Folk, NeoFolk, Martial e Rock Gótico, quase sempre com um orientação mais roqueira que os seus pares. Negro, obscuro, intenso, enérgico, é assim o ambiente deste trabalho. Além dos músicos integrantes (Marthynna, Jörg B., Bain Wolfkind e Albin Julius) há ainda participações especiais de Christine R. (clarinete) e de Matt Howden (violino) em uma faixa cada. Mais uma obra essencial na carreira destes Austríacos. Segundo parece, vão dar por encerrada a sua carreira após 10 anos de a terem iniciado, inventado o Military Pop e terem-se tornado um dos nomes mais influentes da cena Dark / NeoFolk / Martial. Será verdade? Se assim é, o canto do cisne é, sem dúvida alguma, o mais belo de todos! 90% http://www.derblutharsch.com/ / http://www.tesco-germany.com/
RDS

Tesco Organisation / Hau Ruck!

Anenzephalia – Ephemeral Dawn (2007) – Tesco Organisation: Este disco foi originalmente editado em 1996, numa edição limitada a 750 exemplares, e já se encontra esgotado desde então. A Tesco reedita-o agora em 2007 em formato digipack com livrete a acompanhar. Este género de recuperações são sempre bem-vindas e esta o é com certeza! Trata-se aqui de 11 faixas, na sua maioria, gravadas ao vivo entre 1992 e 1995. Power Electronics e Industrial são as designações principais às quais se podem juntar ainda Dark Ambient e Experimental. Apenas aconselhado a fãs do género. 80% http://www.tesco-germany.com/

Apoptose – Schattenmädchen (2007) – Tesco Organisation: Terceiro disco para os Apoptose. Ao longo dos anos, alguns destes temas têm visto a luz do dia em compilações, outros nunca foram editados. Em 2006 os Apoptose juntam-se ao autor cyberpunk Japonês Kenji Siratori para dar uma nova roupagem a estas faixas e iniciar a gravação deste disco. Os temas foram remisturados, regravados e renomeados para este efeito. Neste trabalho, o projecto usa pela primeira vez “spoken word”. Usam-se tanto o japonês como o alemão e o inglês. As 7 faixas aqui incluídas remetem-nos para um mundo desolado e moribundo, sem luz do dia e oxigénio. As letras remetem-nos para o submundo de megacidades Japonesas, as profundezas das vias de informação electrónicas e ainda pesadelos de crianças. O disco vem com uma apresentação soberba, num digipack de 6 painéis com livrete. Dark Ambient, Martial e Experimental são as palavras de ordem em “Schattenmädchen” (“criança da sombra”), uma obra-prima. 90% http://www.apoptose.net/ / http://www.myspace.com/apoptose / http://www.tesco-germany.com/

Naevus – Silent Life (2007) – Hau Ruck! / Tesco Distribution: Edição da Austríaca Hau Ruck, este é já o 5º trabalho dos Naevus, mas o 1º como um quarteto. Lloyd (voz, guitarra acústica, teclas) e Joanne (baixo, acordeão, teclas) vêm-se agora acompanhados por Greg Ferrari (Womb, Bedsit Injury) na guitarra eléctrica e John Murphy (Knifeladder, Shining Vril, SPK, The Associates, etc.) na bateria e percussão. Em 4 das faixas deste disco contam ainda com a participação de Rose McDowall (Strawberry Switchblade, Sorrow, Coil, etc); noutras duas contam com a voz e/ou teclas de David E. Williams (cantautor norteamericano); e outras duas incluem ainda o violino de Matt Howden (Sieben, Sol Invictus, Raindogs, etc.). O CD vem num belo digipack (eu já disse que venero este formato?) com um livrete de 16 páginas com as letras, informações e fotografias. São 45 minutos divididos em 8 faixas de Neo-Folk / Neoclassical da mais alta qualidade. Um verdadeiro achado este. Não conhecia o projecto antes, por isso, ainda tenho 4 discos por ouvir. Se forem tão bons quanto este…! Mas ainda vou demorar um pouco pois ainda estou preso a esta pérola! 95% http://www.naevus.co.uk/ / www.myspace.com/naevus / http://www.hauruck.org/ / http://www.tesco-germany.com/

Thursday

Elend – A World In Their Screams (2007) – Prophecy

“A World In Their Screams” marca o regresso do agrupamento Franco-Austríaco Elend e o fechar do ciclo “Winds” iniciado em 2003 com o disco “Winds Devouring Men” e com continuação no ano seguinte em “Sunwar The Dead”. Mais de 30 músicos e vocalistas contribuíram para este novo trabalho que demorou 3 anos a ser desenvolvido. Classical, Avantgarde, Martial, Industrial, Dark e Filmscore são estilos ou denominações que se poderão utilizar para descrever os 11 temas que compõem este disco. Ambientes obscuros, extremos, sufocantes, violentos, inquietantes, depressivos e com um grande sentido épico, mas apesar de tudo belos, é o que podem esperar. “A World In Their Screams” é uma experiência inquietante mas recompensadora se conseguirmos apreciar o lado obscuro da música, do som, da mente e dos sentimentos e natureza humana. Para ouvir bem alto, com as luzes apagadas, os olhos fechados e confortavelmente (ou não!) instalado no sofá ou cama. Uma obra-prima! Não aconselhado a espíritos fracos. RDS
100%