
Saturday
Blackjackers “Held Open May Cause Delay” EP (Raging Planet / Raising Legends, 2010)

Wednesday
AZTEC MUSIC
A Aztec Music é uma editora Australiana direccionada para as reedições de clássicos oriundos das terras de “down under”, nas linhas do 70s Hard Rock, Classic Rock e seus derivados. Depois de uma primeira remessa de discos que me chegaram às mãos por parte da mesma, eis que apresento a segunda leva com mais seis títulos. Por ordem alfabética, seguem as apreciações de alguns discos perdidos no tempo, recuperados pela Aztec.
Buffalo “Dead Forever” (1972)
Falar em 70s Hard Rock Australiano e não falar nos Buffalo é quase sacrilégio. A estreia “Dead Forever” foi originalmente editada em 1972 e continha 8 temas. Esta reedição inclui 5 faixas bónus, entre as quais os dois temas de “Hobo”, single de 71 dos Head (banda pre-Buffalo de Tice e Wells), e três B-sides de 72, além de um livrete pleno de informação e imagens. Heavy Rock com toques Blues, Psychedelic e Doom. Influências notórias de Sabbath, Uriah Heep, Free e Zeppelin fazem o resto. Pelo meio versões de Free, Blues Image e Chuck Berry. Não é meu disco favorito dos Buffalo (deixo isso para o “Volcanic Rock”), mas está bem posicionado na lista de escolhas. 85%
Buffalo “Only Want You For Your Body” (1974)
O Doom da estreia ficou um pouco para trás e a banda começou a puxar mais pela costela Hard Rock de descendências Deep Purple. São 7 temas originalmente lançados em 1974, aqui adicionados de 2 bónus (e o habitual livrete completíssimo, apanágio destas reedições Aztec). Longe de ser um disco perfeito, mesmo assim está uns furos acima de “Average Rock ‘N’ Roller” e “Mother’s Choice” (o mais fraquito de todos). Na minha lista ficaria talvez em 2º lugar ex-aequo com “Dead Forever” (é difícil compara porque são dois álbuns distintos). 85%
Buster Brown “Something To Say” (1974)
Estando esgotado há mais de 30 anos, esta é a oportunidade de adquirir o único disco dos Buster Brown, banda com ligações (leia-se músicos) a outros nomes Australianos como AC/DC, Rose Tatto, Coloured Balls, etc. Além dos 7 temas originais, 6 bónus foram adicionados, entre os quais o single “Release Legalise”, uma raridade de 80 dos Rose Tattoo, e a versão de Chuck Berry. Hard Rock pouco pesado de onda Blues Rock, dançável, quase Funky. Demasiado “alegre” e “limpo” para me agradar, mas com alguns pontos de interesse. 70%
Lobby Loyde with Sudden Electric “Live With Dubs” (1980)
Pelo menos o título não induz em erro os fãs. Isto são gravações ao vivo que tiveram posteriores dubs em estúdio, visto um dos micros ter tido algumas falhas em concerto. Lobby Loyde (The Aztecs, Coloured Balls) assina as 6 composições incluídas no disco original, originalmente escritas para os Southern Electric. Como bónus há 4 temas de Lobby Loyde & Ball Power gravados em 2000 (“live without dubs”, dizem eles), entre os quais 2 temas de Coloured Balls e uma versão de “Heartbreak Hotel” de Presley. Algures entre o Hard Rock de finais dos 70s e o Punk ‘N’ Roll, esta rodela transpira espírito Rock por todos os poros. Som pesado, cru, intenso, roqueiro quanto baste. Gostei. Para completistas e curiosos. 75%
Madder Lake “Still Point” (1973)
Blues Rock de contornos psicadélicos e progressivos. Era esta a proposta dos Madder Lake em 1973. Aos 7 temas originais adicionam-se ainda outros 7 como bónus (entre B-sides e faixas ao vivo). Não é tipo de sonoridade que a mim me agrade pois assenta muito numa vertente limpa e algo comercial (para a altura, entenda-se). Falta-lhe algum peso ou, em contrapartida, uma orientação mais progressiva e experimental. Nem a etiqueta Psychedelic que lhe atribuem tem muito significado. Fica a meio caminho sem cair para alguma das vertentes. Para completistas apenas. 60%
Madder Lake “Butterfly Farm” (1974)
O trabalho que sucede a “Still Point” não muda muito a sonoridade da banda. E também não muda a minha opinião acerca da mesma. Soa-me um pouco melhor que o anterior, mas não vai muito além da mera curiosidade. Aos 8 temas originais junta-lhe outros quatro esta reedição da Aztec. Gosto da capa, no entanto. Um dos músicos fez ainda parte dos mais célebres Skyhooks. Mais uma vez, recomendado a fãs do género ou coleccionadores. 60%Tamam Shud “Goolutionites And The Real Thing” (1970)
Os 9 temas da edição original datam de 1970. A estes adicionam-se outros 9 (!). Sim, é isso mesmo, há muito material para explorar nesta reedição. Acid Rock de finais dos 60s é a orientação dos Tamam Shud (nome retirado do livro Persa do século XI “The Rubáiyát” de Omar Khayvam). Grateful Dead, Cream, Doors, Jefferson Airplane, Focus, Jimi Hendrix e outros que tais são influências notórias. Gostei do que ouvi, embora neste tipo de sonoridades prefira as coisas mais cruas e garage do que o som mais “comercial” destes Tamam Shud. Desta banda saíram depois alguns músicos para integrar os, bem mais interessantes, Kahvas Jute. Há momentos interessantes e o CD vale por isso, pelo bónus e pelo valor histórico. 75%
Lamplight “A Sun That Will Not Rise” (Promo-Single, 2009) (Vitamin Records)
Pelas mãos do Lou Risdale da Aztec recebi ainda um single de uma nova banda Australiana chamada Lamplight. Apenas um tema na sua versão “rádio edit”. O álbum de estreia homónimo será editado em Junho. Por esta amostra, a coisa promete. Som Folk Rock “baladesco”, ambientes épico-sinfónicos, de contornos modernos. É aguardar pelo álbum. 75%
RDS
Some more Aztec Music here
Thunder – The EP Sessions 2007-2008 (2009) – Metal Heaven
RDS
The Crystal Caravan – The Crystal Caravan (2009) – Garageland Records
RDS
Monday
V/A – Trip In Time Vol. 3 – Psychedelic Adventures On Planet Earth (2008) – Trip In Time
RDS
Thursday
Adam West – ESP: Extra Sexual Perception (2008) – People Like You
RDS
V/A – Bound For The Bar Festival Tour DVD (2008) – People Like You
RDS
Monday
Toxic Holocaust – An Overdose Of Death… (2008) – Relapse
RDS
Toxic Holocaust - Wild Dogs
Saturday
Murdering Tripping Blues – Knocking At The Backdoor Music (2008) – Raging Planet
RDS
Thursday
P. Paul Fenech – Skitzofenech (2008) – People Like You
RDS
Wednesday
Nosey Joe & The Pool Kings – Tunes From The Bighouse (2008) – Heptown Records / Evil Bitch 666
RDS
Astrolites – Hard Luck (2008) – Heptown Records / Evil Bitch 666
RDS
Friday
Motornoise – Motornoise (2007) – Invasion Rock / Let’s Go To War / Lost Underground
Gazua – Convocação (2008) – Edição de Autor
Gazua é um power-trio, na verdadeira ascensão do termo, composto por João (voz / guitarra, ex-Corrosão Caótica, ex-Carbon-H, ex-No-Counts), Paulinho (baixo, ex-Jardim Do Enforcado, ex-M.A.D., ex-Spitz Buben, actualmente nos Kamones) e Quim (bateria, ex-Condenação Pacífica, ex-Civic) que não gravou a bateria no disco mas que faz parte da banda actualmente. O passado dos 3 membros já fala por si!
Em relação à gravação propriamente dita, resta apenas dizer que foi feita nos estúdios Crossover com o Sarrufo. Tudo o que tem saído destes estúdios, com mão do Sarrufo, tem uma qualidade inegável. Som forte, poderoso, limpo, mas com aquela crueza necessária ao género. Até a capa e toda a apresentação do disco estão sublimes. E vem em formato digipack, um formato que eu adoro e que prefiro em detrimento da normal caixa de plástico.
“Convocação” inclui 10 temas de puro Rock ‘N’ Roll / Punk Rock em cerca de 35 minutos que remetem para os primórdios de Xutos & Pontapés, Censurados e Peste & Sida, revelando também influências de nomes míticos como Ramones, Clash, New York Dolls, Patti Smith, Motörhead, AC/DC, Rose Tattoo, Thin Lizzy, MC5, Sex Pistols, entre outros. Abre em força com “Se tens vontade de gritar”, um tema potente, rápido, com melodia e refrão sing-a-long contagiantes, a lembrar Censurados no seu melhor; seguem “Morres devagar” e “Fazia tudo outra vez” a trazer à memória os Xutos dos 80s; “Evolução (1974)” traz de volta a velocidade num registo mais agressivo e mais Punk; “Sair da escuridão” é um forte candidato a hit-single; “O que é que estás aqui a fazer” continua com o pé no pedal, Peste & Sida / Censurados à memória; “Mil dedos” é mais lenta mas não perde a força do Rock tradicional, cru e puro; “Freneticamente falando” traz como convidado João Pedro Almendra (vocalista dos Peste & Sida); “Punição” tem uma batida fortíssima; fecha-se o ciclo (sim, porque ao acabar voltamos a carregar play e reiniciar o disco!) com “Vou explodir” com mais um refrão cantarolável.
Uns segundos de silêncio… O quê? Já acabou? Carrega no play depressa! Quero mais! Não deixes baixar a adrenalina! Ainda estou de braços no ar com a minha “air guitar”, a riffar como se não houvesse amanhã!
Para colocar ao lado de “No One To Follow” dos Anti-Clockwise, outro do género que também respira Rock por todos os poros. Infelizmente passou algo despercebido neste marasmo que a cena musical nacional actualmente! Esperemos que não aconteça o mesmo a este “Convocação”.
Um forte candidato a disco do ano em Portugal E só agora começou 2008. O Rock não morreu em Portugal! Estão todos convocados para a celebração. Dá-lhe Gás(zua)! Rock ‘N’ Roll Up Your Ass!!! RDS
Gazua: http://www.myspace.com/gazua
Thursday
Gazua - Entrevista
Os Gazua tiveram um arranque um pouco atribulado... A banda começou por minha iniciativa e do Fred (ex baixista de censurados), e nessa altura tinhamos o Pedro Cardoso na bateria (que participa neste disco como convidado). Deram-se alguns concertos, e depois da saída do Fred por falta de disponibilidade para um projecto a tempo inteiro a banda sofreu algumas alterações à formação até chegar aquilo que é hoje. O Paulinho surge através de um amigo em comum, e o Quim trabalhava nos estúdios em que nós ensaiávamos. Desde há um ano que temos esta formação fixa, e por isso estava na hora de avançarmos para o disco.
2 – Descreve os processos de composição e gravação deste disco de estreia “Convocação”.
A composição deste disco parte de uma série de ideias que vinham já de trás, ainda antes desta formação estar composta. O que fizemos foram alguns arranjos, mas o disco já estava pensado e pronto a arrancar há algum tempo. Em relação à gravação, correu muito bem. Estivemos 16 dias nos estúdios Crossover em Linda-a-Velha a trabalhar com o Zé Pedro Sarrufo, e penso que se encontrou um excelente ambiente de trabalho. E acima de tudo, muito profissional.
3 – Sobre que assuntos incidem as letras contidas neste disco?
Este conjunto de letras têm um cariz muito pessoal, falam muito de persistência, de lutarmos por aquilo em que acreditamos. Falam também das interrelações entre pessoas, e da forma como às vezes é tão difícil alcançar uma harmonia.
4 – Quais são as vossas influências musicais, assim como outro tipo de influências externas à música?
Penso que somos essencialmente três viciados em música. Temos idades compreendidas entre os 34 e 36 anos e estamos metidos nisto até ao pescoço. Eu pessoalmente estou neste momento a ouvir muito os Clash, a Patti Smith, o Wayne Kramer (ex-MC5), Thin Lizzy... o Quim sei que é fã incondicional dos Iron Maiden, Slayer... e o Paulo ouve bandas como Discharge, AC/DC... são gostos variados, temos todos um espectro de gostos musicais muito alargado.

É mesmo essa segunda hipótese. Ninguém se mostrou interessado em investir neste disco, e se essa parte nos teria que caber a nós, então não se justificava ter o selo de um editora. Penso que nesta fase de arranque da banda e com o mercado em baixa não é fácil arranjar quem arrisque um investimento num produto que não dá garantias. Não foi nada que não estivéssemos à espera. Já cá andamos todos há muito tempo, e não vamos deixar de passar a mensagem por uma questão destas.
6 – Como é que estamos de concertos de promoção ao disco? E em relação a outro tipo de promoção, tais como entrevistas, rodagem em rádios, etc?
O lançamento oficial do disco é no dia 16 de Fevereiro na Academia de Linda-a-Velha, e vamos ter uns quantos concertos a partir dessa altura. Antes disso só mesmo o concerto com os Italianos The Cummies no Espaço dos Desastres. Confirmado está também um concerto em Sintra no dia 23 de Fevereiro, e estamos a aguardar umas quantas respostas em relação a alguns concertos no norte e sul do país. Vamos tendo a agenda actualizada no nosso espaço do Myspace. Em relação a rádios o CD já chegou a algumas e sei que tem passado por exemplo na antena 3. As entrevistas vão chegando, mas penso que os meses de fevereiro, março e abril serão mais atarefados nesse sentido.
7 – Como vês a evolução da cena Underground nacional desde que nela entraste até hoje? Que bandas, editoras, promotores de concertos, revistas e outros da cena musical podes realçar?
Acima de tudo realço sempre as iniciativas de pequena dimensão, que se conseguem mexer quase sem meios e o fazem sem a interferência da indústria mais mainstream. De qualquer forma acho que hoje temos que ser melhores para entrar na cena musical. A fasquia subiu muito e isso agrada-me. É difícil ter uma opinião em relação à industria sendo-se músico... achamos sempre que não fazem o suficiente. Quando as bandas começam a crescer é que entendem que muitas vezes tudo se resume a números, e isso é muito desmotivante, mas é isso que faz mexer a indústria. Talvez ache que nos deixamos influenciar demasiado pelo que vem de fora e desvalorizamos muito o que temos cá dentro.
8 – Como é que surgiu a colaboração do João Pedro Almendra dos Peste & Sida?
Bom, este disco fala de persistência, e quem conhecer pessoalmente o João Pedro sabe que ele é um sobrevivente.
Há com certeza outros, mas ele é uma pessoa que reflecte exactamente aquilo que quisemos transmitir com este disco. Já nos conhecíamos, por isso foi simples e estamos muito satisfeitos. Foi sem dúvida uma mais valia.
9 – Tens agora espaço para deixar uma última mensagem aos leitores da Fénix.
Venham conhecer os GAZUA. Em disco ou ao vivo!!
E de uma maneira geral, não fiquem em casa agarrados aos computadores... vão aos concertos, a outros espectáculos e saiam para os copos com os amigos.
Um abraço a todos!!
Gazua: http://www.myspace.com/gazua
Questões: RDS
Respostas: João (vocalista e guitarrista)
Tuesday
Friday
The Generators – Welcome To The End (2007) – People Like You Records
The Generators: www.the-generators.com