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Nightwish – Dark Passion Play (2007) – Nuclear Blast

Está finalmente disponível o novo trabalho de estúdio dos Finlandeses Nightwish. “Dark Passion Play” inicia uma nova fase na carreira daquela que é uma das mais bem sucedidas bandas de Metal sinfónico com voz feminina. Depois da demissão, em 2005, da anterior vocalista Tarja Turunen, facto que fez correr tanta tinta na imprensa mundial e que gerou uma diversidade de opiniões por parte dos fãs, a banda foi invadida por demos de vocalistas de todos os cantos do mundo. Após uma exaustiva audição a escolha recaiu sobre a Sueca Anette Olzon (ex-Alyson Avenue). A voz de Anette é diferente da de Tarja o que, na minha modesta opinião, foi a melhor escolha a fazer por parte da banda. Escolher uma “copycat” de Tarja seria um enorme erro e ainda daria mais motivo de conversa aos detractores da banda.
Quanto ao novo trabalho em si, este inicia de uma forma inesperada com um tema de cerca de 14 minutos, “The Poet And The Pendulum”, no qual a banda consegue inserir quase todas as suas facetas. A partir daí ouvimos mais 12 temas que passam por todas as facetas da banda, desde a balada com voz angelical (“Eva”, “For The Heart I Once Had”, “Meadows Of Heaven”), passando pelo tema tipicamente Heavy / Power com as vocalizações de Marco Hietala a predominarem (“Master Passion Greed”), o tema de inspiração celta (“The Islander”, “Last Of The Wilds”) e até mesmo os samplers electrónicos à semelhança de “I Wish I Had An Angel” (“Bye Bye Beautiful”) ou o tema épico / orquestral (“Amaranth”, “7 Days To The Wolves”). Há um pouco de tudo para agradar a gregos e troianos, sem ser um álbum heterogéneo tipo manta de retalhos.
A voz de Anette consegue ser angelical ou agressiva, melódica ou mais áspera e roqueira, negra e intensa ou doce e ligeira, conforme a faixas ou partes das mesmas assim o exigem. Além disso tem uma capacidade de alcance fantástica, atingindo notas que seriam difíceis de atingir por outras vocalistas. Na maior parte das vezes faz lembrar vocalistas da década de 80 como Kate Bush, Kim Wilde, Bonnie Tyler, Laura Branigan, Ankie Bagger ou até mesmo as duas vocalistas dos Suecos Abba (Annete fez parte de uma banda de versões dos mesmos). Está aprovada! Agora quero ver a banda ao vivo para poder ouvir como soam os temas antigos na sua voz.
Sendo eu fã da banda desde “Wishmaster”, confesso, já estava a ficar um pouco saturado das vocalizações eruditas de Tarja. Esta nova voz traz uma outra dimensão à música da banda e um novo sopro de vida.
Em termos instrumentais a banda poderia facilmente cair na asneira de criar temas mais comerciais e conseguir o sucesso de uma banda como Evanescence, a qual não tem metade da qualidade musical ou lírica de Nightwish (ou Within Temptation até), e tudo apenas baseado nas polémicas criadas em torno da banda. Não foi o que aconteceu aqui, estando Tuomas Holopainen de parabéns pela sua capacidade de composição (já demonstrada nos álbuns anteriores, aliás), criando temas bem metaleiros / roqueiros mas com identidade e refrões e melodias memoráveis. A orientação geral do disco é bem mais roqueira que a dos anteriores, o que é até uma mais valia para os Nightwish.
Em jeito de finalização, os Nightwish conseguem em “Dark Passion Play”, sem dúvida, um dos seus melhores discos de sempre! São 75 minutos e 45 segundos que não têm um único segundo monótono e, apesar de ser um disco longo, ouve-se muito bem de início ao fim.
Não posso deixar de referir, extra crítica ao disco, que estar a ouvir um tipo a dizer “este é o novo álbum… blah… blah… e este tema intitula-se…” seis ou sete vezes num tema não facilita nada a tarefa do crítico. Assim que possível, vou comprar o meu exemplar original!
95%
http://www.nightwish.com/ / http://www.nuclearblast.de/

Distribuído em Portugal por Compact Records: http://www.compactrecords.com/

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