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Oblique Rain - Entrevista + "Isohyet"

1 – Oblique Rain (curta biografia, pontos altos, discografia, etc):
O projecto Oblique Rain nasceu no início do ano 2004 pelas mãos de Flávio Silva e César Teixeira, mas só no final de 2005 começou a ganhar os contornos que apresenta actualmente. Até essa altura tínhamos feito diversas tentativas de constituir “a banda”, mas todos os músicos se revelaram de alguma forma desajustados. Com todas essas experiências negativas acabamos por nos dedicar à composição, esquecendo por algum tempo a formação do “line-up”.
Já em meados de 2006 com quase todo o material pronto para dar início às gravações de “Isohyet”, surgiram os parceiros que viriam a partilhar dos nossos devaneios musicais e desta forma assumir o projecto como banda. O Daniel Botelho (Baixo) e o André Ribeiro (Guitarra) juntaram-se a nós e a empatia que se criou entre todos foi pura magia.

2 – “Isohyet” (processos de composição e gravação):
O “Isohyet” começou a nascer em Dezembro de 2005 com o tema “Sights”. Foi este que deu o mote para a composição do álbum. Foi como se finalmente, passados quase dois anos do início do projecto, tivéssemos encontrado o rumo que tanto procurávamos. Em pouco mais de 6 meses concluímos a fase de composição de todo o álbum, à excepção de um tema que foi concluído já no início de 2007.
Em Maio de 2007 dá-se a entrada nos Estúdios USS (Ultra Sound Studios), produzido e misturado por Daniel Cardoso (Head Control System / Ex.Sirius).
Na falta de um baterista, Daniel Cardoso assumiu também as tarefas de gravação das baterias e tem tocado connosco ao vivo.

3 – Letras (influências, temas, mensagens):
As letras de Oblique Rain são baseadas em vivências pessoais de experiências próprias e/ou observadas. O conceito de “Isohyet” roda em torno da auto-exclusão, isolamento e rejeição em relação ao estado decadente, a quase todos os níveis, da realidade que nos rodeia, mas aborda também outros temas de índole mais pessoal e aí teria de ser o Flávio a pronunciar-se porque todas as letras foram escritas por ele, à excepção da “Nothing’s Silence”, que teve a colaboração do nosso amigo Miguel Barbosa.

4 – Capa do disco (quem, porquê, significado, …):
Criado por Marina Soares, o “artwork” de “Isohyet” remete para a ideia do isolamento e rejeição explicadas na questão anterior. Repare-se no indivíduo de costas voltadas e no reforço do seu isolamento com a faixa vertical mais iluminada, que ao mesmo tempo significa um isolamento “especial”. “Isohyet” por si só significa, num mapa meteorológico, “uma linha que une dois pontos de igual precipitação”, o que significa que isola ou destaca um determinado espaço.

5 – Influências musicais e outras:
Opeth, Porcupine Tree, Katatonia, Pink Floyd, Dream Theater, musica clássica, musica celta, entre muitas outras.
Fernando Pessoa.

6 – Independent Records:
A Independent Records serviu apenas de veículo para a edição do disco, dado que se tratou de uma edição de autor em toda a linha. É possível que venham a fazer alguma promoção do disco, mas num âmbito muito limitado.
Por essa razão e porque pretendemos encetar uma parceria real com uma editora, estamos já em fase avançada de negociação com outra editora com vista à edição do nosso segundo álbum.

7 – Concertos de promoção ao disco:
Hellmeirim Rock – Almeirim (27 de Agosto de 2007)
Velha Guarda Metalfest – Porto (29 de Setembro)
Timeout Bar – Ovar (12 de Outubro de 2007)
Cine-Teatro - Corroios (21 de Dezembro de 2007)
Indycat Piano Bar – Medas Gondomar (29 de Dezembro de 2007)

8 – Mensagem final:
Gostaríamos de agradecer a todos os que nos têm apoiado neste arranque do nosso projecto. Esperamos continuar a surpreendê-los no futuro. Obrigado à Fénix Webzine pelo apoio na divulgação do nosso trabalho.

Entrevistador: RDS
Entrevistado: César Teixeira (Guitarra)
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Oblique Rain – Isohyet (2007) – Edição De Autor / Independent Records
Este é o trabalho de estreia dos Portugueses Oblique Rain. Trata-se de um disco auto-financiado que inclui 7 temas em cerca de 47 minutos. Metal Progressivo é a orientação musical da banda. As influências mais notórias são Porcupine Tree, Katatonia (material mais recente) e Opeth (na sua faceta mais ligeira). Boa técnica musical, tal como se requer no estilo, melodias cativantes, voz melódica e segura (com ocasional passagem por um registo gutural), ambiências fortes. O ambiente geral é muito emotivo e melódico mas a banda não esquece a componente metaleira, marcando presença alguns riffs mais fortes e uma secção rítmica poderosa. Até mesmo a produção, habitualmente algo “frouxa” no Metal em Portugal, é acima da média (cortesia de Daniel Cardoso dos Head Control System / ex-Sirius, o qual, aliás, gravou as partes de bateria). Apesar das influências bem demarcadas, a banda consegue um trabalho bem interessante. Acredito que num segundo registo a banda conseguirá assimilar melhor as suas influências e gravar um disco ainda melhor do que este, pois potencialidades não lhes faltam. No geral, gostei muito deste disco. Há já algum tempo que não ouvia um disco de Progressive Metal com esta qualidade, feito em Portugal. Um trabalho que irá agradar a fãs dos nomes já citados ou outros como Marillion, Ayreon, Tool, Three, Dream Theater e até mesmo Audioslave. 85%
RDS
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