Sunday

Vagos Open Air 09

7 E 8 DE AGOSTO - LAGOA DE CALVÃO - VAGOS

A região litoral de Vagos, nas proximidades da cidade de Aveiro, será palco da primeira edição do Vagos Open Air, nos dias 7 e 8 de Agosto.
Do cartaz desta primeira edição fazem parte AMON AMARTH, THE GATHERING, DARK TRANQUILLITY, KATATONIA, EPICA, CYNIC, KATHAARSYS e DAWN OF TEARS nas confirmações internacionais juntamente com os portugueses PROCESS OF GUILT, THEE ORAKLE, F.E.V.E.R. e ECHIDNA.
Este festival consegue assim, a fusão de duas organizações nacionais como a Prime Artists juntamente com a Ophiusa Eventos que regiam os respectivos anteriores festivais, Alliance Fest e In Ria Rocks. Com o objectivo de se firmar como o festival de Verão de referência no metal em Portugal, o Vagos Open Air constitui-se como um dos grandes acontecimentos dos próximos meses.
O espaço do festival facultará de todos os meios necessários para a permanência no local durante os dois dias, como área de campismo (gratuito para os possuidores do passe geral), espaços de lazer (Paintball, Tiro ao Alvo, Slide), zonas de restauração, merchandising, assim como o acesso a outras áreas de lazer fora do recinto do Festival.
Site Oficial
Informações e acreditações: press@vagosopenair.com
Press Kit

Preço dos bilhetes: Bilhete diário = 25 euros / Passe dois dias = 40 euros

Jovens até aos 12 anos têm desconto de 50%, excepto na campanha de passe com oferta de T-shirt.
Locais de venda: Ticketline (Reservas: 707 234 234 - http://www.ticketline.pt/), Lojas Fnac, Worten, Bliss, MegaRede, Agências Abreu, Dolce Vita, El Corte Inglês, Carbono (Lisboa e Amadora), Cave (Lisboa), Piranha (Porto), Lost Underground (Porto) e no local.

Viagens organizadas: Sound Blast (Lisboa) Infoline: 925132975 – email: excursoessb@hotmail.com / True Spirit’s Alive (Porto) Infoline: 960188195 – email: truespiritsalive@gmail.com / Break Point (Vigo – Espanha) / Metal Trip (Madrid, Avila, Salamanca, Valladolid e Valencia – Espanha)

O Fénix conta estar presente nos dois dias e trazer até vós uma reportagem com crítica aos concertos, festival no geral e algumas fotografias. Vão acedendo ao Fénix paras novidades. Vemo-nos por lá. Até! Ricardo.

Thursday

Witch Hunt – Burning Bridges To Nowhere (2009) – Alternative Tentacles

Novo trabalho para os Norte-Americanos Witch Hunt que, segundo os próprios afirmam, é uma banda de Peace-Punk. Este novo de originais (depois de dois 7”s independentes e dois álbuns pela Profane Existence) tem selo da mítica Alternative Tentacles, e inclui 12 temas em pouco mais de 35 minutos e meio. Os Witch Hunt não se limitam a clichés do género e vão buscar influências a vários quadrantes do universo Punk, do Anarcho-Punk ao Hardcore, do Street-Punk ao Crust, passando até por algum Post-Punk. Diverso quanto baste mas sem perder identidade e homogeneidade. Ora melódico, ora rápido e agreste; ora mais experimental, ora mais directo. As influências são variadas e passam, segundo a própria banda, por nomes como Rites Of Spring, Econochrist, The Mob, Poison Idea, Chumbawamba (antigo) ou Husker Du. Quatro elementos formam a banda neste momento, sendo dois deles do sexo feminino, e apenas o baterista não contribui com vocalizações. Gosto da voz mais crusty / anarcho do guitarrista Rob, mas continuo a ter alguma aversão às vocalizações femininas gritadas no Punk, e aqui são duas, a baixista Janine e a guitarrista Nicole. Mas aqui até nem me estão a soar tão mal. O baterista Vince completa a formação. No geral, a avaliação final é positiva. Punk com espírito, verdadeiro, puro. Recomendo. 80% http://www.witch-hunt.cjb.net/ / http://www.alternativetentacles.com/
RDS

Against Me! – The Original Cowboy (2009) – Fat Wreck Chords

Em 2003 foi lançado o disco “As The Eternal Cowboy”, o qual catapultou os Against Me! para a linha das frente do Punk Rock melódico e, posteriormente, lhes possibilitou assinar com uma multinacional e editar “New Wave”. Ora, como o título poderá indicar, estas são gravações “demo” desse mesmo álbum de 2003. Gravado e misturado num par de horas, “The Original Cowboy” pretendia ser apenas uma maquete de pré-produção. O próprio vocalista / guitarrista Tom Gabel diz que, ao ouvir de novo esta gravação, parte dele se arrepende de ter gravado os temas uma segunda vez. Pouco mais de 22 minutos mostram outra roupagem destes 8 temas. Mais cru, directo, agreste, puro. Mais Punk. Eu gostei e recomendo. 85% www.againstme.net / www.fatwreck.com
RDS

Ho-Chi-Minh – It Has Begun (2009) – Raging Planet Records

Já havia ouvido falar muito bem destes Ho-Chi-Minh, mas nunca tive a oportunidade de ouvir a sua música. Este é, portanto, o meu primeiro contacto com a sonoridade deste quinteto de Beja. Fusão de Metal século XXI com elementos electrónicos é a sua orientação. O peso encontra-se sempre aliado a muita melodia; boas ideias abundam; a electrónica está muito bem encaixada. Novidade? Não. Originalidade? Não. Os 11 temas, em cerca de 47 minutos, não diferem muito daquilo que já fizeram bandas como Fear Factory, Spineshank, Mnemic ou Raunchy. Mas está bem feito, isso é certo. Não ficam nada a dever às suas influências. Mas, no geral, o disco não atinge a genialidade que faz os clássicos. Resta aguardar para saber se o futuro fará deles uma banda essencial. Para já, está muito bem. Pés na estrada, e toca a incendiar esses palcos de verão. 75% www.myspace.com/hochiminh / http://www.xuxajurassica.com/ / www.myspace.com/sonsurbanos / http://www.ragingplanet.pt/ / www.myspace.com/ragingplanetrecordsportugal
RDS

Humble – Step Into Nowhere (2009) – Raging Planet Records

Segundo disco para o trio Humble. Nunca ouvi o disco de estreia, “Get Up” (Sons Urbanos, 2007), por isso não poderei fazer uma comparação, mas lembro-me vagamente de ter recebido uma maquete por parte da banda. Se não estou enganado, na altura aquilo era mais Ska-Punk. Posso estar a confundir com outra banda. Digo isto porque, ao colocar a rodela no leitor, esperava ouvir precisamente esse tipo de sonoridade. Mas o que me surge das colunas são pouco mais de 38 minutos, divididos em 12 faixas, de um Ska / Reggae alinhado num formato quasi-Pop. Ouve-se bem, mas falta-lhe alguma genica e adrenalina. É demasiado “boa onda” para o meu gosto. Talvez por isso comece a cansar ao fim de algumas faixas. Faltam-lhe alguns temas mais “mexidos”. Deve-se ouvir bem numa qualquer esplanada da praia, com os amigos, a beber umas cervejas; ou então numa festa à noite, na mesma praia, na areia, com mais cervejas (he, he). 60% www.myspace.com/humblept / http://www.xuxajurassica.com/ / www.myspace.com/sonsurbanos / http://www.ragingplanet.pt/ / www.myspace.com/ragingplanetrecordsportugal
RDS

Men Eater – Vendaval (2009) – Raging Planet Records

Para ser sincero, e já o tinha dito na minha crítica ao disco de estreia, não sabia muito bem qual era o motivo do hype criado à volta dos Men Eater. “Hellstone” (Raging Planet, 2007), era um bom disco, que tinha os seus pontos de interesse, mas não era nada de transcendental. Ora, este “Vendaval” já me agrada muito mais. Para começar, os temas são mais curtos e direccionados para o formato de canção. Em segundo lugar, o som de Men Eater tornou-se mais dinâmico, pesado, intenso e menos experimental, ou seja, mais directo ao assunto. Mais Stoner (ainda se usa esta designação?!), mais 70s Heavy Rock, mais Sludge, mais Rock ‘N’ Roll. É uma orientação que a mim, particularmente, me agrada muito mais que o Post-qualquer-coisa do álbum de estreia. Gostei do que ouvi, embora se torne algo repetitivo lá para o meio. Os temas perdem alguma identidade e confundem-se, não ficando no final nenhuma letra ou melodia na cabeça do ouvinte. Apesar disso, chamaram a minha atenção e vou ficar atento ao que vão fazer no futuro. 70% www.myspace.com/meneaterdoom / http://www.ragingplanet.pt/ / www.myspace.com/ragingplanetrecordsportugal
RDS

Dawnrider – Two (2009) – Raging Planet Records

Desde o 7” de estreia que ando atento a estes Dawnrider. O disco de estreia, “Alpha Chapter” (Raging Planet, 2007), foi um portento de Heavy Rock de contornos retro. Neste novo trabalho afastam-se um pouco do 70s Heavy Rock dessa estreia e abraçam uma sonoridade mais Doom à la Sabbath / Pentagram / Saint Vitus com elementos de Space Rock / Psychedelic de inspiração Hawkwind e até algum 1969s Psychedelic Rock. Abre com a psicadélica “Scared Of Light”; “Evil Deeds” e “Redemption” puxam à costela Sabbath; “Irinia” ultrapassa os 12 minutos e é lento, arrastado, hipnótico, minimalista, com letra simples e curta (em português) levada à exaustão, tem ainda uns elementos de Folk mais para o final; “Queen Of The Mountain” e “The Hallow Path” voltam ao Heavy Doom dos 70s; “Walking Blind” do 7” é aqui regravada, mais Doom lento, agreste, pesado; fecha-se com chave de ouro com o instrumental “Maelstrom” numa toada Epic / Viking (?!uma faceta a explorar no futuro?!). Cerca de 51 minutos fazem “Two”, um disco que, particularmente, não me agrada tanto como “Alpha Chapter”, mas que não lhe fica muito atrás em termos de qualidade. Mais um tiro em cheio. 80% http://www.dawnrider.com/ / www.myspace.com/dawnriderdoom / http://www.ragingplanet.pt/ / www.myspace.com/ragingplanetrecordsportugal
RDS

Geff – Land Of The Free (2009) – Metal Heaven

Disco de estreia para este super-projecto Sueco criado pelo guitarrista Ralf Jedestedt e que inclui Göran Edman (voz), Anders Johansson (bateria), Mats Olausson (teclas) e Per Stadin (baixo); nomes podem ser reconhecidos de bandas como Yngwie Malmsteen, Hammerfall, John Norum, Silver Mountain, Snake Charmer, Glory, Brazen Abbot, Jean Beauvoir e A.R.K. O teclista Jens Johansson (Stratovarius, ex-Yngwie Malmsteen) contribui ainda com um solo numa das faixas. Este tipo de projectos fazem sempre franzir o sobrolho. O que irá sair daqui? A soma das partes será assim tão boa? Na maior parte dos casos, o resultado final é mediano. Infelizmente, é o que aqui acontece. Há talento, há técnica, há até espírito, mas no global, não há aquele “je ne sais quoi” que torna o disco excitante, fresco, apelativo. Ouve-se, soa bem, mas não fica retido após a audição. 60% http://www.metalheaven.net/ / http://www.aorheaven.com/
RDS

Fair Warning – Aura (2009) – Metal Heaven

Que diferença brutal entre este e o anterior disco em revisão. O Hard Rock melódico dos Alemães Fair Warning está de volta através de 10 novos temas (e mais dois bónus na edição especial). A guitarra de Helge Engelke está fantástica; a secção rítmica composta pelo baixista Ule Ritgen e o baterista CC Behrens é irrepreensível; e a voz de Tommy Heart não poderia estar melhor. É pesado quanto baste para agradar a fãs de Hard ‘N’ Heavy, mas melódico o suficiente para o pessoal do Rock clássico e AOR. Tem o melhor dos dois mundos, diria eu. Não será o seu melhor disco, sendo até um pouco repetitivo a partir do meio, mas é bom o suficiente para não passar despercebido. Para fãs de Journey, Asia, Europe, Whitesnake, Survivor e similares. 70% www.metalheaven.net / http://www.fair-warning.de/
RDS

Bai Bang – Are You Ready (2009) – Metal Heaven

Sexto trabalho para estes Glam Rockers Suecos que iniciaram a sua carreira nos finais dos 80s. Em 10 temas percorrem todos os clichés do género, desde as guitarras às melodias, desde os refrões com coros às letras, passando pelo obrigatório visual. Os temas rondam os 3 minutos, sempre no formato de canção e/ou single. Ryan Roxie (Alice Cooper, Electric Boys) marca o solo de guitarra em “Only The Best Die Young”. Não sei se será do meu promocional ou do produto final, mas há uma diferença brutal entre o som de algumas faixas. Nada de especial a música da banda, começa bem o disco mas a meio perde-se um pouco. Talvez se ouça bem com umas cervejas a acompanhar e um certo espírito saudosista. Mas eu dispenso, preferindo ir buscar outros itens já meio poeirentos que tenho na prateleira dos discos. Para fãs de Alice Cooper (fase Trash/Hey Stoopid), Def Leppard, Mötley Crüe, L.A. Guns, D.A.D. e outros que tais. 40% www.metalheaven.net / http://www.baibang.se/ / www.myspace.com/baibang
RDS

Vortex – Phanopoeia (2009) – Tesco Organisation

Vortex é um projecto a solo criado por um dos membros de :Golgotha: e cuja sonoridade é influenciada pelo Vorticismo. O Vorticismo foi um movimento artístico de meados da década de 20 (do século XX), criado pelo pintor e poeta Percy Wyndham Lewis, e que definia o artista como alguém que ganhava poder criativo e inspiração a partir do caótico vórtice da energia criativa. O nome desta corrente foi introduzido por Ezra Pound, o qual também surgiu com a frase “phanopoeia” (a ideia de criar poesia para todos os sentidos). A música de Vortex pretende prestar homenagem à corrente Vorticista através de drones, psicadelismo, batidas tribais, samples áudio da dita corrente, etc. A ideia, à partida, soa interessante e poderia dar lugar a uma obra fenomenal, mas fica um pouco aquém das expectativas. Sendo um pouco monótono e simplista, o resultado final não é mau de todo, mas o Dark Ambient / Ritual / Industrial de Vortex poderia ter sido melhor explorado tendo em conta a sua influência máxima. Apenas para fãs “diehard” do género. 55% http://www.tesco-germany.com/ / www.myspace.com/vortexphanopoeia
RDS

Solanaceae – Solanaceae (2009) – Heidrunar Myrkrunar / Tesco

Kim Larsen dos :Of The Wand & The Moon: num projecto paralelo intitulado Solanaceae que assenta a sua sonoridade num Dark Folk / NeoFolk de contornos 60s/70 Psych-Folk e alguns toques de Medieval. As 13 composições, que perfazem cerca de 55 minutos, foram escritas na sua maioria por Larsen. Este faz-se acompanhar de diversos músicos da cena NeoFolk, entre os quais Chelsea Robb (Arrowwood), Pythagumus Marshall (Novemthree), Michael Laird (Unto Ashes), John van der Lieth (Sonne Hagal), Fenella Overgaard (:Of The Wand & The Moon:), Vincent Farrow (Solblot) e Anne Eltard (que também contribuiu no primeiro álbum de :Of The Wand & The Moon:). A música de Solanaceae é minimal, mas intensa, melódica, envolvente. As guitarras, violinos, violoncelos, flautas e acordeões não estão sobrecarregados e encontram-se em perfeito balanço, sempre com a guitarra e a voz de Larsen (ou dos convidados) em primeiro plano. As letras com temáticas de magia, florestas, fábulas, tradições e natureza assentam na perfeição no som do projecto. Gostei muito do que ouvi e recomendo este disco a amantes de Psych / Dark / Neo Folk. 90% http://www.ofthewandandthemoon.dk/ / http://www.tesco-germany.com/ / www.myspace.com/solanaceaelodge / www.myspace.com/ofthewandandthemoon
RDS

Ancient Future Records – 30 Years Of World Music – 2009

Não sendo eu propriamente fã de World Music, vejo-me agora na ingrata tarefa de ouvir 3 discos que me chegaram às mãos, e escrever algumas linhas sobre os mesmos. Os Ancient Future que, segundo os mesmos, são pioneiros da sonoridade World Fusion, estão a celebrar 30 anos do primeiro concerto do projecto. Para comemorar 3 décadas de música, o sétimo disco de originais, “Planet Passion” (75%), datado de 2001, vê assim uma reedição em masterização de 64 bits. Os Ancient Future fazem uma fusão de tudo o que seja música tradicional, desde África até Asia, passando pela América do Sul ou Médio Oriente, até à Índia, tudo serve de inspiração e influência. “Planet Passion (Mythical Stories Of Love Around The World)” contém 12 faixas num total de cerca de 52 minutos. Apesar de neste disco a banda ser composta por 5 músicos, além de diversos convidados, o projecto abrange já 19 músicos. Não é o meu prato favorito dentro do género, mas reconheço a qualidade, trabalho de composição, instrumentalização e, acima de tudo, a alma. Para fãs de World Music, Fusion e, porque não, adeptos de sonoridades mais psicadélicas.
Antes deste, foram editados em 2008 dois discos a solo de membros de Ancient Future. O mentor deste projecto, Matthew Montfort, lançou o primeiro disco a solo intitulado “Seven Serenades For Scalloped Fretboard Guitar” (65%). São 6 temas da sua autoria e 1 composto por Mariah Parker (ver disco seguinte), em cerca de 57 minutos, também masterizados em 64 bits. É introspectivo, experimental, psicadélico até em certos momentos. Há alguns temas que me agradam, e outros que me soam mais a devaneios egoístas de músico a testar as suas capacidades. É o problema destes discos a solo. Pode agradar a fãs das sonoridades já citadas e músicos em geral e guitarristas em especial.
Por último, “Sangria (An Indo Latin Jazz Musical Experience” (50%) é o trabalho solo da pianista Mariah Parker. Em 8 temas, da sua autoria, faz a ponte entre o Latin Jazz e a música Indiana. Faz-se acompanhar de músicos de Ancient Future, Sun Ra ou Herbie’s Hancock Headhunters, por exemplo. Por um lado, demasiado jazzístico para o meu gosto (prefiro um Jazz mais avantgarde), e por outro, demasiado bossanova para meu gosto. Fãs de Jazz, Bossanova e World Music irão gostar. Eu, particularmente, não gostei muito.
No geral: é inegável o valor dos músicos envolvidos nos 3 discos, e gostei de umas coisas aqui e ali, mas não é o suficiente para eu enaltecer as edições. Infelizmente, não conto voltar a pegar nos CDs e colocá-los no leitor. No final da audição, não ficou nada retido para me fazer voltar atrás, ouvir de novo e, talvez., encontrar novos sons, ideias e pormenores de interesse. Experimentem apenas se estão “calejados” neste tipo de sonoridades.

RDS

Mangrove – Endless Skies (2009) – Transubstans Records

Álbum de estreia para os Suecos Mangrove. Em 9 temas faz-se um retro-rock de origens 70s Heavy Rock, Desert, Southern, Doom e Stoner. No universo Mangrove podem-se referir tanto nomes da velha escola (Black Sabbath, Deep Purple, Led Zeppelin, Grand Funk Railroad) como da nova (Monster Magnet, Fu Manchu, Black Label Society, Spiritual Beggars). Pesado quanto baste, este “Endless Skies” apoia-se mais na vertente Hard Rock do universo retro, o que me agrada particularmente. Boas ideias, riffs, solos, melodias, groove, ritmos contagiantes, voz potente. Recomendo vivamente. 80% www.myspace.com/transubstans / http://www.recordheaven.net/ / www.myspace.com/mansgrovesweden
RDS

Johnfish Sparkle – Johnfish Sparkle (2009) – Transubstans Records

Álbum de estreia para os Italianos Johnfish Sparkle. A banda renasce das cinzas dos JackyJail pelas mãos de dois dos seus ex-membros. Este powertrio baseia a sua sonoridade na fusão do Blues tradicional e do Hard Rock dos 70s (The Who, Led Zeppelin, Cream, Budgie, Humble Pie, Captain Beyond). Tem as ideias, tem o trabalho de composição, tem o espírito. No entanto, falta-lhe aquele “je ne sais quoi” para os distinguir de tantas outras bandas de retro-rock. Uma actuação descomprometida, num bar perto de casa, com umas cervejas, isto até funciona. Não mais do que isso, infelizmente. 65% www.myspace.com/transubstans / http://www.recordheaven.net/ / www.myspace.com/johnfishsparkle
RDS

Abramis Brama – Smakar Söndag (2009) – Transubstans Records

Quatro anos depois do último disco de originais, e dois depois de um ao vivo, eis que os Suecos Abramis Brama surgem com novo registo de originais. Algumas mudanças de formação pautam estes anos entre a edição de “Rubicon” de 2005 e este “Smakar Söndag”. O disco é novo, mas os temas abrangem cerca de 12 anos de ideias e composição. Hard Rock setentista com guitarras pesadas q.b., ritmos fortes, teclas bem encaixadas e voz segura e potente. É este o estilo dos Abramis Brama, os quais vão buscar influências a nomes como Black Sabbath, Deep Purple, Novembre, Mountain e outros que tais. O balanço entre o peso do Hard Rock e algumas composições de orientação mais Folk Rock e/ou psicadélica também marca a sua presença. O som da gravação é cru o suficiente para agradar a fãs da velha escola, mas limpa e poderosa para agradar a novos fãs do velho Rock. Não é um disco essencial, mas agrada bastante. 75% www.myspace.com/transubstans / http://www.abramisbrama.com/ / www.myspace.com/abramisbrama / http://www.recordheaven.net/
RDS

Saturday

Assassinner - Entrevista

1 – Em primeiro lugar, e como enquadramento histórico de Assassinner e dos seus músicos, poderias dizer-me o que aconteceu aos Str@in para desaparecerem pouco após a edição do CD álbum de estreia?
Xne – Uma banda é sempre algo de muito efémero.
De facto, após a edição do trabalho de estreia dos Str@in e quando já tínhamos composto novo material para um segundo trabalho, divergências internas precipitaram o fim da banda.
Ora, entendendo a música como fonte de prazer, quando o ensaiar se torna algo de aborrecido e enfadonho, consequência de desentendimentos pessoais associadas a discordâncias musicais tudo se torna insustentável.
Tanto mais, que para uma banda lograr o que Str@in alcançou na sua época, presume uma enorme paixão pela música, verticalidade de carácter e determinação.
O facto de apenas três membros da banda terem continuado a entender a música como uma componente importante das suas vidas é em tudo revelador…
A música é para nós Assassinner uma fase para toda a vida… lol

2 – Fala-me um pouco da história dos Assassinner desde a sua concepção até à data.
Xne – Depois de Str@in seguiram-se alguns anos a deambular de projecto em projecto, sempre de cunho underground contudo menos ambiciosos que Assassinner lol.
Neste hiato fomos desenvolvendo capacidades e aperfeiçoando novas técnicas, pois enveredamos por caminhos que extravasavam o domínio do Hard & Heavy.
No entanto, nunca nos sentimos satisfeitos com o resultado final.
Dessa insatisfação surgiu a vontade de voltar a “casa” e trabalhar com aquilo que tínhamos, ou seja, um baixo e uma guitarra.
As vozes foram um acréscimo de trabalho, uma vez, que das audições que realizamos a vários interessados, os resultados pareciam, irremediavelmente, descaracterizar a essência da banda.
Para mim, não seria algo novo, uma vez que as vocalizações até à gravação de “Against the Rules” – Crackdown, incluindo as linhas de voz da mesma, foram asseguradas por mim apesar de gravadas pelo recente membro da banda, Nuno Anselmo.
Realidade, totalmente, nova terá sido para o Ary, que assim viu um acréscimo de trabalho e competências lol.
No que concerne à bateria, também não escapamos a longa travessia no deserto até, finalmente, se conjugarem as condições para o ingresso do guerreiro Raulzão lol.
Depois foi deixar fluir os ensaios e constatar que a química da malta jamais desaparecera. Não foi, nem tem sido tarefa fácil a conciliação da vida pessoal com a actividade da banda, no entanto, a gratificação de poder partilhar uma paixão com amigos de longa data tem falado mais alto.

3 – Descreve os processos de composição e gravação desta estreia em maquete “Other Theories Of Crime”.
Xne – Os temas de “Other Theories of Crime” resultam dos primeiros ensaios, daquilo que mencionava na questão anterior quando referia que a química da malta continuava a funcionar.
Eu e o Ary tínhamos já algumas ideias em mente, mas que apenas se materializaram quando ensaiamos no formato núcleo duro lol.
Realizamos uma pré-produção na Fábrica de Som para limar algumas arestas, ou seja, para saber exactamente aquilo que queríamos aquando da jornada no UltraSound Studios.
Para nós foi um processo simples, sentimo-nos bastante confortáveis a gravar com o Daniel Cardoso e com o Pedro Mendes.

4 – A maquete soa-me mais Thrash / Hardcore, na linha do que faziam nos Crackdown, do que propriamente a fusão moderna dos Strain. O material saiu assim espontaneamente ou este voltar às raízes foi, de certa forma, premeditado?
Xne – Esta questão confirma basicamente aquilo que já tenho referido ao longo desta entrevista, o line-up de Crackdown estará mais próximo de Assassinner do que propriamente o de Str@in daí o som ser mais próximo entre ambas. Mas nada foi premeditado, as pessoas é que continuam a ser as mesmas lol.

5 – Sobre que assuntos incidem as letras da banda?
Xne – As letras são o relatar de experiências acumuladas, de visões do mundo, retratos de comportamentos de massa nos quais todos nós nos inserimos, de simples rotinas diárias, de valores estabelecidos, um misto amor/ódio lol.

6 – Quais são as vossas principais influências musicais, assim como outro tipo de influências (literatura, cinema, ideologias)?
Xne – As nossas influências musicais estarão dentro dos movimentos Thrash Metal e HardCore dos inícios dos anos 90

7 – Pouco depois da maquete estar nas ruas, surge a colaboração com a Poison Tree. Como é que surgiu esta colaboração? Trata-se apenas de uma distribuição online, não é assim?
Xne – Essa colaboração surge na sequência dos contactos encetados pela banda a nível internacional.
A Poison Tree Records avançou uma proposta para distribuição mundial, na plataforma digital, de “Other Theories Of Crime”, a qual optamos por assinar. Ambas as partes poderão ou não manter o vínculo para edições futuras.

8 – Como é que os Assassinner estão em termos de concertos de promoção?
Xne – Temos realizado bastantes concertos desde o lançamento de “Other Theories of Crime”.
As zonas norte e centro do país foram bastante visitadas e esperamos agora tocar na capital.
Acreditamos estar presentes em alguns eventos de verão

9 – Suponho que já tenham temas novos, que estejam a usar nos concertos, e que estes sejam suficientes para um álbum. É algo a concretizar brevemente ou ainda não têm contactos nesse sentido?
Xne – Sim, é verdade, temos tocado ao vivo algumas músicas que foram compostas posteriormente aquelas presentes na demo de estreia.
Contudo, os temas a incluir num possível álbum ainda estão em fase de maturação… lol.
Planeamos que o nosso trabalho seguinte se consubstancie num registo de longa duração, seja em edição de autor ou não!

10 – Tens já alguns anitos no Underground nacional, com bandas anteriores a esta, como já referido nesta entrevista. Como vês a evolução da cena Underground nacional desde que começaste a fazer parte da mesma até hoje? Que bandas, editoras, promotores de concertos, revistas e outros da cena musical podes realçar?
Xne – Esta pergunta levaria a uma discussão que extravasa o propósito desta entrevista, no entanto, surpreende-me o facto de apesar os enormes avanços no acesso à informação, no acesso a equipamentos, a trabalhos de artistas, o som underground se caracterizar por uma uniformidade sem precedentes…
Há muitas bandas a soar igual entre si, sem carácter, sem carisma, bandas que berram quando nada têm a dizer.
Contudo, temos o outro lado, há também quem tenha sabido retirar o melhor deste acesso mais facilitado à informação e continue a tocar heavy metal realmente… lol.

11 – Tens agora espaço para deixar uma última mensagem aos leitores da Fénix.
Xne – Aproveito esta possibilidade, para agradecer à Fénix pelo interesse e disponibilidade demonstrada, quero também deixar uma palavra de apreço aos seus leitores e convidar os interessados a uma visita ao myspace da banda.
Desta forma, poderão inteirar-se das novidades dos Assassinner e respectiva agenda de concertos, bem como, se o desejarem, solicitar o envio da demo “Other Theories Of Crime” a qual temos o prazer de oferecer.
Cheers!!!

Entrevistador: RDS
Entrevistado: Alexandre Santos aka Xne (Baixo / Voz)

www.myspace.com/assassinner

Friday

ATTRITION - Remasters 2009

Novas reedições (e um título novo contendo material antigo) do catálogo dos Attrition me chegaram às mãos hoje. Por ordem alfabética dos títulos, aqui seguem as apreciações gerais.

Attrition “A Tricky Business” (1991 / 2009) – Two Gods
Originalmente editado em 1991, este é talvez um dos albums mais populares dos Britânicos Attrition. Em 9 temas faz-se a fusão de gótico, electro-industrial, darkwave, neoclassical e ethereal. O ambiente cinematográfico, negro e denso, mas ao mesmo tempo melódico, sinfónico e dançável, faz o som de “A Tricky Business”. Além dos 9 temas originais (entre os quais o clássico “A Girl Called Harmony”) devidamente remisturados pelo próprio Martin Bowes, adicionam-se os 3 temas extra da edição CD e a remistura 12” de “Something In My Eye” de 1992. O melhor álbum dos Attrition? É sem dúvida o meu preferido. 95%

Attrition “Across The Divide – Live In Holland, 1984” (2009) – Two Gods
Edição nova, mas com gravações antigas. Passo a explicar. Este disco contém temas gravados ao vivo na digressão de 1984 ao lado dos Legendary Pink Dots. Os temas foram gravados directamente na mesa de mistura e foram originalmente editados como uma das metades do álbum-cassete “Terminal Kaleidoscope” de 1985. A estes temas já indisponíveis comercialmente, juntam-se duas faixas inéditas gravadas na rádio Holandesa VPRO, no mesmo ano. Remasterizados e novamente disponíveis, estes 40 minutos remontam aos primórdios dos Attrition e ao seu line-up clássico de Martin Bowes, Júlia Walker e Ashley Niblock. No tema de encerramento “Surge And Run” têm ainda a participação do percussionista dos Dots, Pat Paganini. Embora musicalmente seja algo primitivo e simples, representa sem dúvida uma parte importante da história destes Britânicos. 80%

Attrition “Heretic Angels – Live In The USA, 1999” (1999 / 2009) – Two Gods
São 11 temas gravados ao vivo na digressão de 1999 pelos USA. Este conjunto de temas foi editado em 1999 numa edição limitada de 666 exemplares. Voltam agora a ver a luz do dia com remasterização e novo artwork por parte de Bowes. Só é pena não conter temas extra. Os temas surgem aqui numa versão mais crua e, ao mesmo tempo, dançável. Prefiro a vertente mais épica / neoclássica da banda, mas este conjunto de faixas agrada. Não será peça indispensável na vossa discografia, a não ser que sejam fãs acérrimos da banda. 65%

Attrition “The Hand That Feeds – The Remixes” (2000 / 2009) – Two Gods
Em 71 minutos ouvimos 14 temas (entre os quais um bónus para esta reedição) sofrerem uma transformação electrónica por parte de nomes como Dance Or Die, In The Nursery, Stromkern, Flip Shriner, entre outros. “The Hand That Feeds – The Remixes” (edição original de 2000) foi compilado ao longo de 3 anos e editado de um alinhamento que poderia preencher dois discos. Este é daqueles discos que pode funcionar bem ou mal. Eu diria que fica a meio caminho. Algumas remisturas trazem apontamentos interessantes ao tema original e dão-lhe outra roupagem, enquanto que outras retiram o ambiente próprio dos Attrition. É esquisito ouvir um tema de Attrition em ritmo drum ‘n’ bass ou quasi-techno. Fica demasiado alegre. Mas tirando 3 ou 4 temas que apontam para essas áreas, o resto é interessante e vai desde o avantgarde ao experimental, do industrial ao ethereal. 80%

RDS


Some more Atrition here.

Wednesday

AZTEC MUSIC

A Aztec Music é uma editora Australiana direccionada para as reedições de clássicos oriundos das terras de “down under”, nas linhas do 70s Hard Rock, Classic Rock e seus derivados. Depois de uma primeira remessa de discos que me chegaram às mãos por parte da mesma, eis que apresento a segunda leva com mais seis títulos. Por ordem alfabética, seguem as apreciações de alguns discos perdidos no tempo, recuperados pela Aztec.

Buffalo “Dead Forever” (1972)
Falar em 70s Hard Rock Australiano e não falar nos Buffalo é quase sacrilégio. A estreia “Dead Forever” foi originalmente editada em 1972 e continha 8 temas. Esta reedição inclui 5 faixas bónus, entre as quais os dois temas de “Hobo”, single de 71 dos Head (banda pre-Buffalo de Tice e Wells), e três B-sides de 72, além de um livrete pleno de informação e imagens. Heavy Rock com toques Blues, Psychedelic e Doom. Influências notórias de Sabbath, Uriah Heep, Free e Zeppelin fazem o resto. Pelo meio versões de Free, Blues Image e Chuck Berry. Não é meu disco favorito dos Buffalo (deixo isso para o “Volcanic Rock”), mas está bem posicionado na lista de escolhas. 85%

Buffalo “Only Want You For Your Body” (1974)
O Doom da estreia ficou um pouco para trás e a banda começou a puxar mais pela costela Hard Rock de descendências Deep Purple. São 7 temas originalmente lançados em 1974, aqui adicionados de 2 bónus (e o habitual livrete completíssimo, apanágio destas reedições Aztec). Longe de ser um disco perfeito, mesmo assim está uns furos acima de “Average Rock ‘N’ Roller” e “Mother’s Choice” (o mais fraquito de todos). Na minha lista ficaria talvez em 2º lugar ex-aequo com “Dead Forever” (é difícil compara porque são dois álbuns distintos). 85%

Buster Brown “Something To Say” (1974)
Estando esgotado há mais de 30 anos, esta é a oportunidade de adquirir o único disco dos Buster Brown, banda com ligações (leia-se músicos) a outros nomes Australianos como AC/DC, Rose Tatto, Coloured Balls, etc. Além dos 7 temas originais, 6 bónus foram adicionados, entre os quais o single “Release Legalise”, uma raridade de 80 dos Rose Tattoo, e a versão de Chuck Berry. Hard Rock pouco pesado de onda Blues Rock, dançável, quase Funky. Demasiado “alegre” e “limpo” para me agradar, mas com alguns pontos de interesse. 70%

Lobby Loyde with Sudden Electric “Live With Dubs” (1980)
Pelo menos o título não induz em erro os fãs. Isto são gravações ao vivo que tiveram posteriores dubs em estúdio, visto um dos micros ter tido algumas falhas em concerto. Lobby Loyde (The Aztecs, Coloured Balls) assina as 6 composições incluídas no disco original, originalmente escritas para os Southern Electric. Como bónus há 4 temas de Lobby Loyde & Ball Power gravados em 2000 (“live without dubs”, dizem eles), entre os quais 2 temas de Coloured Balls e uma versão de “Heartbreak Hotel” de Presley. Algures entre o Hard Rock de finais dos 70s e o Punk ‘N’ Roll, esta rodela transpira espírito Rock por todos os poros. Som pesado, cru, intenso, roqueiro quanto baste. Gostei. Para completistas e curiosos. 75%

Madder Lake “Still Point” (1973)
Blues Rock de contornos psicadélicos e progressivos. Era esta a proposta dos Madder Lake em 1973. Aos 7 temas originais adicionam-se ainda outros 7 como bónus (entre B-sides e faixas ao vivo). Não é tipo de sonoridade que a mim me agrade pois assenta muito numa vertente limpa e algo comercial (para a altura, entenda-se). Falta-lhe algum peso ou, em contrapartida, uma orientação mais progressiva e experimental. Nem a etiqueta Psychedelic que lhe atribuem tem muito significado. Fica a meio caminho sem cair para alguma das vertentes. Para completistas apenas. 60%

Madder Lake “Butterfly Farm” (1974)
O trabalho que sucede a “Still Point” não muda muito a sonoridade da banda. E também não muda a minha opinião acerca da mesma. Soa-me um pouco melhor que o anterior, mas não vai muito além da mera curiosidade. Aos 8 temas originais junta-lhe outros quatro esta reedição da Aztec. Gosto da capa, no entanto. Um dos músicos fez ainda parte dos mais célebres Skyhooks. Mais uma vez, recomendado a fãs do género ou coleccionadores. 60%

Tamam Shud “Goolutionites And The Real Thing” (1970)
Os 9 temas da edição original datam de 1970. A estes adicionam-se outros 9 (!). Sim, é isso mesmo, há muito material para explorar nesta reedição. Acid Rock de finais dos 60s é a orientação dos Tamam Shud (nome retirado do livro Persa do século XI “The Rubáiyát” de Omar Khayvam). Grateful Dead, Cream, Doors, Jefferson Airplane, Focus, Jimi Hendrix e outros que tais são influências notórias. Gostei do que ouvi, embora neste tipo de sonoridades prefira as coisas mais cruas e garage do que o som mais “comercial” destes Tamam Shud. Desta banda saíram depois alguns músicos para integrar os, bem mais interessantes, Kahvas Jute. Há momentos interessantes e o CD vale por isso, pelo bónus e pelo valor histórico. 75%

Lamplight “A Sun That Will Not Rise” (Promo-Single, 2009) (Vitamin Records)
Pelas mãos do Lou Risdale da Aztec recebi ainda um single de uma nova banda Australiana chamada Lamplight. Apenas um tema na sua versão “rádio edit”. O álbum de estreia homónimo será editado em Junho. Por esta amostra, a coisa promete. Som Folk Rock “baladesco”, ambientes épico-sinfónicos, de contornos modernos. É aguardar pelo álbum. 75%

RDS

Some more Aztec Music here

Tuesday

Concertos



NOFX – Coaster (2009) – Fat Wreck Chords

Sinceramente, nunca fui grande fã dos NOFX. Pelo menos até há um par de anos em que comecei a ouvir os tipos com um pouco mais de atenção. O seu som também começou a ficar um pouco mais pesado e rápido, com uma produção mais cuidada, o que me agradava particularmente. Este é o novo de originais, já o 11º, intitulado “Coaster”, inclui 12 temas, cerca de 33 minutos. Estão mais agressivos, embora mantendo aquele estilo próprio que não irá desiludir os fãs “old school”. O que posso dizer mais sobre um novo trabalho de NOFX? Se já são fãs, vão consumir isto como pão quente. Se ainda não conhecem é porque não circulam neste tipo de universos e esta rodela não vos vai dizer nada. Eu gostei. Disponível em CD, LP (com artwork e título diferentes) e download digital. Isto para não falar no download ilegal, claro está. 80% http://www.fatwreck.com/ / www.nofx.org
RDS

RELAPSE RECORDS

Já estou a começar a ficar farto destes promocionais com os temas divididos em 99 faixas. Isso e as editoras que agora teimaram em fazer promopools online e querem que a imprensa faça o trabalho todo (fazer o download, escrever a crítica, entrevistas, enviar os links e/ou cópias de todo esse trabalho). Sinais dos tempos. Para os jornalistas que são pagos para fazer esse trabalho, óptimo. E as pessoas, como eu, que fazem tudo isto no seu tempo livre, à borla, apenas pelo gosto à música? Isto tudo para quê? Para dizer que tenho em mãos 5 CD-Rs (sim, nem são CDs originais) com as malditas 99 faixas. Adiante, aqui vão umas linhas rápidas sobre isto e sigo para outros. Sim, porque ainda há pessoal que envia “the real thing” e merece um “tempo de antena” mais prolongado.

Antigama “Warning” (2009): Brutal! Simplesmente brutal. Grindcore com apontamentos que vão desde o Death ao Crust, algum Industrial / Noise pelo meio, passando ainda por material mais avantgarde e técnico. Metam no mesmo caldeirão Nasum, Cephalic Carnage, Pig Destroyer, Messhugah, Voivod, Napalm Death e Disrupt. Rápido, pesado, técnico, intenso, sufocante. É assim o som Antigama. 90% http://www.antigama.net/ / www.myspace.com/antigama

Buried Inside “Spoils Of Nature” (2009): Já tinha gostado muito do anterior “Chronology”. Este segue uma linha similar, mas está mais cru, denso e pesado. Para quem ainda não conhece, os Buried Inside anda pelos territórios do Post-qualquer. São 8 temas que assimilam influências de nomes como Neurosis, Isis, Pelican, Cult Of Luna ou Mogwai. E passo ao seguinte porque estar a olhar para faixas de 7 segundos faz-me doer a cabeça. 75% http://www.buriedinside.com/ / www.myspace.com/buriedinside

Obscura “Cosmogenesis” (2009): Ex-membros de Pestilence e Necrophagist reunem-se para gravar 10 temas de Death Metal técnico com muitos toques progressivos e avantgarde. Muito peso, brutalidade, alguma melodia a acompanhar. Gostei do que ouvi. Para fãs de Cynic, Atheist, Pestilence, Watchtower, Death e Cannibal Corpse. 85% www.myspace.com/realmofobscura

Tombs “Winter Hours” (2009): Trio Norte-Americano. Em 10 temas faz-se a fusão Post com Punk com Noise com Stoner com Black. Pesado, intenso, denso, e muito assente nos ambientes claustrofóbicos. Para fãs Killing Joke, Godflesh, Black Flag, High On Fire, Deathspell Omega, Today Is The Day, Isis, Boris e outros que tais. 75% www.myspace.com/tombsbklyn

Zombi “Spirit Animal” (2009): Sendo eu fã de bandas sonoras, o anterior trabalho destes Zombi havia-me agradado imenso. Bom gosto, têm estes tipos, pensei eu ao descortinar algumas das suas influências. Novo trabalho, mesmo estilo, um passo em frente. Aqui adicionam-se ainda algumas guitarras para dar outra dimensão ao som Zombi. Cinematográfico, progressivo, ambiental, psicadélico, espacial. Ainda não conhecem? “Shame on you”! Se gostam de Goblin, Tangerine Dream, Trans Am, Tool ou as bandas sonoras kitsch dos 70s e 80s (leia-se John Carpenter, exploitation, giallo, 70s horror, sci-fi, 80s low budget action, etc), este á uma opção apelativa. 90% http://www.zombi.us/

RDS

Kronos – Ubi Est Morbus (2008) – Edição de Autor

Gostei da maquete anterior e, embora estivessem ainda muito ligados às suas influências, demonstravam enorme potencial. “Ubi Est Morbus” é a nova aventura em disco e contém 7 temas que seguem a mesma linha, Rock Industrial de ambientes góticos, electrónica e 90s Dark Rock. Ainda longe de ser algo transcendental, é sem dúvida, um passo em frente à anterior proposta. No cenário nacional podem-se citar como referência Mão Morta, Bizarra Locomotiva, Poetry Of Shadows, Capelas Das Almas ou Nihil Aut Mors. Nomes internacionais no universo Kronos podem muito bem ser Depeche Mode, Laibach, Sisters Of Mercy ou Joy Division, apenas para citar os mais óbvios. São 33 minutos que irão agradar com certeza a fãs do género. 70% www.myspace.com/kronosrock
RDS

Bizarra Locomotiva – Álbum Negro (2009) – Raging Planet

Parece que há mesmo vida pós-Armando Teixeira para os Bizarra Locomotiva. Depois de um fantástico “Ódio” (2004), eis que regressam com um “Álbum Negro” ainda mais pesado, sujo, agreste e… negro. Deixando um pouco de lado a vertente “roqueira” do anterior, e optando por uma abordagem mais industrial, este é um passo em frente para a locomotiva. Vão buscar um pouco a todas as frentes da cena Industrial e fazem a sua sonoridade; desde o som mais puro dos primórdios Einstürzende Neubauten, passando pela abordagem mais alternativa dos Young Gods, um pouco de 90s Electro-Industrial de Front 242 ou Revolting Cocks, o peso e groove do Metal Industrial de nomes como Ministry ou Nine Inch Nails (inícios), apontamentos que poderiam figurar em discos do catálogo Cold Meat e até mesmo algum Noise Japonês via Merzbow. O primeiro single e vídeo é “Anjo Exilado”, que conta com a participação de Fernando Ribeiro (Moonspell). Sem querer desfazer da estreia homónima de há 15 anos atrás (que já necessitava uma remasterização e reedição), este é, sem dúvida, o melhor disco de sempre dos Bizarra Locomotiva. 95% http://www.bizarralocomotiva.com/ / www.myspace.com/bizarralocomotiva / http://www.ragingplanet.pt/ / www.myspace.com/ragingplanetrecordsportugal
RDS

Gazua – Música Pirata (2009) – Edição de Autor / Raging Planet

Segundo trabalho dos Gazua. Mais uma vez, a edição é de autor. A linha é a mesma, fusão Punk Rock melódico e Hard Rock “old school”, cantado em Português, com aquele travo a Rock ‘tuga dos 80s e inícios de 90s (leia-se Xutos, Peste, Censurados, etc). Gostei muito mais do primeiro trabalho, mas este não fica muito atrás. Realço temas como “Eu ouvi falar de ti”, “Esta gente”, “Turbilhões”, “Um outro lado” ou “Fogo Posto”, por exemplo. O disco que tenho em mãos é apenas um promocional, mas pelo que se refere na nota de imprensa, a caixa é feita em cartão canelado, impresso em serigrafia a duas cores, com 4 capas que se reúnem e formam o produto final, tornando cada CD único (os primeiros 500 exemplares são numerados). Tal como fiz em relação ao primeiro, recomendo também fortemente este registo dos Gazua. 75% www.myspace.com/gazua
RDS